Claro Enigma: o que o aluno precisa saber sobre a coletânea de Drummond

Com 42 poemas, “Claro Enigma” está na lista de leitura obrigatória da Fuvest, mas desta vez com uma linguagem mais rebuscada. A obra está na Terceira Fase do Modernismo.

Claro Enigma: o que o aluno precisa saber sobre a coletânea de Drummond

Obra faz parte da leitura obrigatória para o vestibular 2017 da Fuvest

Foto: Reprodução/Divulgação

Autor: Carlos Drummond de Andrade

O Claro Enigma, livro que faz parte da lista de leitura obrigatória da Fuvest 2017, foge um pouco do formato convencional e apresenta ao candidato uma coletânea de poemas escritos por Carlos Drummond de Andrade.

Composta de 42 poemas, o livro se situa na Terceira Fase do modernismo, ou o Pós-Modernismo, no período histórico do início da Guerra Fria. Assim, a obra será inspirada pelas incertezas e angústia da época, promovendo questionamentos sobre o futuro em um tom pessimista e melancólico.

O próprio título do livro faz analogias com as incertezas que Drummond trará em seus poemas, em um mundo de enigmas, mostrando a transfortmação da visão do poeta.

Esses poemas são divididos em 6 seções:

  • Entre Lobo e Cão – com 18 poemas
  • Notícias Amorosas – com 7 poemas
  • O Menino e os Homens – com 4 poemas
  • Selo de Minas – com 4 poemas
  • Lábios Cerrados – com 6 poemas
  • Máquina do Mundo – com 2 poemas

Se o vestibulando estava acostumado a analisar o texto em busca de respostas sobre a estrutura narrativa, agora ele vai ter que se atentar a outros elementos. A linguagem da obra é mais rebuscada, por exemplo.

É muito importante destacar que nessa obra Drummond deixa suas influências modernistas e adota o formato clássico – parte de seus poemas são sonetos.

O autor já não possui mais aquele perfil contestador de quem procura uma solução para os problemas. Agora, ele assume o papel reflexivo, simplesmente apresentando as questões, sem esperança.

Saiba um pouco de cada seção:

Entre Lobo e Cão

Na seção com o maior número de poemas (18), os alunos vão encontrar textos que expõem o extremismo e a binariedade – O que seria isso?

De um lado, Drummond apresenta o lobo, um animal selvagem e predador. Do outro, ele apresenta o cão, um animal domesticado e carinhoso. É exatamente isso que Drummond faz: mostra os lados extremos ao retratar seus temas.

Nessa seção, fica claro o pessimismo característico de Drummond, ao contar de suas decepções e seu luto.

Notícias Amorosas

Nessa seção de 7 poemas, o aluno vai se deparar com temas que falam do amor inalcançável. Drummond constrói uma imagem romântica do amor, mas destaca que ele não poderá ser vivido.

Desta forma, o leitor encontra a ideia de sofrimento e dificuldade em cima desse sentimento.

O Menino e o Homem

Será nessa seção que entram os poemas feitos com nostalgia e saudade. São 4 poemas que retratam amigos e familiares, entre eles Manuel Bandeira, Mário Quintana e Mário de Andrade

Este poema em que homenageia seus amigos autores, o cenário é o quinto ano de sua morte, com o título “Aniverário”. Com sua típica visão pessimista, ele questiona como é que as pessoas podem aproveitar sua vida, já que o fim de todos será a morte.

Selo de Minas

A seção com 4 poemas é autobiográfica. Drummond conta sobre sua terra natal Minas Gerais e apresenta sua família ao leitor.

Nesta seção, um tom de melancolia e saudade é frequente em seus versos.

Lábios Cerrados

O vestibulando vai encontrar 6 poemas sobre pessoas que já morreram, mas que ficarão sempre vivas e atuais na lembrança do autor. Drummond fala sobre a ausência de pessoas importantes e apresenta o tempo como uma possível solução para seu sofrimento.

Destaca-se o poema “Encontro”, em que seus parentes são retratados como pessoas que ainda fazem parte de sua vida, mas já não se falam mais.

A Máquina do Mundo

A última seção da coletânea são 2 poemas que discutem o futuro do homem dentre de uma sociedade estabelecida. O poeta apresenta uma série de soluções, mas logo as desconsidera.

Nesta seção, Drummond faz referência à Camões, no Canto X em “Os Lusíadas”, quando diz: A grande máquina do mundo, deixando claro que não irá mais usar sua máquina, que é a própria poesia.

A seção ganha o nome de seu texto eleito como o melhor poema brasileiro do século XX, pelo jornal Folha de S. Paulo.

Quer saber se voces está entendo do livro? Faça as questões abaixo!

Para ver analises e resumos sobre os livros de vestibulares, confira os vídeos do Stoodi.

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