Anelídeos: o que são, características e mais!

Você sabe o que são anelídeos? Confira suas principais características, o funcionamento dos sistemas digestório, reprodutor, respiratório e excretor.

Anelídeos: o que são, características e mais!

Minhocas, sanguessugas e outros animais invertebrados de corpo mole, cilíndrico e dividido em anéis (daí a origem de seu nome) são classificados como anelídeos, pertencentes ao filo Annelida.

Existem mais de 15 mil espécies que fazem parte desse filo. Normalmente, elas vivem na água (doce ou salgada) ou em locais de solo úmido. A principal característica dos anelídeos, além dos anéis (metâmeros), é a simetria bilateral e o revestimento por celoma.

Alguns desses animais são de grande importância para o equilíbrio ecológico, pois se alimentam de detritos e restos orgânicos de vegetais e de outros animais. No caso das minhocas, ao escavarem túneis na terra, ainda contribuem para a fertilidade do solo.

Quer saber mais sobre os anelídeos? Continue a leitura e descubra suas principais características e sua função na natureza.

O que são anelídeos?

Anelídeos são animais cuja estrutura corporal é composta por anéis, os metâmeros, revestidos por celoma.

O celoma, por sua vez, é uma cavidade revestida pela mesoderme, na qual se alojam os órgãos internos do animal. Como os anelídeos não têm esqueleto, é o celoma que sustenta o corpo e auxilia na locomoção.

Normalmente, os anelídeos têm simetria bilateral e são animais triblásticos (ou seja, possuem ectoderme, endoderme e mesoderme). Por suas características, os anelídeos são vermes mais desenvolvidos do que os platelmintos e nematelmintos.

Classificação dos anelídeos

Existem três grupos de anelídeos, classificados de acordo com a presença ou ausência de cerdas:

  • os oligoquetos apresentam cerdas curtas e em pequena quantidade, além de não terem parapódios (nome de cada um dos apêndices que emergem das laterais de cada segmento do corpo dos anelídeos) e cabeça diferenciada. São hermafroditas, encontrados no solo úmido ou em meio aquático. Exemplos de animais oligoquetas são as minhocas, o minhocuçu e o tubifex;
  • os hirudíneos ou aquetas não possuem cerdas e nem parapódios. Também são hermafroditas e vivem em meio aquático ou terrestre úmido. Possuem ventosas que ajudam na locomoção, fixação e ingestão de alimentos. A sanguessuga é um exemplo dessa classe;
  • os poliquetos apresentam cerdas e parapódios e vivem em ambiente aquático. É possível diferenciar cabeça e tentáculos. Nereis e tubícolas são representantes dessa classificação.

Anelídeos: características

Os anelídeos pertencem ao filo Annelida, palavra que vem do latim annulus, cujo significado é anel. A presença de anéis é a sua principal característica. Além disso, são animais celomados (com a presença de celoma).

Sua respiração pode ser cutânea (as trocas gasosas são feitas pela pele) ou branquial, no caso dos anelídeos aquáticos. O sistema nervoso é ganglionar, formado por um par de gânglios cerebrais, de onde partem dois cordões nervosos ventrais.

Uma curiosidade desse filo é que existem animais de diferentes tamanhos, variando entre os microscópicos e outros com mais de 2 metros (caso da megascolides australis, uma espécie de minhoca originária de regiões tropicais da Austrália, e do minhocuçu).

Sistema digestório e excretor

Apesar de sua simplicidade, os animais anelídeos têm sistema digestório completo, o que significa que possuem boca e ânus. Além disso, possuem papo, moela e intestino. Os alimentos são triturados na moela e a absorção de nutrientes ocorre no intestino. A digestão é extracelular, ou seja, ocorre fora das células, por meio da ação de enzimas digestivas.

Dependendo da espécie, esses animais podem ser herbívoros, carnívoros ou hematófagos.

A excreção é realizada pelos nefrídios, que são estruturas que filtram os líquidos do sangue e do celoma e eliminam as excretas.

Reprodução dos anelídeos

Esses animais podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada, dependendo da classificação. Algumas espécies são hermafroditas e outros apresentam sexos separados.

