Você sabe por que comemoramos a Páscoa?

Conheça a história da páscoa, entenda seus símbolos e descubra as diferenças entre a páscoa cristã e judaica

Você sabe por que comemoramos a Páscoa?

Conheça a história da páscoa, entenda seus símbolos e descubra as diferenças entre a páscoa cristã e judaica
Nesta semana, os cristãos celebrarão uma de suas datas mais importantes: a Páscoa.

No primeiro domingo de lua cheia do outono no hemisfério sul (e de primavera no hemisfério norte), comemora-se a ressurreição de Jesus Cristo, que aconteceu três dias após sua crucificação.

Para entender historicamente o que aconteceu, o professor do Mackenzie João Leonel, doutor em História Literária pela Unicamp, explicou como surgiu esse feriado religioso.

Primeiramente comemorava-se a Páscoa Judaica. De acordo com ele, antes de receber o significado da morte de cristo, ela já existia e era comemorada por Jesus e seus discípulos. “A Páscoa surge na Bíblia, no livro de Êxodo, como cerimônia em que o povo de Israel, escravo no Egito, celebra sua libertação”.
Você sabe o que é a páscoa judaica?

De acordo com João Leonel, a história foi a seguinte:

Para forçar o faraó a libertar seu povo, Deus envia dez pragas sobre o Egito. A décima seria a morte dos primogênitos (filhos mais velhos de cada família) do Egito. Durante a execução da praga, as famílias israelitas foram orientadas a fazer uma refeição com um cordeiro, pães sem fermento (“pães asmos”) e ervas amargas.

Para serem livres da praga, eles foram orientados por Deus a passar o sangue do cordeiro sobre os batentes das portas como sinal de que os primogênitos que ali residiam não deveriam ser atingidos (cf. livro de Êxodo, capítulo 12).

A partir desse momento, essa cerimônia é realizada anualmente por Israel como celebração da libertação do Egito.

O termo hebraico para páscoa vem da palavra “pesah”- que significa passar sobre. Ele carrega a ideia de que Deus veria o sangue nas portas das casas e passaria sobre elas, sem atingir seus primogênitos.

Desse sentido vem o termo inglês para a Páscoa judaica: “Passover”, com o mesmo sentido do hebraico: pass + over = passar por cima

O que é a Páscoa Cristã, então?

Para o cristianismo, a Páscoa conserva a ideia de libertação, mas agora com o sentido de salvação do ser humano.

“Se o cordeiro simbolizava a libertação do Egito para os judeus, a crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo significa a salvação para os cristãos”, explica João Leonel.

O nome Páscoa permanece, pois um pouco antes de ser crucificado, há registros de Jesus comemorar a data religiosa com seus discípulos (cf. Lucas cp. 22.15).

 

Por que um coelho com ovos de chocolates?

Segundo João Leonel, presentear com ovos, às vezes pintados, era um costume de povos antigos, do Mediterrâneo, Europa e Oriente. A ideia é que o ovo simboliza nascimento, e com isso a associação com a Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.

O coelho entrou na história por representar reprodução abundante. Isso se deu a partir de contos e histórias infantis produzidas na Europa por volta do século 18.

Então, à ideia de nascimento/vida, do ovo, foi acrescentada a ideia de abundância de vida com o coelho.

 


Graduado em Teologia e em Letras; mestre em Ciências da Religião (UMESP); doutor em Teoria e História Literária (UNICAMP); pós-doutor em História da Leitura (Universidade Nova de Lisboa, Portugal). Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, e na graduação e pós-graduação em Letras na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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