Segundo Reinado: o guia completo!

O Segundo Reinado é o período marcado pelos 48 anos em que D. Pedro II esteve no poder, de 1840 até 1889. Essa 2ª fase do Brasil Monárquico marcou a história do Brasil.

Segundo Reinado: o guia completo!

D. Pedro II teve a maioridade antecipada para poder governar

O  Segundo Reinado é o período marcado pelos 48 anos em que D. Pedro II esteve no poder, de 23 de julho de 1840 até 15 de novembro de 1889. Durante essa época, muitas mudanças e revoluções aconteceram no país e marcaram para sempre a história do Brasil.

Foi a 2ª fase do Brasil monárquico, que foi governado por D. Pedro I durante o Primeiro Reinado antes de viver o período regencial. Eles eram vistos como responsáveis pelas rebeliões causadas no Brasil durante a 1ª fase monárquica.

Este é um assunto muito importante para sua preparação para o Enem e demais vestibulares do país. Então, fique afiado nesta matéria com a gente! Confira!

Segundo Reinado e o Golpe da Maioridade

Para que o Segundo Reinado pudesse começar no Brasil, foi necessário antecipar a maioridade de D. Pedro II, que tinha apenas 14 anos quando decidiram que era hora dele assumir o comando do país.

Isso foi possível graças ao Golpe da Maioridade, antecipação da maioridade de D. Pedro II para que ele pudesse ser elegível ao trono. Após essa ação, ele assumiu o poder aos 15 anos, no dia 23 de julho de 1840.

A ideia de antecipar a maioridade de D. Pedro II veio do partido Liberal, também conhecido como os “luzias”. Os principais objetivos do partido eram garantir sua influência no poder e tentar acabar com a instabilidade política trazida pelo governo regencial.

Expansão cafeeira

A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil se torna o maior produtor e exportador mundial de café. Em determinado momento, o país chegou a ter café suficiente para atender a demanda de consumo mundial por até três anos.

expansão cafeeira segundo reinado

Fatores da expansão cafeeira:

  • Solo e clima favoráveis no Brasil, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais;
  • Disponibilidade de terras;
  • Crescimento do mercado consumidor na Europa e nos Estados Unidos.

A indústria do café no Brasil começa a se expandir na 1ª metade do século XIX, especialmente na região do Vale do Paraíba, região de divisa entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A mão de obra para o cultivo do café era basicamente composta por escravos.

Já a partir da 2ª metade do século XIX, essa expansão começa a acontecer com mais importância no Oeste Paulista, local que possui um solo formado por terra roxa. A mão de obra utilizada na região era basicamente de imigrantes.

Revolução Praieira

A Revolução Praieira aconteceu no Estado de Pernambuco, e foi a primeira enfrentada pelo governo de D. Pedro II, em 1848. Os principais fatores motivadores dessa revolução foram a miséria das camadas populares, o aumento da centralização do governo imperial, o controle do comércio atacadista por portugueses e o aumento da concentração fundiária.

Há quem diga que esta revolução teve influência dos ideiais europeus que surgiram com a Revolução de 1830 e 1848.

Principais características da Revolução Praieira

A Revolução Praieira teve como principais características o viés popular, marcada pelo republicanismo, o federalismo, o antilusitanismo e o socialismo utópico, representado pela “Primavera dos Povos”.

Parlamentarismo às avessas

Durante o governo de D. Pedro II, dois partidos dividiam as atenções no cenário político brasileiro. De um lado, o partido liberal, democrático e revolucionário. Do outro, o partido Conservador, autoritário e defensor do absolutismo.

A partir da renúncia de seu pai, D. Pedro II decide alterar a forma de governo no país, e adota o sistema utilizado pela Inglaterra na época: o Parlamentarismo.

No Brasil, o sistema ficou conhecido como Parlamentarismo às avessas porque os representantes eram escolhidos pelo imperador, e não pelo povo, como tradicionalmente acontece.

Política externa: Questão Christie

A Questão Christie foi um incidente diplomático envolvendo Brasil e Grã-Bretanha, surgiu a partir da política externa adotada por D. Pedro II. Essa desavença começou a surgir quando a Inglaterra passou a pressionar contra o tráfico negreiro e também quando precisou começar a pagar mais imposto após a implantação da tarifa Alves Branco, em 1844.

Nessa época, Brasil e Inglaterra romperam relações e ficaram com a situação diplomática bastante comprometida. Esses desentendimentos levaram a incidentes como o saque de um navio britânico que naufragou na costa do Rio Grande do Sul e a prisão de três marinheiros britânicos no Rio de Janeiro.

Por desacato e desentendimento com a polícia brasileira, por conta dessas prisões, também foram apreendidos, com ordem de William Christie, cinco navios brasileiros que estavam no Oceano Atlântico e mantidos presos até que D. Pedro II punisse as autoridades brasileiras.

