Sarampo: prevenção, sintomas, transmissão e tratamento!

Entenda o que é o sarampo, seus sintomas, causas e como prevenir!

Sarampo: prevenção, sintomas, transmissão e tratamento!

Na infância, temos contato com várias doenças. Algumas recorrentes e mais simples, outras muito mais graves. Esse é o caso do sarampo, doença grave e contagiosa. Além de ser muito importante controlar o sarampo, é essencial conhecer sobre ele e tudo o que pode causar.

Além de ser importante entendermos como essa doença funciona, lembre-se que muitos vestibulares gostam de trazer o sarampo como exemplificação de uma doença viral. Saiba mais com o Stoodi!

Quer saber mais sobre o sarampo? Então continue lendo este artigo e descubra tudo sobre essa doença!

O que é o sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa considerada aguda, viral e muito grave. Apesar de ser transmitida pelas vias aéreas e pelo contato entre as pessoas, pode e deve ser prevenida pela vacinação, fornecida gratuitamente pelos órgãos de saúde.

Apesar de ser mais comum na infância, pessoas de qualquer idade podem contrair a doença. As complicações decorrentes da infecção são preocupantes, principalmente quando envolvem crianças desnutridas e com menos de um ano de idade.

Em alguns lugares do mundo, o sarampo está entre as principais causas da mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade. Apesar de ser mais comum em países subdesenvolvidos, o sarampo tende a reaparecer em casos de não-vacinação da população, como é o caso de alguns estados brasileiros em 2018.

Não há causas específicas para o sarampo. O vírus continua em circulação devido ao fato de que nem todas as pessoas são imunes. Os surtos de sarampo que vez ou outra aparecem, se devem justamente à presença de uma parcela da população que não foi imunizada, seja por falta de cobertura, seja por falta de informação.

Sarampo: agente causador

O vírus do sarampo possui genoma ARN simples, envelopado, que induz à fusão de células infectadas, resultando na presença de células gigantes, que circulam e se multiplicam sem serem reconhecidas pelos anticorpos.

A infecção ocorre por meio da fusão da membrana do vírus (o envelope) com a membrana da célula. A reprodução viral, por sua vez, toma lugar no citoplasma celular, de modo que a multiplicação dos vírus leva à destruição das células (exceto os neurônios).

Quando a doença é curada, o paciente passa a ser imune ao sarampo pelo resto de sua vida.

Sintomas

Os sintomas do sarampo aparecem em diferentes fases da doença. Em um primeiro momento, conhecido como período prodrômico, no qual o diagnóstico pode ser feito, os sintomas incluem:

  • conjuntivite;
  • coriza;
  • dificuldade de ingestão;
  • dor de garganta;
  • febre alta (cerca de 40ºC);
  • fotofobia;
  • infecção no nariz;
  • mal-estar geral;
  • sinal de Koplik (pontos brancos envoltos por uma vermelhidão, agrupando-se na mucosa interna das bochechas); e
  • tosse com catarro.

O segundo estágio do sarampo é conhecido como período exantemático, no qual ocorre a piora dos sintomas descritos acima, gerando complicações como:

  • alta produção de muco nos pulmões;
  • erupções cutâneas. Surgem primeiramente na cabeça e “descem” para os pés, desaparecendo no período de 7 a 10 dias;
  • inflamações na boca e faringe;
  • rouquidão;
  • secreções nas vias respiratórias.

Por fim, o terceiro estágio da doença, conhecido como período descamativo, leva ao escurecimento das manchas e descamação da pele. A febre e a tosse tendem a diminuir, mas podem surgir complicações:

  • conjuntivite agressiva;
  • diarreia;
  • encefalite;
  • otite;
  • panencefalite esclerosante subaguda (evolução da encefalite em casos raros);
  • pneumonia.

As possíveis complicações do terceiro estágio são as mais agressivas, acometendo o sistema nervoso central e levando ao risco de morte. Na maior parte dos casos, os sintomas iniciais são confundidos com a gripe.

O sarampo é muito reconhecido pelas manchas no corpo, que aparecem junto com lesões dolorosas na boca e na garganta. Geralmente, a maior parte dos pacientes tratados não passa do estágio da descamação da pele, se curando logo em seguida.

