Figuras de pensamento: o que são, tipos e exercícios!

Entenda todas as formas de figura de pensamento!

Figuras de pensamento: o que são, tipos e exercícios!

Há vários tipos de recursos de linguagem presentes na Língua Portuguesa e que constantemente são cobrados no vestibular. Entre eles, podemos destacar as figuras de pensamento, já que essa é uma ótima forma de modificar os sentidos das expressões e proporcionar uma série de campos semânticos em apenas uma frase.

Contudo, mesmo se tratando de uma matéria tão importante e comum de aparecer na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no Enem, poucos estudantes sabem o que são figuras de pensamento.

Desta forma, com intuito de esclarecer mais sobre o assunto, preparamos um post explicando tudo sobre figuras de pensamento. Acompanhe!

O que são figuras de pensamento?

Figuras de pensamento nada mais são do que recursos linguísticos utilizados para modificar o significado de palavras e expressões. Cada tipo de figura de pensamento altera de forma diferente o sentido de uma determinada expressão/palavra, sendo assim uma ferramenta muito usada tanto na linguagem escrita quando na oral.

Tipos de figuras de pensamento

Há várias figuras de pensamento, confira abaixo as principais.

Ironia

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A ironia é uma figura de pensamento caracterizada por causar efeitos de sentidos opostos, ou seja, utilizamos uma expressão que é interpretada no seu sentido oposto.

Exemplos

“João não estava com fome. Ele almoçou duas vezes”.

“Fale mais alto por favor, meu vizinho ainda não está te ouvindo direito”.

Antítese

É uma combinação de sentidos contrários por meio do jogo de palavras opostas.

Exemplo

“O conhecimento é a luz que paira na escuridão“.

“O silêncio das autoridades daquela cidade acerca do crime é ensurdecedor“.

Eufemismo

Já o eufemismo é bastante utilizado quando desejamos “suavizar” uma determinada ideia. Desta forma, para esse recurso de linguagem é realizada a troca de palavras “agressivas” para expressões mais “amenas”.

Exemplos

“A professora disse que seus alunos são desprovidos de inteligência“.

“Ela não mentiu para nós, apenas faltou com a verdade em alguns trechos de sua fala”.

Personificação

Também chamado de prosopopeia, é a figura de pensamento que relaciona as características humanas com as de animais/objetos.

Exemplos

“A voz do vento toda manhã é um estímulo para mim”.

“O canto do passarinho me tranquiliza e acalma”.

Hipérbole

A hipérbole é bem conhecida e é uma das figuras de pensamento mais utilizadas na linguagem falada. Ela é caracterizada pelo seu exagero ao descrever um fato/ideia.

Exemplos

“Fiquei tanto tempo sem comer que estou com uma fome de leão“.

“João morreu de susto quando Ana o chamou”.

Litote

Menos conhecida entre os estudantes, a litote é uma figura de pensamento em que é afirmado algo a partir de uma negação.

Exemplos

“Eu não estou satisfeito com meu desempenho na prova”.

“Eles não gostaram da atitude do chefe”.

Paradoxo

Já o paradoxo é um recurso que utiliza da oposição (entre duas palavras) para a construção de um contexto/ideia.

Exemplos

“A liberdade que ele tinha na manhã nada mais era do que sua escravidão diária”

“Eu estudei tanto para a prova que estava dormindo acordado na metade dela”.

estudante cansada paradoxo

Apóstrofe

Recurso bastante usado por escritores, o apóstrofe realça uma expressão/ideia a partir da interpelação de sentimentos, pessoas ou objetos.

Exemplos

“Pai Nosso, que estais no céu, venha a nós o Vosso Reino”.

“Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a vos”.

Figuras de pensamento: exercícios

Confira agora como as figuras de pensamento podem ser exploradas em uma prova de vestibular e no Enem.

1. (Enem 2004) Leia o texto abaixo, de Carlos Drummond de Andrade:

“Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.

Como cresceu Montes Claros.

Quanta indústria em Montes Claros.

Montes Claros cresceu tanto,

ficou urbe tão notória,

prima-rica do Rio de Janeiro,

que já tem cinco favelas

por enquanto, e mais promete”.

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.

b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.

c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.

d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.

e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Resolução

Alternativa correta letra “c”.

2. (Fuvest) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos destacados:

“No tempo de meu Pai, sob estes galhos,

Como uma vela fúnebre de cera,

Chorei bilhões de vezes com a canseira

De inexorabilíssimos trabalhos!”

a) antítese.

b) anacoluto.

c) hipérbole.

d) eufemismo.

e) metáfora.

Resolução

Alternativa correta letra “c”.

3. (Vunesp) “Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, Fiquei sem poder chorar, quando caí.”

Nesse poema, a fim de caracterizar a transitoriedade dos sentimentos, dos afetos, o eu lírico se vale de:

a) hipérbole, intensificando, por meio de expressões exageradas, o relacionamento amoroso.

b) eufemismo, empregando termos como “encostei-me” e “depus” para amenizar a desilusão amorosa.

c) antítese, apresentando expressões de sentido oposto, como “Sabendo bem” e “sem poder chorar”, a fim de realçar os sentimentos do eu lírico.

d) metáfora, empregando palavras com sentido que não lhes é comum, para mostrar a fragilidade dos sentimentos da pessoa amada.

e) pleonasmo, intensificando o sentimento amoroso do ser amado por meio da redundância.

Resolução

Alternativa correta letra “d”.

Desta forma, podemos perceber que há várias figuras de pensamento na Língua Portuguesa, as quais muitas vezes nos ajudam a esclarecer uma ideia e facilitar o processo de comunicação.

Vale destacar ainda que há frases e expressões que podem apresentar mais de uma figura de pensamento, ou seja, é interessante estudar bem os tipos de figuras de linguagem para que nenhuma delas passe desapercebida em um contexto.

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