Analogia ou Sobre como falar de uma coisa para falar de outra

Por Marina Sestito

Analogia ou Sobre como falar de uma coisa para falar de outra

Por Marina Sestito

Stoodiano,

Você já tentou explicar algo que estava muito confuso e, de repente, decidiu comparar o que você estava dizendo com alguma outra coisa mais conhecida para tornar mais clara a sua explicação? Já tentou falar sobre x para explicar y?

Provavelmente sim. É comum recorrermos a esse mecanismo quando precisamos explicar algo que não estamos conseguindo deixar claro de outra forma.

Agora eu te pergunto: Já fez isso em alguma redação? Já estabeleceu uma comparação entre duas coisas bastante diferentes, mas que tenham uma estrutura de funcionamento em comum?

E se você começasse a sua redação apresentando a história de um filme? E se você contasse o enredo, caracterizasse bem os personagens e apontasse em que medida essa referência dialoga com o que está sendo discutido pela sua redação? E se mostrasse os pontos em comum entre o filme que você decidiu usar em seu texto e o ponto de vista que pretendeu sustentar através dessa comparação?

“Mas pode fazer isso, professora?”

Pode. O nome disso é analogia.

Quando você explica uma situação, um filme ou qualquer outra referência para tornar mais claro algo que, em alguma medida, lhe pareça semelhante, você está dizendo que esses elementos são análogos, que eles são parecidos em algum aspecto, que eles se aproximam em alguma medida.

“Em “A Classe”, Joosep, um garoto tímido e sensível, é submetido por Anders e outros adolescentes a longas sessões de tortura física e psicológica. O filme estoniano, de Ilmar Raag, retrata uma situação que está presente também no Brasil e que traz transtornos sociais e psicológicos a muitos indivíduos. O bullying é caracterizado por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva entre indivíduos considerados pares e manifesta, num contexto específico, os desdobramentos das relações de poder presentes em diversos contextos sociais.”

Ao contextualizar a discussão acerca do bullying recorrendo ao filme citado, o autor do texto clarifica esse conceito ao leitor. “Não sabe o que é bullying? Vou te contar o que esse filme retrata e você vai entender.”

Falando do filme, você fala da situação discutida. Ao falar de Joosep, você fala de todos os indivíduos que sofrem esse tipo de violência.

Em seguida, é imprescindível mostrar a relação entre a referência utilizada e o tema desenvolvido. Ao estabelecer os pontos de ligação entre esses dois elementos, você justifica a pertinência da apresentação desse recurso em sua redação. Um filme é um filme e uma violência é uma violência. Se optamos por usar um filme para falar sobre violência, precisamos mostrar a relação entre eles.

Depois que essa relação já tiver sido estabelecida, basta enunciar a tese buscando as motivações para a existência e a permanência do problema discutido e, pronto, está feita a Introdução com analogia.

🙂

Muito difícil? Topam tentar escrever uma redação usando esse recurso?

Experimentem fazer analogias nas redações que vocês forem escrever e não esqueçam de retomá-la no Desenvolvimento e na Conclusão do texto, tudo bem? É fundamentar não abandoná-la no início da redação, mas sobre isso podemos conversar melhor em algum texto futuro.

Muitos beijos, divirtam-se escrevendo redações e até semana que vem!

Você sabia que o Stoodi tem Correção de Redação? Conheça

Marina Sestito é a Coordenadora de Redação do Stoodi. Formou-se em Filosofia pela FFLCH, na USP – atualmente cursa Licenciatura na FEUSP. Trabalhou em cursinhos pré-vestibulares e hoje comanda a equipe de correção do Stoodi.

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