A fecundação pode acontecer de forma externa, com a liberação de gametas na água, ou interna. Alguns animais apresentam uma fase larval.

A maioria dos poliquetos são dioicos, ou seja, apresentam sexos separados. A fecundação é externa, e dos ovos nasce uma larva que se desenvolve até o tamanho adulto. Algumas espécies, porém, fazem reprodução assexuada, com o brotamento ou fragmentação do próprio corpo.

Os oligoquetos, em sua maioria, são hermafroditas e apresentam fecundação cruzada (ou seja, os dois indivíduos se reproduzem). No acasalamento, dois oligoquetos se unem ventralmente e os gametas masculinos são armazenados em uma estrutura denominada receptáculo seminal. Numa região chamada clitelo, são liberados óvulos no interior de um casulo, que migram até o receptáculo seminal.

Após a fecundação, o casulo é liberado no solo úmido. Dos ovos eclodem animais semelhantes aos adultos, o chamado desenvolvimento direto.

Grande parte dos hirudíneos também é hermafrodita, e, portanto, apresentam fecundação cruzada. O desenvolvimento também é direto.

Sistema circulatório dos anelídeos

O sistema circulatório dos anelídeos é fechado, o que significa que o sangue corre dentro de vasos condutores, sendo um dorsal e outro ventral. Além disso, algumas espécies possuem um conjunto de vasos contráteis, que podem ser comparados ao coração, pois impulsionam o sangue pelo corpo.

Em sanguessugas e em algumas espécies pequenas, a circulação ocorre na cavidade celomática.

sanguessuga anelídeos

Exemplos de anelídeos

Confira alguns dos principais representantes do filo Annelida:

Minhocas

As minhocas são os anelídeos mais conhecidos. Seu corpo é formado por anéis, a respiração é cutânea e são animais hermafroditas, o que significa que se reproduzem por meio do processo de fecundação cruzada.

Têm grande importância na natureza, pois os túneis que escavam permitem a penetração de água e ar no solo, facilitando o desenvolvimento de raízes das plantas. Além disso, elas se alimentam de material orgânico do solo e, ao eliminarem suas fezes, produzem húmus, importante para a fertilidade.

Minhocuçu

Esse animal é uma espécie de minhoca que pode atingir até dois metros de comprimento. Sua coloração varia de preto a vermelho. Ao se reproduzirem, cada ovo pode gerar de dois a três animais.

O minhocuçu vive em diferentes regiões do cerrado brasileiro, e costuma ser utilizado como isca para pesca. Por essa razão, já existem iniciativas, como o Projeto Minhocuçu, criado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), visando sua preservação.

Tubifex

Trata-se de um anelídeo de água doce, que mede em torno de 1 centímetro, e pode criar colônias. Eles se alimentam de detritos, e sobrevivem inclusive em águas poluídas e pouco oxigenadas.

Sanguessuga

A sanguessuga vive em ambiente aquático, é hermafrodita e geralmente se alimenta do sangue de outros animais (hematófagas). No entanto, existem também sanguessugas carnívoras.

O animal se fixa no corpo de outro por meio de ventosas, e consegue permanecer alimentando-se por bastante tempo sem ser notado, uma vez que produz uma substância com ação anestésica.

No passado, as sanguessugas eram utilizadas de forma medicinal, para realizar sangrias no paciente. Acreditava-se que o fato de sugarem o sangue contribuía para o tratamento de hipertensão arterial e enfisema pulmonar.

Nereis

O animal, também chamado de nereide, é um predador marinho, da classe poliqueta (possui parapódios), que se desloca por meio de movimentos laterais. Em sua cabeça existem estruturas sensoriais e um par de mandíbulas.

Além desses tipos mais comuns, existem outros anelídeos, como a espécie Serpula vermicularis, encontrada mais frequentemente no território português, e vermes marinhos poliquetos. Embora os anelídeos sejam invertebrados, nem todos os invertebrados pertencem ao filo Annelida.

Quer conhecer mais sobre as características de cada animal? Continue em nossa página e leia mais sobre o reino animal. Aproveite também para resolver exercícios de biologia!

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