Tarsila do Amaral: obras, biografia e mais!

Tarsila do Amaral, uma das pintoras mais importantes do Brasil: biografia, principais obras, Modernismo brasileiro e curiosidades.

Tarsila do Amaral: obras, biografia e mais!

Se você não sabe quem foi Tarsila do Amaral, pelo menos já deve ter visto um de seus quadros. Um cara com pés imensos e uma cabeça minúscula, torrando no sol ao lado de um cactos. Lembra algo? O quadro Abaporu foi um dos marcos do Modernismo brasileiro nas artes, e a pintora Tarsila virou um dos grandes ícones desse movimento.

Se você quer entender por que Tarsila do Amaral e o Abaporu são tão importantes para a cultura brasileira e, portanto, são conteúdos visados para cair na prova de Linguagens no Enem, vem com a gente nesse texto sobre a vida e obra da artista!

Biografia de Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, em Capivari, interior de São Paulo. Sua família era abastada e, desde criança, Tarsila tinha amplo contato com a cultura europeia, tendo ido passar uma temporada em Barcelona para terminar os estudos. Foi nessa época que ela começou a pintar, fazendo seu primeiro quadro, Sagrado Coração de Jesus, em 1904. Tarsila pintava, desenhava e era tradutora — estudou em vários colégios da Europa, agregando fortes influências.

Quando voltou ao Brasil, Tarsila casou-se com André Teixeira Pinto e eles tiveram uma filha, Dulce. Alguns anos depois eles se separaram, e Tarsila passou a se dedicar aos estudos em arte. Teve aulas com o famoso escultor Zadig, e estudou desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Sua amizade com Anita Malfatti, outra importante pintora do Modernismo brasileiro, começou nessa época.

Foi estudar em Paris em 1920, na prestigiada Académie Julien, sob orientação do professor Émilie Renard. De lá Tarsila ficou sabendo pelas cartas da amiga Anita Malfatti da Semana de Arte Moderna que acontecia no Brasil em fevereiro de 1922.

Tarsila morreu em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973, de causas naturais, aos 86 anos. A artista deixou uma coleção de mais de 2.300 obras, entre pinturas, desenhos, ilustrações, gravuras e esculturas.

Durante o Modernismo brasileiro, Tarsila se tornou um dos ícones do movimento, pintando temas brasileiros e retratando as mudanças urbanas pelas quais passavam o país. Sua pintura costuma ser dividida em algumas fases, que vamos conhecer agora.

Modernismo

abaporu tarsila do amaral

Em 1922, Tarsila conheceu os artistas modernistas que estavam propondo uma nova forma de arte, a pintora Anita Malfatti e os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Eles ficaram conhecidos como o Grupo dos Cinco, defendendo as ideias de liberdade e experimentação da Semana de Arte Moderna e liderando o movimento no Brasil.

No ano seguinte, Tarsila viajou para Paris com o então namorado, Oswald de Andrade, onde conheceu Pablo Picasso, o cineasta Jean Cocteau, os músicos Stravinsky e Eric Satie, o poeta franco-suíço Blaise Cendrars e o mestre cubista Fernand Léger. Foi nesta época que Tarsila pintou A negra, quadro que deu a ela o lugar de destaque na produção artística brasileira daquele momento.

Pau Brasil

A fase Pau Brasil foi marcada pelo início de cores que não abandonariam mais as obras de Tarsila do Amaral. O azul, o rosa, o amarelo e o verde eram cores que a lembravam da infância no interior, e ela mesclou essas cores com a linguagem cubista que havia aprendida em Paris.

Foi uma série de desenhos dessa época que inspirou Oswald de Andrade a escrever o livro de poesias Pau-Brasil, assim como o poeta Cendrars a escrever Feuilles de route – Le formose.

Movimento antropofágico

O Abaporu foi o quadro que deu início ao que viria a ser o movimento antropofágico, que depois foi incorporado por diversos artistas não só nas artes plásticas como também na música, na literatura e no cinema. O quadro foi um presente de Tarsila ao marido Oswald de Andrade, em 1928.

Abaporu quer dizer “que come carne humana, antropófago”. O movimento antropofágico propunha “engolir” a cultura europeia, que era a mais aceita na época, e então a transformá-la em algo tipicamente brasileiro.

Social e NeoPau-Brasil

Durante uma viagem a Moscou, em 1931, Tarsila se sensibilizou às causas operárias e, quando voltou ao Brasil, participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro e foi presa por um mês, acusada de subversão.

Em 1933, Tarsila pintou Operários, um dos quadros que deu origem à pintura de temática social no Brasil.

Mais tarde, na década de 1950, Tarsila voltou ao estilo Pau Brasil, mas sua pintura foi afetada por duas tragédias: em 1949, sua neta Beatriz morreu afogada, e em 1966, sua única filha, Dulce, faleceu por causa de complicações relacionadas a diabetes. Algumas obras desse período não se encaixam em nenhuma das fases da pintora.

Obras de Tarsila do Amaral

Uma de suas primeiras obras mais conhecidas retrata a pintora em uma festa em homenagem a Santos Dumont em Paris, em 1923. O autorretrato Manteau Rouge mostra Tarsila em um estonteante casaco vermelho. Nessa época, a artista também pintou retratos de seus amigos Oswald de Andrade e Mário de Andrade.

A negra, de 1923, momento inaugural do Modernismo, mostrava uma mulher negra em destaque, coisa que até então não se fazia nas artes brasileiras.

Na fase Pau-Brasil, Tarsila pintou algumas de suas obras mais belas, como O mamoeiro, Morro da favela, Carnaval em Madureira e O pescador.

Durante o movimento antropofágico, Tarsila pintou suas obras primas: Abaporu, A lua, Sol poente e Antropofagia.

Em 1933, a artista pintou Operários e Segunda classe, durante a fase social. Alguns de seus trabalhos posteriores são Costureiras, Orfanato e Retrato de Beatriz.

Voltando ao estilo do Pau-Brasil, Tarsila fez Praia, Primavera, Roda e Terra.

Curiosidades

Tarsila era dona de uma das coleções privadas de arte mais respeitadas no Brasil. Seu acervo continha obras de Picasso, Modigliani, De Chirico, Delaunay, Gleizes, Lhote, Léger, Ingres, Anita Malfatti e Almeida Junior.

Tarsila era uma grande fã de cachaça. Ela levava a bebida pra o exterior dizendo aos funcionários da alfândega que era “álcool para a pele”. Suas festas, durante as viagens, eram regadas a feijoada e caipirinha.

O Abaporu foi vendido em um leilão na Christie’s de Nova York em 1955. O argentino Eduardo Constantini comprou o quadro por 1,5 milhão de dólares, a pintura mais cara já vendida por um artista brasileiro.

Em 1965, Tarsila foi submetida a uma cirurgia de coluna que a deixou paraplégica por causa de um erro médico.

Nos últimos anos de sua vida, Tarsila se tornou grande amiga de Chico Xavier, para quem doava parte do dinheiro recebido pelas vendas de seus quadros.

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