Augusto dos Anjos: poemas incríveis que você precisa conhecer!

Descubra quem foi Augusto dos Anjos, veja seus poemas e a sua importância para o seu vestibular!

Augusto dos Anjos: poemas incríveis que você precisa conhecer!

A Literatura é uma disciplina muito importante e que deve estar presente na rotina de estudos de qualquer vestibulando. Isto porque tanto no Enem quanto em vestibulares tradicionais há cobrança sobre conceitos literários e a interpretação de poemas. Dessa forma, podemos afirmar que um bom tópico a ser estudado é: Augustos dos Anjos: poemas.

Tratando-se de questões de vestibular, existem várias formas de abordar um tema literário, podendo cobrar do aluno não somente a explicação de um poema, mas sim a sua contextualização (envolvendo principalmente as relações sociais daquela época) e as características do autor. Sendo assim, como Augusto dos Anjos fez parte de maneira considerável da literatura brasileira, estudá-lo é fundamental para o vestibulando.

Quem foi Augusto dos Anjos?

Nascido em 1884 na cidade de Sapé, no estado da Paraíba, Augusto dos Anjos foi um nome importante na nossa literatura, sendo conhecido principalmente por sua postura crítica e contestadora. Mesmo morrendo muito jovem, com 30 anos de idade, foi considerado o poeta mais relevante da época pré-modernista, e um dos principais expoentes do movimento simbolista brasileiro.

Cenário histórico

Contextualizando o período histórico/literário da época, a sociedade brasileira no final do século XIX questionava de maneira firme os conceitos dos movimentos realismo, naturalismo e positivismo. Dessa forma, com o objetivo de se contrapor a essas correntes de pensamento e expressão, surge o movimento simbolista.

Caracterizada pelo individualismo e mistério, a poesia simbolista é ditada sob um tom de misticismo, escrita de forma musical, com presença de rimas e constante uso de metáforas.

Melhores poemas de Augusto dos Anjos

Por elaborar poemas adotando um vocabulário agressivo e com trechos coloquiais, o estilo de escrita de Augusto dos Anjos causava certo choque e, por ter sido o pioneiro nesse quesito, é considerado por muitos o escritor brasileiro mais autêntico e original.

A interpretação de poemas desse autor, como você vai ver, não é tão simples. Confira, a seguir, os melhores poemas de Augusto dos Anjos separados por tema.

Augusto dos Anjos: poemas de amor

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Versos íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável 

Enterro de sua última quimera. 

Somente a Ingratidão esta pantera  

Foi tua companheira inseparável! 

Acostuma-te à lama que te espera! 

O homem, que, nesta terra miserável, 

Mora, entre feras, sente inevitável 

Necessidade de também ser fera.  

Toma um fósforo. Acende teu cigarro! 

O beijo, amigo, é a véspera do escarro, 

A mão que afaga é a mesma que apedreja.  

Se alguém causa inda pena a tua chaga, 

Apedreja essa mão vil que te afaga, 

Escarra nessa boca que te beija!

Soneto esplêndido

Canta teu riso esplêndido sonata,

E há, no teu riso de anjos encantados,

Como que um doce tilintar de prata

E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata

Cítara suave dos apaixonados,

Sonorizando os sonhos já passados,

Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,

Quando, úmido de beijos em ressábios

Teu riso esponta, despertando sonhos…

Ah! Num delíquio de ventura louca,

Vai-se minha alma toda nos teus beijos,

Ri-se o meu coração na tua boca!

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo

O amor na Humanidade é uma mentira.

E é por isto que na minha lira

De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!

Quando, se o amor que a Humanidade inspira

É o amor do sibarita e da hetaíra,

De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,

O mundo fique imaterializado

Alavanca desviada do seu fulcro

E haja só amizade verdadeira

Duma caveira para outra caveira,

Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

Poemas de Augusto dos Anjos sobre morte

papel e caneta augusto dos anjos

O Deus-verme

Fator universal do transformismo.

Filho da teleológica matéria,

Na superabundância ou na miséria,

Verme é o seu nome obscuro de batismo.

Jamais emprega o acérrimo exorcismo

Em sua diária ocupação funérea,

E vive em contubérnio com a bactéria,

Livre das roupas do antropomorfismo.

Almoça a podridão das drupas agras,

Janta hidrópicos, rói vísceras magras

E dos defuntos novos incha a mão…

Ah! Para ele é que a carne podre fica,

E no inventário da matéria rica

Cabe aos seus filhos a maior porção!

Vozes de um túmulo

Morri! E a Terra a mãe comum o brilho

Destes meus olhos apagou!… Assim

Tântalo, aos reais convivas, num festim,

Serviu as carnes do seu próprio filho!

Por que para este cemitério vim?!

Por quê?! Antes da vida o angusto trilho

Palmilhasse, do que este que palmilho

E que me assombra, porque não tem fim!

No ardor do sonho que o fronema exalta

Construí de orgulho ênea pirâmide alta…

Hoje, porém, que se desmoronou.

A pirâmide real do meu orgulho,

Hoje que apenas sou matéria e entulho

Tenho consciência de que nada sou!

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco, 

Monstro de escuridão e rutilância, 

Sofro, desde a epigênese da infância, 

A influência má dos signos do zodíaco. 

Profundissimamente hipocondríaco, 

Este ambiente me causa repugnância… 

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia 

Que se escapa da boca de um cardíaco.  

Já o verme este operário das ruínas  

Que o sangue podre das carnificinas 

Come, e à vida em geral declara guerra,  

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, 

E há de deixar-me apenas os cabelos, 

Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos: melhor poema sobre misticismo

Citara mística

Cantas… E eu ouço etérea cavatina!

Há nos teus lábios dois sangrentos círios

A gêmea florescência de dois lírios

Entrelaçados numa unção divina.

Como o santo levita dos Martírios,

Rendo piedosa dúlia peregrina

À tua doce voz que me fascina,

Harpa virgem brandindo mil delírios!

Quedo-me aos poucos, penseroso e pasmo,

E a Noite afeia como num sarcasmo

E agora a sombra vesperal morreu…

Chegou a Noite… E para mim, meu anjo,

Teu canto agora é um salmodiar de arcanjo,

É a música de Deus que vem do Céu!

Portanto, ao aprender sobre Augusto dos Anjos (poemas), percebemos o quão importante ele foi e ainda é para a literatura brasileira, bem como o seu estilo característico de escrita. Dessa forma, é possível afirmar que os trabalhos desse ícone da literatura nacional são admirados até hoje, com poesias tidas como referência e estudadas no meio acadêmico. Seus poemas, inclusive, têm sido tema de questões do Enem.

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