Crise do escravismo

A pressão da Inglaterra pelo fim do escravismo e tráfico negreiro no Brasil estava cada vez mais intensa e se complicou após a implantação das famosas “leis para inglês ver”, em 1831.

Isso levou a Inglaterra a tomar medidas drásticas, como a criação da Bill Aberdeen, em 1845, que autorizava a marinha do país a interceptar e prender navios negreiros. Em seguida, já em 1850, veio a publicação da lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro para o Brasil.

Entre as principais consequências, houve aumento de investimento para outras áreas, o aumento do preço dos escravos e o crescimento do tráfico interno, além do trabalho livre dos imigrantes europeus.

Imigração europeia para o Brasil

Nesse período, a imigração europeia para o Brasil teve grande crescimento, impulsionado especialmente pela crise econômica do continente europeu, a unificação de Itália e Alemanha, a expansão cafeeira, a necessidade de mão de obra e a forte crise do escravismo no país.

A partir de 1847, o Sistema de Parceria foi implementado, permitindo que os europeus trabalhassem livremente, especialmente no cultivo do café, e fossem remunerados com parte da produção.

Mas o projeto não teve sucesso, já que os imigrantes reclamaram de maus tratos, contraíram altas dívidas e acabaram se revoltando com a situação que viviam no país.

Lei de Terras

A partir de 1850, com a implantação da Lei de Terras, fica definido que o acesso à terra se daria apenas pela compra. Todas as outras formas de acesso a esse bem, utilizadas anteriormente, ficam suspensas com a nova lei.

O principal objetivo era dificultar o acesso dos imigrantes às terras do país, principalmente os pobres e ex-escravos. Como consequência dessa nova lei, a terra passou a ser vista como uma mercadoria e o processo de compra acabou gerando a concentração fundiária.

Surto industrial

Um episódio marcante do Segundo Reinado foi o surto industrial provocado pela disponibilidade de capitais que tomou conta do país por dois principais motivos: a exportação do café, que gerou renda para o mercado nacional, e a proibição do tráfico negreiro.

A indústria brasileira viveu um forte momento de desenvolvimento a partir da instauração da Tarifa Alves Branco, que taxava em ao menos 30% os produtos importados que não tivessem produção semelhante interna e até 60% para os produtos que já tivessem algum semelhante sendo produzido internamente.

Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança é considerada o maior conflito do continente sul-americano, e foi motivado pelas intervenções do Brasil na política interna do Uruguai. Além disso, também aconteceu o projeto expansionista paraguaio, com ditador Solano Lopes em busca de uma saída para o Atlântico.

A Tríplice Aliança era formada por Brasil, Uruguai e Argentina. Algumas das principais ações ocorridas durante esse conflito foi o apresamento de um navio brasileiro, a invasão do Mato Grosso pelo Paraguai e a invasão do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai feita pelo Paraguai.

Principais consequências da guerra do Paraguai para o Brasil

  • O fortalecimento do exército;
  • Aumento do ideal abolicionista;
  • Aumento do republicanismo;
  • Aumento da dívida externa.

Principais consequências desse conflito para o Paraguai

  • Queda da economia;
  • Aumento no número de mortos;
  • Perda de territórios;
  • Dívida externa.

Crise do império

Aos poucos, houve início a crise do império e o começo do declínio do poder de D. Pedro II. A crise do império foi marcada por uma série de questões que atingiram o mandato do monarca português de diversas maneiras.

  • Questão religiosa: proibição de católicos na maçonaria;
  • Questão militar: crescimento do exército, luta pelo abolicionismo, republicanismo e positivismo;
  • Questão abolicionista: instauração da Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários e Lei Áurea, os latifundiários e escravocratas ficaram insatisfeitos e passaram a não apoiar o Imperador

Movimento Republicano e Queda do Império

O Manifesto Republicano marca a insatisfação com o império que controla o país e serve como ponto de partida para a queda do império. O Partido Republicano Paulista (PRP) é formado e composto por Evolucionistas e Revolucionários.

Em 15 de novembro de 1889, é realizado um golpe que vai acabar com o império de D. Pedro II e dar fim à monarquia no país. Temporariamente, o comando do país passa para o Marechal Deodoro da Fonseca, o 1º presidente que o país já teve. E o Brasil vê o Parlamentarismo ser substituído pelo Presidencialismo e a manutenção da estrutura socioeconômica.

5 Questões sobre o Segundo Reinado

Esse foi um resumo do que aconteceu durante o Segundo Reinado no Brasil. Foi um momento marcante da história, e com muitas passagens de extrema importância para a história nacional.

Agora que você já sabe mais sobre este importante tema, é hora de testar seus conhecimentos e fixar todo o conteúdo que foi apresentado.

Segue uma lista com 5 questões sobre o Segundo Reinado:

E aí, curtiu nosso resumo super completo? Então você também pode aprender muito mais sobre a história do Brasil e outras matérias! Para isso, faça já o seu plano de estudos e comece a se preparar para o Enem e vestibulares!

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