Prevenção

mulher com dor sarampo

A prevenção ao sarampo é feita exclusivamente por meio da vacinação. Normalmente, as crianças já nascem com alguns anticorpos, herdados da mãe, protegendo-as até o momento em que se toma a primeira dose da vacina. Geralmente, esse momento ocorre já nos primeiros dois anos de vida.

Uma segunda dose de vacinação é necessária quando as crianças têm entre quatro e cinco anos de idade. No caso de existir alguma criança identificada com a doença, recomenda-se que toda e qualquer pessoa da região ainda não vacinada seja imunizada. Além disso, é fundamental que os pacientes contaminados se mantenham reclusos em casa, diminuindo, assim, as chances de contaminação de terceiros.

Graças às recorrentes campanhas de vacinação nas últimas décadas, o número de casos de sarampo caiu em mais de 60%, segundo a OMS. Isso significa que, de cerca de 873.000 mortes, passou-se a 345.000 em 2005. Nos três anos seguintes, esse número reduziu ainda mais, para 164.000. Desse total, quase 80% das mortes por sarampo ocorreram no Sudeste Asiático, ainda pouco imunizado.

Os adultos que nunca foram vacinados devem procurar se imunizar o quanto antes, desde que não estejam inseridos nos grupos de risco, como grávidas, lactantes e pessoas com baixa imunidade. Após os 20 anos de idade, os riscos de morte por sarampo aumentam consideravelmente.

Apesar das polêmicas, já foi comprovado por diversas vezes que as vacinas contra o sarampo, a poliomielite e a rubéola não aumentam as chances de desenvolvimento de autismo ou transtornos semelhantes. O ideal é procurar se imunizar o mais rápido possível.

Aqui no Brasil, a vacinação é feita nas Campanhas Nacionais de Vacinação, principalmente contra a Poliomielite e o Sarampo. O esquema vacinal funciona de acordo com a faixa etária, considerando que:

  • crianças de 1 a 5 anos de idade: uma dose (tríplice viral) aos 12 meses e outra (tetra viral) aos 15 meses de idade;
  • crianças de 5 a 9 anos que não foram vacinadas: duas doses da tríplice;
  • adolescentes e adultos com até 49 anos de idade: de 10 a 29 anos, duas doses da tríplice. De 30 a 49 anos, uma dose da tríplice viral.

Após os 50 anos de idade, o Ministério da Saúde não incentiva a vacinação, pois parte-se do pressuposto de que essas pessoas já tiveram sarampo em algum momento da vida, tornando-se, assim, imunes à doença.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, principalmente por meio da identificação das manchas de Koplik, muito características do sarampo. Além disso, é possível realizar a dosagem dos anticorpos do paciente por meio de amostras sanguíneas.

Algumas das técnicas utilizadas no diagnóstico em laboratório incluem:

  • ensaio imunoenzimático para dosagem de IgM e IgC (EIE/ELISA);
  • inibição da hemaglutinação para dosagem de Ac totais (HI);
  • imunofluorescência para dosagem de IgM e IgC;
  • neutralização em placa.

De todos os exames acima, no Brasil o mais utilizado é o ELISA.

Transmissão do sarampo

A transmissão do sarampo ocorre de modo direto, principalmente por meio de tosse, espirros, gotículas expelidas na fala e contatos íntimos, como beijos. Além disso, qualquer outra forma de contato com fluidos do nariz e da boca das pessoas infectadas leva à contaminação.

Copos e talheres utilizados por pessoas doentes também podem ser vetores de contaminação. Por ser altamente contagiosa, cerca de 90% das pessoas que não foram imunizadas são contaminadas se compartilham o mesmo ambiente de alguém infectado. Algumas horas de contato por dia são suficientes para se contaminar.

O período contagioso se inicia cerca de 2 a 4 dias antes do aparecimento das manchas (quando geralmente o paciente é diagnosticado e retirado de circulação). As possibilidades de transmissão se estendem entre 2 e 5 dias após o surgimento das manchas, totalizando cerca de nove dias de alta transmissão.

Por esses fatores, crianças contaminadas com o sarampo não devem frequentar a escola por, pelo menos, cinco dias após o surgimento das manchas na pele, sendo que é fundamental que se informe a escola para que todas as outras crianças sejam vacinadas.

