Especiação: o que é, causas e tipos!

Entenda o processo de surgimento de novas espécies a partir da especiação!

Especiação: o que é, causas e tipos!

A questão da especiação e suas tipificações é um assunto importante para quem está estudando para o vestibular, uma vez que aparece com frequência nas provas de todo o Brasil, principalmente no Enem. Localizado na disciplina de Biologia, faz parte dos campos de estudos de genética e hereditariedade.

A especiação está relacionada a temas de interesses contemporâneos da ciência. Trata-se de uma explicação sobre o surgimento da vida e, consequentemente, de todas as populações de seres vivos conhecidos pelo ser humano. Vamos lá?

O que é especiação?

É o processo de formação de uma nova espécie, que se dá por meio da evolução e culmina com o surgimento de uma espécie inédita de seres vivos. Esse campo estuda as populações de indivíduos ao longo do tempo, compreendendo suas interações com o meio ambiente e com outros seres vivos.

Existem diversos fatores que explicam a criação de uma nova espécie na natureza. Primeiro, vale ressaltar que esse tipo de interação não acontece do dia para a noite, mas sim em um longo período de tempo.

Quando falamos em especiação, estamos nos referindo a um fenômeno que só pode ser verificado muito tempo depois do ocorrido. Só sabemos que ele aconteceu analisando os resquícios deixados na natureza que contam a história das espécies desses animais.

Conceito de espécie

Antes de avançar, é bom retomar o conceito de espécie. O que define um grupo de indivíduos como uma espécie? Isso ocorre quando um agrupamento de indivíduos compartilham características (morfológicas, fisiológicas e genéticas) e conseguem reproduzir novos seres férteis. Caso ocorra o cruzamento de seres similares e eles produzam um descendente infértil, trata-se de espécies diferentes.

Outra forma de compreender o conceito é fazer a diferenciação entre espécie e raça. Indivíduos de mesma raça obrigatoriamente fazem parte da mesma espécie, ou seja, podem gerar indivíduos férteis.

O exemplo dos cachorros facilita a visualização dessa diferença. Aparentemente, esses animais de raças diferentes têm aspecto muito distinto, mas todos eles podem cruzar entre si e gerar descendentes férteis, pois fazem parte da mesma espécie.

Causas da especiação

Existem algumas causas que podem gerar uma nova espécie, e é importante que você aprenda esses princípios básicos para não ter problemas nas questões de Biologia no vestibular.

Se fôssemos estudar a fundo, poderíamos encontrar inúmeras razões distintas que explicam a especiação, mas todas elas são causadas por impactos ambientais e fenômenos naturais e geográficos.

Para fins de estudo, vamos separá-las em duas grandes causas.

Isolamento geográfico

Essa é a causa responsável pela grande maioria dos casos de especiação. Quase todas as variações entre seres vivos existentes se dão por conta dessa separação geográfica entre eles. Funciona da seguinte forma: um grupo de animais é afastado de outro por causas naturais, como clima e revelo, e por conta disso acabam por procriar apenas entre si.

Isso acontece a um tal ponto que esses animais não conseguem mais gerar descendentes férteis com o grupo original, do qual faziam parte.

Como exemplos desses fenômenos naturais, podemos pensar no surgimento ou seca de rios, erupções vulcânicas, movimento das placas tectônicas, mudanças drásticas no clima etc.

Redução do fluxo genético

Esse caso é mais atípico e acontece normalmente quando um agrupamento de seres similares habita uma mesma faixa geográfica que seja extensa.

Quando isso ocorre, por conta desse distanciamento, é possível que os seres de um extremo não tenham mais condições de se reproduzir com os localizados em outro ponto, o que eventualmente pode garantir a ocorrência do fenômeno da especiação.

Tipos de especiação

Especiação alopátrica

O primeiro tipo que descreveremos é o mais comum de ser encontrado na história da natureza. Na etimologia da palavra, o prefixo “alo” significa “outro”, enquanto o sufixo “pátrica” refere-se a lugar.

