Como seria a escola perfeita?

Hoje, dia 15 de Março, é o Dia da Escola. Veja a opinião dos nossos alunos e conheça a escola ideal

Como seria a escola perfeita?

Hoje, dia 15 de Março, é o Dia da Escola. Veja a opinião dos nossos alunos e conheça a escola ideal

Foto: reprodução
Desde que somos pequenininhos, nós nos acostumados a frequentar a escola. De segunda a sexta, do pré ao terceiro ano do ensino médio, nós passamos, pelo menos, 5 horas por dia estudando nesse ambiente.

Ao todo, são no mínimo 110 horas de estudo por mês – que equivalem a quatro dias e meio só estudando (sem dormir, comer ou qualquer outra coisa). Se somarmos mais ainda, nós passamos  1.100 horas por ano na escola e 14.300 horas durante toda a vida escolar.

É muita coisa, não é mesmo? Nós crescemos, amadurecemos e estamos grande parte da nossa vida no colégio – às vezes, convivemos mais com nossos colegas e professores do que com os nossos próprios pais. Por isso, nada mais justo do que descobrir como seria a escola perfeita.

Para encontrar essa resposta, nós convocamos 5 alunos com as mais diferentes experiências e perguntamos como seria a escola ideal. Veja se você concorda com eles:

Tobias Soares, de 19 anos, estudou em colégio público estadual

Para Tobias, o colégio ideal seria aquele que faz o aluno crescer, pensar por si só e ser mais crítico. “Uma escola perfeita seria aquela que o professor dialogasse mais com os alunos, de modo que não envolvesse partidos políticos, por exemplo”, conta ele.

O estudante conta que os professores faltam tanto que dificilmente ele tinha aula durante a manhã inteira. “ As aulas começavam às 7:30 e terminavam às 10:00, no máximo”, revela Tobias.

Andréia Souza, de 26 anos, estudou em colégio público

Já Andréia acredita que a escola tem que sair dos moldes tradicionais para se reinventar.

“O método de avaliação não deve ser apenas a prova ao final de cada módulo. Pode ser, por exemplo, um trabalho em sala, seminários, jogos abordando o tema que foi trabalhado, passeios para fixar o conteúdo, atividades extras na escola ou uma apresentação para outras salas”, sugere.

Ela conta que outro ponto importante é pensar no horário dos estudos. Sua aula começava às 7 horas, porém, como ela morava muito longe, Andréia precisava acordar às 5:30 da manhã e ficava bastante cansada.

Samuel Olavrac, 17 anos, estudou em um colégio integral

Samuel sente falta da parte motivacional. “Pra mim, a escola perfeita deveria estimular o aluno a sonhar com um futuro brilhante, porque isso que vai fazer a diferença”, afirma.

Além disso, ele acredita que é preciso de uma estrutura onde os alunos se sintam confortáveis para estudar e fazer suas atividades – tanto fisicamente, quanto nas relações  interpessoais (de respeito e regras de convivência).

“Acho que assim a educação poderia evoluir e trazer mudanças não só no ambiente escolar, mas também na sociedade”, completa o estudante.

Edenilson Sabino, de 18, estudou até 2016 em colégio público

Edenilson gostaria que cada aluno pudesse estudar numa escola com potencial para mudar de vida por meio dos estudos.

“A escola ideal, para mim, seria aquela onde fornecessem os devidos meios para o desenvolvimento do aluno. Uma escola que os professores tivessem a capacidade não só de passar o conhecimento, mas de preparar o aluno para a vida”, explica.

Breno Souza, de 17 anos, estudou na rede pública de ensino

Antes de responder, Breno lembra que o principal objetivo de uma escola é a transformação de um ser humano. Um lugar que além de transmitir conhecimento, nos torna cidadãos de bem.

Para ele, uma escola perfeita deve respeitar as habilidades individuais de cada aluno, o ritmo e a assimilação. “É muito maçante para quem tem dificuldade em matemática ou física, por exemplo, ter que possuir a mesma média do que um aluno que tem facilidade na matéria”, justifica.

Breno acredita que a saída é ter mais escolas integrais, “tendo a parte da manhã com aulas normais e a tarde atividades esportivas, culturais, grupos de estudos e etc”, completa.


Para pensar em uma escola perfeita, nossos alunos levaram em consideração tanto as coisas boas quanto as dificuldades que tiveram em sua vida acadêmica. A verdade é que a situação não está nada boa para nós.

O Brasil figura entre os dez últimos colocados no ranking sobre o rendimento escolar divulgado, em fevereiro deste ano, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O estudo, feito em 64 países, analisou 2,7 milhões de estudantes brasileiros e descobriu que aproximadamente 70% dos alunos apresentam dificuldades em matemática básica, 50% em leitura e 55% em ciências.

Para o professor Marcelo Santos, de Inglês, a educação brasileira ainda precisa melhorar muito em termos acadêmicos.  “Somos um dos poucos países que, mesmo tendo a língua estrangeira como disciplina obrigatória, possui escolas de inglês e espanhol em toda esquina”, comenta.

Ele explica que isso acontece porque não se aprende um segundo idioma no colégio. “A escola é ‘velha’, ‘chata’ e ‘antiquada’: uma mera obrigação para os jovens, cheia de formalidades e conteúdos vazios”, afirma o professor.

Igor Suga, professor de Química, também entende que a escola brasileira deveria ser reformulada, tornar-se mais flexível e dividir os conteúdos das disciplinas dentro de temas pertinentes à formação de um cidadão: economia doméstica, culinária, saúde e esporte, entre outros.
Na foto, o prof. Igor está dando aula de Oxidação
Na foto, o prof. Igor está dando aula de Oxidação
O professor Braian Matilde, de Sociologia, explica que a origem da escola influencia muito no modelo atual de ensino. Ela foi criada, na verdade, para formar mão de obra para o mercado de trabalho.

“O intuito inicial era de reunir os filhos dos trabalhadores da indústria e fornecer o mínimo de conhecimento operacional necessário para que eles dessem continuidade ao ofício dos pais. O histórico da escola no Brasil é repleto de oscilações e lutas contra esta lógica simplista, mas na prática ainda avançamos pouco”,

– Mas quais são as possíveis maneiras de melhorar as escolas do Brasil? 

De acordo com Camila Pereira, Gerente de Produto do Stoodi que fez um mestrado de Design de Tecnologias Educacionais na Universidade de Stanford, as escolas poderiam passar a olhar mais para as necessidades de cada aluno.

“Os estudantes levam tempos diferentes para aprender e absorver a matéria, mas hoje em dia a maioria das escolas procura passar o conteúdo na velocidade que acha melhor e esperar que o aluno seja capaz de acompanhar”, afirma Camila.

Ela explica que sem dar atenção para as diferentes necessidades dos estudantes, as escolas acabam deixando muitos jovens para trás no caminho do aprendizado.

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