Apesar de a vacina ser barata, eficaz e muito segura, mais de 95% das mortes decorrentes do sarampo se devem aos sistemas de saúde deficientes de países subdesenvolvidos. A estimativa mais recente é de que cerca de 20 milhões de pessoas no mundo todo foram contaminadas pelo sarampo no ano de 2010.

O risco de contaminação é especialmente grave para os grupos de risco, que citamos anteriormente. As gestantes, por exemplo, correm risco de abortar. Crianças muito jovens e idosos podem sofrer complicações perigosas, levando, inclusive, ao perigo de morte.

Sarampo: tratamento

Não existe um tratamento viral para o sarampo. Apenas os sintomas são tratados, de modo que é preciso aguardar o ciclo natural da doença passar. O ideal é buscar fortalecer o sistema imunológico, se hidratando, comendo de maneira saudável e buscando suplementação de vitamina A.

Além disso, é comum tratar a febre, as náuseas e os vômitos com medicamentos específicos. O repouso é fundamental para que a cura aconteça com sucesso, diminuindo também as chances de contágio. É indicado que o paciente fique de repouso por, pelo menos, cinco dias após o surgimento das manchas na pele.

As complicações decorrentes do quadro de sarampo são o maior risco da doença, uma vez que podem atingir até mesmo o sistema nervoso do paciente. De fato, a maioria dos casos de morte por sarampo estão relacionadas com as complicações associadas a ele.

É comum que as pessoas desenvolvam quadros de conjuntivite, pneumonia e otite por conta do sarampo. Essas doenças devem ser tratadas de acordo, evitando a evolução para casos mais graves.

Em geral, os pacientes costumam apresentar uma recuperação tranquila. Entretanto, os grupos de risco estão mais sujeitos a sofrer complicações, principalmente no sistema respiratório e nervoso.

Polêmica da campanha de vacinação sarampo 2018

Um dos maiores problemas do ano de 2018 é, sem dúvidas, o surto de “fake news”. As fake news são notícias falsas, que são espalhadas pela população (e por partes interessadas), com o objetivo de confundir e influenciar as decisões das pessoas.

A eleição para presidente no Brasil em 2018, por exemplo, foi fortemente impactada pela proliferação de notícias falsas. Geralmente, tendem a favorecer um determinado grupo em detrimento de outro. Entretanto, o perigo das fake news não atingiu apenas o cenário político, mas também setores muito importantes para o bem-estar social, como a saúde.

As redes sociais são, hoje em dia, fonte de informação para grande parte da população brasileira. O que antes poderia ser visto como crescimento no acesso à informação, tornou-se um perigo, principalmente por conta da disseminação das fake news.

A campanha de vacinação de agosto de 2018 registrou uma das maiores quedas nas imunizações em todos os tempos. Entre vários motivos, se destaca a proliferação de notícias falsas, que incluem frases como:

  • “A vacina é mortal”;
  • “As doses utilizadas pelo governo já mataram milhares de pessoas”;
  • “Não vacine seus filhos, é um grande risco!”.

Esse tipo de desinformação é compartilhada, principalmente, nos aplicativos de mensagens como o WhatsApp, onde o controle da veracidade da informação é muito complicado.

Com uma meta de vacinação de 90% para crianças com até 5 anos de idade, o Ministério da Saúde registrou que apenas 73% delas foram imunizadas. Segundo o ministro, a principal causa foi, de fato, a grande disseminação de boatos na internet.

Antes considerado erradicado no Brasil, o sarampo voltou com força, com surtos em alguns estados do país. No ano de 2017, tanto o Distrito Federal quanto outros 20 estados não conseguiram atingir a meta de imunização de 95% das crianças. Pará, São Paulo e Acre são os que apresentam os piores índices.

Em 2018, tanto o Amazonas quanto o estado de Roraima enfrentam surtos da doença. Além disso, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rondônia já têm casos confirmados. A preocupação é grande não apenas com as crianças, mas também com os adultos que não estão imunizados, uma vez que após os 20 anos os riscos de complicações são crescentes.

Uma das doenças mais contagiosas e comuns em todo o mundo, o sarampo ainda constitui um grande risco, principalmente para crianças e idosos. É fundamental que a população contribua nas campanhas de vacinação, imunizando seus filhos. Afinal de contas, apenas com o total controle epidemiológico por meio das vacinas será possível erradicar de vez esse mal.

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