Na prática, quer dizer que um grupo de indivíduos acaba por se isolar e perder o contato com outros animais parecidos, o que irá gerar uma tendência de que esses seres cruzem apenas entre si e eventualmente se distanciem de seus outros pares ao ponto de que uma nova espécie seja criada.

Ou seja, para que a especiação alopátrica seja possível, deve haver algum tipo de isolamento geográfico, mas também um isolamento reprodutivo. Se esses seres não conseguem mais gerar descendentes férteis no cruzamento com outros, então podemos falar em especiação. O exemplo mais comum são os tentilhões, uma espécie de pássaro, da ilha de Galápagos.

Especiação peripátrica

Pode ser entendida como um subgênero da especiação alopátrica. O prefixo “peri” refere-se ao conceito de periferia, que no sentido geográfico remete à ideia de uma separação marginal, distante de um centro territorial. Aqui, estamos falando de determinada população que se encontra em uma região periférica em relação a outros grupos de seres vivos.

Normalmente, quando ocorre esse tipo de distanciamento, o mais provável é que ocorra a extinção da espécie. Mas é possível também que esse agrupamento de seres sobreviva e consiga procriar por si só e dar continuidade ao fluxo genético, eventualmente separando-os em uma nova espécie.

Esse processo de distanciamento pode ocorrer por meio de fenômenos migratórios, por exemplo.

Especiação simpátrica

Pegando a etimologia do conceito, o prefixo “sim” refere-se a “mesmo” e “pátrica”, a “lugar, conforme já vimos. Diferentemente das outras, em que ocorre algum tipo de separação territorial, a simpátrica acontece muito mais raramente, pois se trata de uma nova espécie surgida da interação de indivíduos que dividem o mesmo habitat.

Como isso ocorreria? Pode ser possível, por exemplo, no caso de uma mutação por conta da seleção natural, de modo que apenas um grupo de indivíduos consegue reproduzir-se entre si graças a essa alteração pontual.

Nos lagos Malawi e Tanganica, existe uma espécie de peixe que passou justamente por esse processo, os chamados ciclídeos.

Especiação parapátrica

Também necessita de algum tipo de separação territorial, mas não de forma tão definitiva como na especiação alopátrica. Nesse caso, trata-se de um fenômeno ambiental que pressiona a população em questão para que não consiga mais cruzar entre si.

Lembra-se de quando falamos das condições necessárias para a especiação? Nesse caso, a causa será a redução do fluxo genético, que ocorrerá provavelmente por conta de um distanciamento geográfico em um mesmo território, não uma barreira.

símbolo do DNA especiação

Genética

A questão da genética é de suma importância também para compreender a especiação. Ela é o estudo, também no campo das Ciências Biológicas, que compreende como as peças de informação pessoal de cada indivíduo são transmitidas de uma geração para outra, por meio da molécula da DNA.

Para que o processo de continuidade de um agrupamento de indivíduos seja mantido, é imprescindível que ocorra uma transmissão adequada desses dados biológicos em toda a cadeia geracional.

Os gametas paternos e maternos são isolados nessas células, levando ao próximo indivíduo as características de ambas as partes, que podem prevalecer mais ou menos a depender das condições de fecundação.

Como você pôde aprender até aqui, o fenômeno da especiação está intimamente ligado com a origem das espécies. Existe uma infinidade de seres vivos catalogados pelo ser humano, e muitos outros que ainda serão descobertos. Todos eles passam pelo processo de especiação, que pode ser dividido entre os quatro tipos apresentados aqui: simpátrico, parapátrico, alopátrico e peripátrico.

Além disso, é importante saber as causas que determinam a especiação: isolamento geográfico e redução do fluxo genético. Por fim, vale relembrar que podemos falar apenas de uma mesma espécie quando há uma continuidade do fluxo genético, os indivíduos nascidos da relação entre esses animais devem ser férteis e dar continuidade ao processo de hereditariedade.

Portanto, raças e espécies não são sinônimos, mas conceitos fundamentalmente diferentes na tipificação biológica.

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