Primeiro transplante de cabeça: conheça esse grande salto da medicina!

Você já ouviu a respeito do primeiro transplante de cabeça do mundo? Descubra se isso é possível e quais são as perspectivas para esse procedimento.

Primeiro transplante de cabeça: conheça esse grande salto da medicina!

Veja como como funciona um transplante de cabeça!

Rins, fígado, córneas, coração, pulmões — a Medicina já conseguiu transplantar vários órgãos em seres humanos para solucionar graves problemas de insuficiência, sendo que hoje em dia esses procedimentos têm um índice de sucesso muito alto.

Algumas situações ainda se mostram como grandes desafios para a Ciência, embora os cirurgiões estejam em busca de alternativas para vencê-los. O exemplo mais recente é o primeiro transplante de cabeça, que o Dr. Sérgio Canavero se propôs a realizar, apesar de toda a controvérsia que envolve essa técnica.

Ficou curioso para saber qual é a polêmica que envolve esse primeiro transplante de cabeça, como esse procedimento acontece e o que o neurocirurgião italiano já fez para demonstrar que a técnica é viável? Então, não perca este post! Vamos explicar tudo nos tópicos a seguir. Acompanhe!

O que é o transplante de cabeça?

Trata-se de uma cirurgia que ainda não foi realizada em humanos. Ela é considerada extremamente complexa e arriscada. Como você pode imaginar, todos os outros transplantes que citamos anteriormente preveem a inserção de apenas um ou dois órgãos no corpo do paciente e já envolvem uma série de riscos.

O transplante de cabeça parte de uma ideia que se diferencia do transplante convencional em vários aspectos. O neurocirurgião pretende unir a cabeça de um paciente vivo ao corpo de outra pessoa que já tenha sofrido morte cerebral.

Esse procedimento exigirá um trabalho delicadíssimo. Será necessário conectar a espinha, diversos nervos e também os vasos sanguíneos dessas duas partes distintas. Ao final do processo de recuperação, a mente do paciente deverá ser capaz de comandar tanto as ações automáticas do corpo (respiração, batimentos cardíacos, digestão etc.) quanto as voluntárias, como os movimentos.

Como aconteceu o primeiro transplante de cabeça?

Na verdade, o neurocirurgião ainda não realizou o primeiro transplante de cabeça do mundo em um paciente vivo. Sérgio Canavero anunciou, em novembro de 2017, que conseguiu fazer a cirurgia usando cadáveres. O objetivo do procedimento era verificar se existe realmente a possibilidade de religar a coluna vertebral, os nervos e os vasos sanguíneos das duas partes.

Talvez você esteja se perguntando: como é possível saber se essa religação deu certo se as duas partes usadas eram de cadáveres? A transmissão de eletricidade foi usada para realizar testes que, segundo o médico, comprovaram que a conexão funcionou.

A cirurgia durou cerca de 18 horas e foi realizada na China, na Universidade Médica de Harbin. A equipe de profissionais que realizou o procedimento foi liderada pelo cirurgião Xiaoping Ren, que já havia participado de uma experiência semelhante e feito um transplante de cabeça em macacos.

Qual é o próximo passo para o desenvolvimento do transplante de cabeça?

recuperação transplante de cabeça

O neurocirurgião afirmou também que o próximo passo, que é a realização de transplantes de cabeça como tratamento em seres vivos, está iminente. Ele já tem até mesmo um candidato à cirurgia: o russo Valery Spiridonov, de 30 anos.

Spiridonov se voluntariou para participar do experimento porque sofre da Síndrome de Wrdnig-Hoffman, uma doença muscular terminal, degenerativa e de origem genética. Também conhecida como atrofia muscular-espinal, ela causa a perda progressiva da força dos músculos e paralisa, inclusive os órgãos vitais, inviabilizando a respiração e os batimentos cardíacos e levando o paciente à morte.

O objetivo do neurocirurgião é transplantar a cabeça de Spiridonov para o corpo de um doador em morte cerebral. Portanto, o paciente teria um novo corpo, sem as atuais limitações causadas pela sua doença.

