Zygmunt Bauman: quem foi, biografia, principais obras e mais!

Zygmunt Bauman: saiba que foi, suas principais obras, conceitos e muito mais!

Zygmunt Bauman: quem foi, biografia, principais obras e mais!

A sociedade de consumo esfriou os relacionamentos. Enquanto as pessoas buscam prazeres imediatos e se distanciam da essência, há quem perceba todos os movimentos da modernidade. Um exemplo de intelectual de renome responsável por estudar essa área é Zygmunt Bauman.

Segundo ele, tudo é temporário e a modernidade, tal como os líquidos, vivencia um período de instabilidades em que tudo é provisório. Consagrado pela crítica e autor de dezenas de livros, Bauman criou teorias que são constantemente estudadas ao redor do mundo.

Sabendo-se que suas ideias sociológicas podem constar em questões nas provas dos vestibulares e Enem, nada melhor do que conhecer um pouco mais sobre ele.

Quem foi Zygmunt Bauman?

A vida de Zygmunt Bauman foi longa e intensa, principalmente na produção literária. Ele escreveu mais de 50 livros, mas o sucesso internacional mesmo veio com “Modernidade Líquida”.

Nascido no dia 19 de novembro de 1925, em Poznán, na Polônia, Bauman começou a trajetória acadêmica na Universidade de Varsóvia, onde lecionou por um tempo.

Como resultado da sua teoria mais famosa, o autor foi destaque no meio intelectual da sociedade contemporânea, recebendo inúmeros prêmios mundo afora.

Biografia Zygmunt Bauman

O filósofo e sociólogo polonês viveu até os 91 anos, falecendo no dia 9 de janeiro de 2017. Bauman cresceu em uma família de judeus poloneses não praticantes. Teve que mudar para União Soviética ainda muito novo, em razão da invasão da Polônia por alemães durante o nazismo.

Antes de começar a carreira acadêmica, o sociólogo serviu ao Exército Polonês, controlado pelos soviéticos. Chegou a lutar ao longo da Segunda Guerra Mundial, atuando como instrutor político.

Inclusive, foi em um acampamento de refugiados onde conheceu a esposa Janine Bauman, com quem ficou até a morte. Com ela, teve três meninas.

Aos 19 anos, entrou para o Partido Comunista e sofreu pressões do serviço de inteligência ao voltar para a sua terra natal. Acabou sendo perseguido e foi expulso do PC. O escritor, antes defensor das ideias marxistas, se afasta das correntes mais ortodoxas.

Suas obras são censuradas e a situação chegou ao limite, em 1968, quando ele foi obrigado a imigrar para Israel. A saída foi marcada pela renúncia da nacionalidade polonesa.

Neste mesmo ano, lecionou na Universidade de Tel Aviv, mas também enfrenta problemas em razão dos seus pontos de vista, como contra o sionismo.

Em entrevistas, Bauman chegou a acusar determinados grupos de judeus a utilizar o Holocausto como um meio de explicação para atos criminosos.

Ao se transferir para Inglaterra, o escritor encontra o ambiente ideal para a produção filosófica, onde desenvolve seus principais conceitos, como o da “modernidade líquida”, enquanto lecionava na Universidade de Leeds. Foi o local onde Bauman trabalhou até o fim de sua vida.

pessoas andando modernidade liquida

Zygmunt Bauman: obras

Ao longo de sua vida, Zygmunt Bauman escreveu mais de 50 livros. Desses, 35 foram lançados no Brasil. Apesar de o sucesso internacional ter estourado com o conceito de sociedade líquida, a maior parte do trabalho do autor foi sobre a análise das condições trabalhistas e da exclusão social sob um ponto de vista marxista.

Ao lançar, em 1989, “Modernidade e Holocausto”, Bauman iniciara a linha de sua pesquisa que culminaria em sua obra mais louvável: “Modernidade líquida”. Veja alguns livros de sua autoria.

  • Modernidade e Holocausto;
  • Em Busca da Política;
  • Modernidade e Ambivalência;
  • Globalização: as consequências humanas;
  • Modernidade Líquida;
  • Amor Líquido;
  • Medo Líquido;
  • Vida para o Consumo;
  • Estranhos à nossa Porta.

Modernidade Líquida

Ao pensar em líquidos, o que vem em sua mente? Algo leve, instável, de consumo rápido, de forma indefinida etc. E foi exatamente fazendo um comparativo entre essas propriedades e a sociedade que Zygmunt Bauman chegou às conclusões contidas em sua obra de maior repercussão.

A chamada modernidade líquida reflete exatamente as metamorfoses vivenciadas pelos cidadãos, como o ambiente de incertezas, a falta de afirmação no espaço social, o deterioramento das relações afetivas, o divórcio, a responsabilização por fracassos na vida social etc.

Neste livro, Bauman descreve a sociedade e o tempo como voláteis e adaptáveis. Faz uma analogia com anos atrás, quando a modernidade era mais sólida, ou seja, previsível, estável e ordenada. O sociólogo usa a mesma ideia para criar outra obra “O amor líquido”, onde evidencia o desejo das pessoas em encontrem o par perfeito, mas sem profundidade e compromisso para que os laços sejam duradouros.

De acordo com Zygmunt Bauman, as mudanças aconteceram em razão do empoderamento das empresas, que estão deixando o governo para trás sob forte influências que culminam em mudanças nas leis, economia e meio-ambiente.

A internet das coisas é outro ponto citado como grande influenciador das inovações, além dos impactos culturais e sócio econômicos impostos pela constante migração das pessoas.

Assim, a sociedade chegou a um ponto de instabilidade em uma realidade caótica onde os valores se diluíram.

Amor Líquido

O sociólogo usa a mesma ideia da Modernidade Líquida para criar outra obra “O amor líquido”, onde evidencia o desejo das pessoas em encontrem o par perfeito, mas sem profundidade e compromisso que tornam os laços duradouros.

Assim como todos os setores da vida, os relacionamentos também sofreram alterações por conta da sociedade de consumo. Para Bauman, a marca do período sólido era a manutenção do casamento para sempre.

Situação que foi por água abaixo com o advento das novas tecnologias. A internet facilitou o contato entre as pessoas, mas artificializou a conexão. Dessa maneira, as relações deixaram de ser duradouras para se tornarem uma espécie de experiências.

O autor indica que a satisfação tem pautado as relações tão quanto os produtos que compramos e descartamos facilmente. Inclusive, Zygmunt Bauman faz uma crítica às redes sociais:

“O diálogo real não é falar com gente que pensa igual a você. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia…Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas, ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde veem apenas os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha.”

Zygmunt Bauman frases

Conheça agora algumas frases famosas de Zygmunt Bauman que geralmente são citadas tanto no mundo virtual quanto em trabalhos acadêmicos.

  • “O velho limite sagrado entre o horário de trabalho e o tempo pessoal desapareceu. Estamos permanentemente disponíveis, sempre no posto de trabalho.”
  • “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.”
  • “Os relacionamentos são como vitamina C: em altas doses, provocam náuseas e podem prejudicar a saúde.”
  • “A incerteza foi sempre o chão familiar da escolha.”
  • “Três décadas de orgia consumista resultaram em uma sensação de urgência sem fim.”
  • “O capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento.”
  • “A vida é muito maior que a soma de seus momentos.”
  • “A escuridão não constitui a causa do perigo, mas é o habitat da incerteza — e, portanto, do medo.”
  • “A única coisa que podemos ter certeza é a incerteza.”

Após a leitura deste post, certamente você estará muito bem preparado caso se depare com alguma questão que cite as influências de Zygmunt Bauman na sociedade moderna.

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