Êxodo rural: definição, causas e consequências!

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Êxodo rural: definição, causas e consequências!

As movimentações de pessoas pelo mundo estão relacionadas às dinâmicas demográficas e são motivadas por diversos fatores. São chamadas de movimentos migratórios. A migração pode ter como fator impulsionador situações de guerra, pobreza, busca por trabalho, entre outros motivos.

A migração pode acontecer internacionalmente, de um país para o outro, ou dentro de um mesmo território, como acontece com o êxodo rural, que compreende a movimentação de moradores do campo que vão para a cidade em busca de melhores condições de vida.

Quer saber tudo sobre esse assunto importante da Geografia? Então leia este post até o final.

O que é êxodo rural?

O significado de êxodo rural relaciona-se ao movimento migratório das populações que vivem no campo em direção aos grandes centros urbanos. Pode ser caracterizado como simplesmente migratório, quando acontece dentro dos limites de uma mesma nação, ou, então, como emigratório, quando essas pessoas se movimentam para outros países.

Apesar de afetar praticamente a maioria dos países, o êxodo rural tende a ser mais forte nos locais onde as diferenças de condição de vida entre campo e cidade são maiores. Ou seja, ele tende a ocorrer em situação de baixa qualidade de vida no campo.

Causas do êxodo rural

São várias as causas que podem motivar alguém a abandonar a vida no campo para tentar a sorte na cidade grande. Entre todos os fatores que influenciam nesse movimento, existe o grande mito de que os grandes centros urbanos fornecem as melhores oportunidades de crescimento socioeconômico.

O êxodo rural pode ser motivado por diferentes aspectos. Didaticamente, podemos dividi-los entre fatores repulsivos e atrativos.

Fatores atrativos do êxodo rural

Ocorrem pela imagem de mais oportunidades fornecidas nas cidades. A força de atração das cidades age de maneira mais forte do que a força de repulsão do campo. As pessoas tendem a buscar essa movimentação como forma de conseguir melhores ofertas de emprego, por meio da industrialização urbana.

Além disso, consideram que, nas cidades, terão melhores condições financeiras. O rápido acesso a bens materiais, serviços e produtos, além da maior oferta de serviços públicos como hospitais e escolas, também funciona como um fator atrativo para a população proveniente do campo.

Maiores interações culturais também podem exercer atração para a emigração rural.

Fatores repulsivos do êxodo rural

Já as forças de repulsão atuam quando os processos socioeconômicos de uma sociedade afastam a população do campo. Os principais fatores que causam essa força repulsiva são:

  • concentração fundiária: pouca disponibilidade de terras produtivas para os mais pobres. As grandes áreas de terras férteis estão concentradas nas mãos de poucos empresários latifundiários;
  • baixos salários: a renda das pessoas que trabalham no campo, principalmente em propriedades de terceiros e em grandes latifúndios, tende a ser muito baixa;
  • mecanização do campo: os grandes avanços obtidos na agropecuária fizeram com que vários postos de trabalho fossem extintos.

No exterior, os países que hoje são considerados desenvolvidos tiveram seu processo de urbanização já a partir do século XVIII. Cidades como Londres e Paris se tornaram, então, grandes centros urbanos, atraindo milhares de pessoas.

Entretanto, carregavam uma grande carga de problemas sociais, apresentando grande miséria. Esses problemas só foram resolvidos décadas depois por meio de reformas urbanas.

Nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, o processo de urbanização é muito recente, de modo que vários países se encontram no início desse ciclo. Nesse caso, os fatores repulsivos atuam de maneira muito mais forte que a atração dos centros urbanos.

Consequências do êxodo rural

cidade exodo rural

O movimento migratório em direção às grandes cidades é o responsável pelo aumento de muitos problemas sociais. Eles acabam atingindo não somente aqueles que se mudaram para os centros urbanos, mas também quem já vive neles.

O movimento de saída do campo faz com que se diminua a população rural de um país, gerando escassez de mão de obra, diminuindo também os níveis de produção de alimentos e de matéria-prima. Em uma escala maior, isso resulta em um processo inflacionário e no aumento do custo de vida da população.

Nas áreas urbanas, o êxodo rural é responsável por vários problemas de ordem social e estrutural. Entre eles, podemos citar:

Desemprego

Com o considerável acréscimo populacional nas cidades, em ritmo acelerado e em um curto espaço de tempo, o mercado de trabalho é incapaz de absorver toda essa mão de obra, resultando em altos níveis de desemprego. Além disso, geralmente a população migratória não apresenta qualificações profissionais, o que dificulta ainda mais sua recolocação no mercado.

Desigualdade social

O contexto migratório urbano, em decorrência do crescimento do desemprego e das condições de vida precária, auxilia na escalada da desigualdade social. Em países emergentes, que já apresentam altos níveis de desigualdade, esse processo só faz acelerar o contexto social desigual, resultando na presença de populações muito pobres.

Marginalização

Sem oportunidades de emprego e com poucas perspectivas de melhoras, o surgimento das atividades ilícitas, dos subempregos e de facções criminosas ganha espaço. Não à toa, a falta de oportunidades é um dos principais motivos para o crescimento da violência em qualquer país do mundo.

Êxodo rural no Brasil

O êxodo rural brasileiro teve início na época colonial, quando as pessoas se deslocavam entre engenhos e regiões mais produtivas. A mineração, no século XVIII, também levou muitos camponeses para as regiões de produção mineral.

O mesmo aconteceu no século seguinte, com o chamado Ciclo do café. Aqui, o Sudeste já se mostrava como o principal destino dos moradores do campo.

No final do século XIX, o movimento voltou-se para a Amazônia, principalmente para as atividades relacionadas à extração de borracha. Entretanto, somente a partir de 1930, as cidades passaram a receber de forma massiva as populações camponesas.

Esse período teve como principal motivador o processo de industrialização brasileira. Acelerado até os anos 1950, vem se estabilizando desde então, com tendências de que 90% da população brasileira esteja vivendo em cidades.

O êxodo rural é um movimento migratório muito importante para a dinâmica e a organização social de um país. É por meio dele que se formam e crescem as cidades e grandes centros urbanos, trazendo consigo uma série de problemas estruturais.

Cabe a cada nação conseguir oferecer melhores condições de vida para todos, desde os que moram em centros urbanos a, principalmente, camponeses, evitando o esvaziamento do campo.

Aprendeu bastante sobre o êxodo rural? Então não deixe de ver nosso artigo sobre trabalho infantil. Aproveite também para dar aquela conferida no post que trouxemos sobre o que mais cai na prova de Geografia do Enem!  Cadastre-se gratuitamente:

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