Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: tudo sobre hífen

Veja o que mudou sobre o uso de hífen com compostos e com prefixos Fotos: reprodução tiras com dicas do Novo Acordo do portal UOL Educação   O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 1990 por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique…

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: tudo sobre hífen

Veja o que mudou sobre o uso de hífen com compostos e com prefixos


regras do hífen
Fotos: reprodução tiras com dicas do Novo Acordo do portal UOL Educação

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 1990 por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste.

Como todos esses países possuem a língua portuguesa como idioma oficial, esse acordo é uma tentativa de aproximar a linguagem de cada país, diminuindo suas particularidades – o mesmo português falado em Portugal será o mesmo/ou bem próximo ao falado no Brasil.

Somente agora, em 2016, esse acordo deixa de ser facultativo e passa a ser obrigatório. Ele consiste na mudança de algumas regras específicas. Fique por dentro:
Uso do hífen com compostos

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.

Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.

*Exceções: Não se usa o hífen em algumas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.

Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.

3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação.

Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.

Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional.

Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.

* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.

Exemplos: gota-d’água, pé-d’água.

5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos:

Belo Horizonte – belo-horizontino

Porto Alegre – porto-alegrense

Mato Grosso do Sul – mato-grossense-do-sul

Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-norte

África do Sul – sul-africano

6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes.

Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia.

Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:

a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) – bico de papagaio (deformação nas vértebras).

b) olho-de-boi (espécie de peixe) – olho de boi (espécie de selo postal).

Uso do hífen com prefixos

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo).

Casos gerais

1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:

anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos:

micro-ondas
anti-inflacionário
sub-bibliotecário
inter-regional
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos:

Autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo

* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:

Minissaia
antirracismo
ultrassom
semirreta

Casos particulares

1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos:

sub-região
sub-reitor
sub-regional
sob-roda
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal. Exemplos:

circum-murado
circum-navegação
pan-americano

3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos:

além-mar
aquém-mar
ex-aluno
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-nascido
sem-terra
vice-rei
4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras.

Exemplos:

coobrigação
coedição
coerdeiro
corresponsável
cosseno
5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos:

Preexistente
preelaborar
reescrever
reedição
6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r.
Exemplos:

ad-digital
ad-renal
ob-rogar
ab-rogar

Outros casos do uso do hífen

1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase.
Exemplos:

(acordo de) não agressão
(isto é um) quase delito
2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos:

mal-entendido
mal-estar
mal-humorado

3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos:

capim-açu
amoré-guaçu
anajá-mirim
4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos:

ponte Rio-Niterói
eixo Rio-São Paulo
5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:

Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.

O diretor foi receber os ex-
-alunos.

Com informações do dicionário online Michaelis

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