A esperança de Spiridonov é de que o transplante seja capaz de aumentar sua vida em alguns anos. Segundo Canavero, essa cirurgia também seria uma alternativa para pacientes que tiveram praticamente todo o organismo tomado pelo câncer ou para quem sofreu graves acidentes e perdeu os movimentos do corpo.

Qual é o procedimento cirúrgico para o transplante de cabeça?

Embora especialistas afirmem que a cirurgia de Sipiridonov deve durar cerca de 36 horas, Canavero pretende realizá-la na metade desse tempo. Ela envolverá a participação de 150 médicos e enfermeiros e a projeção de custos para o procedimento é de 11 milhões de dólares.

Em primeiro lugar, será necessário resfriar tanto o cérebro de Spiridonov, quanto o corpo que será transplantado. A temperatura deles deve permanecer entre 10 e 15 graus Celsius, para permitir que as células (especialmente as cerebrais) sobrevivam sem oxigênio durante o tempo de duração da cirurgia.

Depois dessa etapa, os médicos devem dissecar os tecidos ao redor do pescoço do doador e do voluntário. As artérias e grandes vasos serão isolados e então interligados por meio de pequenos tubos, promovendo a conexão entre a cabeça de Spiridonov e o corpo transplantado.

O passo seguinte é cortar as duas medulas e posicionar a cabeça do paciente no corpo do doador. Elas serão unidas por meio de uma substância chamada polietilenoglicol, que tem a capacidade de preservar as membranas celulares e ajuda a recuperar o local do corte.

Caso essa opção não funcione e não seja possível unir as medulas com o polietilenoglibol, Canavero prevê algumas alternativas: células-tronco, células olfativas autorregenerativas ou membranas estomacais.

Segundo o neurocirurgião, todas essas técnicas têm sido testadas recentemente e apresentado sucesso. Portanto, elas são consideradas promissoras e adequadas para esse procedimento de transplante de cabeça.

Depois de unir as medulas, os médicos irão conectar todas as outras estruturas que fazem parte do pescoço, como músculos e vasos sanguíneos menores. Para manter essas conexões intactas, o paciente será mantido em coma durante cerca de 30 dias, garantindo que ele não faça nenhum movimento que coloque em risco as ligações.

Porém, mesmo enquanto ele estiver em coma, sua medula será estimulada. O corpo terá eletrodos implantados, cuja função é liberar descargas elétricas controladas para manter a atividade neural e estimular a formação de novas conexões.

Spiridonov também não poderá andar até pelo menos um ano depois da intervenção cirúrgica. Além disso, como em todo transplante, o paciente precisará tomar medicamentos para reduzir a imunidade e evitar a rejeição.

Transplante de cabeça funciona?

Como vimos, esse procedimento ainda não foi realizado em seres humanos vivos. O transplante já foi feito em um macaco, que sobreviveu e não apresentou nenhuma lesão neurológica. Porém, por questões éticas, ele foi sacrificado 20 horas após a cirurgia.

Por que o transplante de cabeça gera polêmica?

A técnica de Canavero é bastante criticada por especialistas, principalmente por razões éticas. Outro grupo de médicos tem dúvidas quanto à possibilidade de realmente conectar com sucesso a cabeça do paciente ao corpo do doador.

Finalmente, só o tempo mostrará se a técnica proposta por Canavero será uma grande aberração ou um enorme salto da Medicina. Vale lembrar que mesmo procedimentos muito usados atualmente, também enfrentaram preconceito quando foram criados, como os transplantes de coração.

E então, você já conhecia esses fatos sobre o primeiro transplante de cabeça? Quer saber mais sobre o maior desafio para a realização dessa cirurgia, que é a conexão do Sistema Nervoso? Assista à nossa videoaula sobre o assunto e saiba mais!

1 comment
  1. Na minha humilde opinião ,teria que fazer vários testes em animais por exemplo,até chegar nos humanos ,vai que seja possível

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