O que acontece com o nosso corpo quando sentimos medo?

Veja como evitar essa sensação em relação aos estudos

O que acontece com o nosso corpo quando sentimos medo?

Veja como evitar essa sensação em relação aos estudos 

Medo, receio, apreensão, insegurança, preocupação, ansiedade, entre outros. É muito comum alguns estudantes terem essas sensações no momento do vestibular. A má notícia é que elas podem influenciar o seu desempenho, prejudicando o resultado.

Para evitar que isso aconteça, o prof. Rafa, de Biologia, e a Gabrielle Picholari, especialista em habilidades socioemocionais, vão nos ensinar como gerir e combater esses sentimentos.

Confira 5 perguntas respondidas e entenda o que acontece no nosso cérebro quando sentimos medo:

O que é o medo? 

“O cérebro límbico é o cérebro que nos ensina a sentir emoções. Elas, basicamente, nos levam para dois caminhos na vida: o medo e o amor”, introduz Picholari.

O medo é uma sensação gerada a partir de situações de perigo ou da preocupação de que algo aconteça de forma contrária ao que estava previsto. Ele pode causar o estresse, a ansiedade e sensações de “luta ou fuga” – luta para enfrentar essas situações e fuga para ficar bem longe delas.

Para entender o que acontece com os vestibulandos, precisamos lembrar que existem dois tipos de medo: o racional, quando pautado em algo possível, e  o irracional, quando não faz sentido e mesmo assim ele se faz presente. Além disso, os medos possuem diferentes variações, podendo ser uma apreensão ou, até mesmo, uma fobia.

“O medo é totalmente biológico. Ele ativa áreas do cérebro ligados a ponte, o bulbo, o tálamo, a massa cinzenta do córtex, entre outras regiões”, afirma o prof. Rafa. Ele explica ainda que uma vez estimulados, o sistema nervoso ativa a liberação de hormônios, como a adrenalina, que pode aumentar a frequência cardíaca e respiratória.

Para completar a nossa definição, é importante destacar que o medo é um reflexo emocional que serve para nos adaptarmos ao meio. Ou seja, se encarado como algo positivo e enfrentado numa boa, ele pode te ajudar a se preparar mais adequadamente para uma situação.

O que acontece no nosso cérebro quando sentimos medo? 

Agora que já temos uma ideia bem clara do que é o medo, precisamos entender o que acontece na nossa cabeça quando ele ocorre e como isso influencia os nossos estudos.

De acordo com o professor, o medo está associado à memória. Desta forma, um ambiente traumático, como salas de prova, ou um episódio recorrente, como realizar as provas de vestibular, pode estimular precocemente a ansiedade e o medo, fazendo com que o raciocínio e o aprendizado fiquem debilitados.

“Isso prejudica os estudos, estimula a liberação do hormônio cortisol – que também é liberado no estresse – e pode causar o famoso “branco’”, explica ele . Essa situação de ameaça acaba sobrecarregando o cérebro, principalmente na parte do córtex frontal, onde armazenamos a nossa memória recente.

A especialista em habilidades socioemocionais conta que o estresse é provocado justamente quando a gente recebe a emoção do medo, interpreta como  “eu não sou capaz de lidar com isso” e resulta em um sentimento de negatividade que pode provocar a ansiedade ou, até mesmo, a paralisia.

Esse branco, destacado pelo prof. Rafa, e a paralisia, comentada por Picholari, podem prejudicar o seu desempenho no momento da prova e pode inviabilizar que você acesse todo o conteúdo estudado – que está guardado na sua cabeça.

O mais curioso é que isso pode se tornar um círculo vicioso. Segundo uma pesquisa realizada com os alunos do Stoodi faltando apenas dois dias para a primeira prova do Enem 2017, os maiores medo dos estudantes são:

  • travar no momento da prova;
  • errar questões que já sabem;
  • dar o branco e não se lembrarem do que estudaram;
  • não conseguir terminar as questões a tempo;
  • ter um desempenho ruim.

Alguns desses medos, como o de travar e de ter um bloqueio na mente, são causados pelo estresse e medo irracional. A liberação do cortisol vai agir de forma que alimente esse ciclo e você vai precisar fazer alguma coisa para quebrá-lo.

Como evitar o medo e quebrar esse ciclo?

 

A boa notícia é que podemos fazer algo para reverter a situação. “É importante lembrar que o estímulo para a formação das emoções é inconsciente, mas o que você vai fazer com a emoção e como você vai reagir é controlável”, declara Picholari.

“Tanto a biologia quanto as áreas sociais pensam semelhante: a melhor forma de controlar o medo irracional, como o relacionado aos vestibulares, é reconhecer suas causas. Entender que o medo que você está sentindo tem solução e sentir confiança no trabalho feito até agora”, afirma o professor.

Portanto, a forma de resolver essas questões são:

  1. Entendendo o causador do medo e enfrentando.
  2. Reforçando a nossa confiança.

A primeira coisa que precisamos identificar nessa fase de enfrentamento é: meu medo é racional ou irracional?

O medo racional pode ser combatido com algumas medidas de precaução, já o irracional precisa de uma análise e, até mesmo, mudança de pensamentos sobre aquela situação.

Se você tem medo de se atrasar para a prova, pode se organizar para chegar antes. Agora, se o seu medo é ter um desempenho ruim, lembre-se que você estudou e se dedicou bastante – esse pensamento não vai agregar em nada, principalmente nesse momento.

Combata o medo com tudo aquilo que te faz sentir confiança. “Seja confiante em si mesmo, lembre-se da dedicação que teve aos estudos durante o ano, e controle seu nervosismo, pois essas ações serão suas aliadas frente o que vier”, conta o prof. Rafa.

De acordo com a pesquisa realizada com alunos do Stoodi antes do Enem, o que mais gera confiança para eles são:

  • Ter a consciência de que estudaram muito;
  • Sentir a aprovação interna e externa;
  • Conseguir revisar toda a matéria;
  • Saber que são melhores hoje do que eram ontem;
  • Fazer simulados ao longo do ano e acompanhar os resultados;
  • Lembrar que pais e amigos irão apoiar, independente da situação.

Por fim, nossa dica é: faça tudo que te gera confiança e enfrente os seus medos irracionais de perto. O primeiro enfrentamento é mais difícil, porém, com a prática, fica mais tranquilo. Isso vai te ajudar a ter inteligência emocional e desempenho superior na hora do vestibular.

 

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