Quincas Borba: análise da obra literária!

Veja aqui o resumo completo e análise literária da obra Quincas Borba, de Machado de Assis.

Quincas Borba: análise da obra literária!

“Ao vencedor, as batatas”. É bem provável que você já tenha escutado essa frase por aí e, também, que não tenha entendido absolutamente nada. Se esse foi o caso, não se preocupe: ela faz parte da obra Quincas Borba, de Machado de Assis. Após a leitura deste texto, você finalmente vai entender o que ela quis dizer!

Muitas pessoas veem a obra de Machado de Assis como difícil, cheia de palavras complicadas, entre outras características. No entanto, você vai perceber que ela é, na verdade, fácil de ser entendida desde que a vejamos a partir do prisma correto.

Pensando em facilitar sua vida e descomplicar os termos esquisitos de um português antigo, vamos conversar, agora, sobre o livro Quincas Borba, em uma análise detalhada, leve e fácil de entender. Assim, você vai mandar muito bem em sua prova da Fuvest — e, claro, para outras instituições além da USP! Boa leitura!

Análise da obra Quincas Borba

Quincas Borba é uma espécie de continuação de um dos mais influentes livros de nossa Literatura: Memórias póstumas de Brás Cubas. Ele foi publicado em uma revista, como acontecia com diversas obras daquele período.

Vale lembrar que essa é uma obra pertencente ao Realismo, assim como a maior parte dos livros do autor.

Sendo assim, essa é uma obra com uma forte análise psicológica e um retrato fiel, mas caricaturado, dos mais diversos “tipos sociais” da época. Além disso, o pessimismo é uma característica marcante nesse processo.

Por fim, vamos responder ao enigma do começo de nossa conversa. Um dos focos desse livro está na teoria de Quincas Borba, o homem. Ele, um filósofo, nos conta sobre o Humanitismo, uma ideia que dialoga com a Seleção Natural, de Darwin.

Quincas nos traz a seguinte situação hipotética: em um determinado local, há duas tribos, ambas em situação de fome extrema. Entre elas, um campo repleto de batatas. Evidentemente, elas travarão uma batalha até a morte para conquistar o espaço e, consequentemente, o alimento.

Daí, surge a frase:

Ao vencido, ódio ou compaixão. Ao vencedor, as batatas.

Essa é uma analogia de que o mais adaptado ao ambiente sempre vence e, aquele que perde acaba perdendo também sua dignidade. Travar um paralelo entre essa filosofia, apresentada no começo da obra, é importante para que possamos compreender o clímax de toda essa história e o desfecho de Rubião.

Quincas Borba: resumo

O começo de Quincas Borba se dá com o próprio Quincas — personagem visto em Memórias póstumas, como um dos amigos de Brás Cubas — adoentado, praticamente em estado terminal. Nessa cena, somos apresentados também a Rubião, o protagonista de nossa história.

Aqui, Quincas, um homem de posses, conversa com o amigo sobre o fim de sua vida e confia a ele toda a sua fortuna e o seu mais precioso bem: um cãozinho que… também se chama Quincas Borba.

Após a morte de seu benfeitor, Rubião — um professor simples de Minas Gerais — parte rumo ao Rio de Janeiro. Ele deseja desfrutar de sua fortuna na cidade mais importante do Brasil àquela época.

Todo esse processo, no entanto, não será simples. Logo na viagem de trem até a capital do Império Brasileiro, ele conhece Sofia e Cristiano. Os dois logo percebem a inocência de Rubião e decidem se aproveitar disso.

O plano desse casal deu certo? Agora, é hora de prosseguir a leitura e descobrir!

E, antes de passarmos para o próximo tópico, uma dica: o livro Quincas Borba pode ser encontrado gratuitamente — e de maneira completamente legal! — na internet. Você sabia disso?

É porque toda a obra de Machado de Assis se encontra em domínio público, o que significa que qualquer pessoa pode ter acesso a ela. Para baixar o pdf de Quincas Borba, basta clicar aqui!

Contexto histórico

Quincas Borba foi publicado em 1891. A história se passa em um contexto do Brasil Imperial, caminhando para o final desse período.

Personagens da obra

Veja, agora, alguns dos principais personagens da obra:

  • Quincas Borba (homem):amigo de Rubião, deixa uma fortuna para ele após a sua morte;
  • Quincas Borba (cão): melhor amigo de Quincas Borba, o homem, fica sob os cuidados de Rubião após seu tutor partir;
  • Rubião: amigo de Quincas Borba e protagonista da trama. Inocente, se vê deslumbrado pela súbita riqueza e parte de Minas Gerais para o Rio de Janeiro;
  • Cristiano Palha: conhece Rubião em um trem e, ambicioso, escolhe se aproveitar da situação;
  • Sofia:esposa de Palha, é também ambiciosa e gosta de coisas finas. Seduz Rubião em busca de seus objetivos.

Foco narrativo

A história é narrada em terceira pessoa, a partir de um narrador onisciente. Ou seja: ele sabe de todos os fatos, conhece a mente de todos os personagens e nos conta a história por um viés imparcial, sem tomar parte de nenhum dos lados mostrados.

Sobre Machado de Assis

É difícil falar sobre quem foi Machado de Assis. Afinal, ele é um dos principais nomes quando falamos sobre a Literatura Brasileira.

Resumidamente, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839, filho de pai brasileiro e mãe nascida em Açores, domínio de Portugal na época.

Ele teve uma infância difícil, marcada por muitas perdas, entre elas a de sua irmã mais nova e a da própria mãe.

Dedicou-se, na vida adulta, ao jornalismo e à literatura. Suas obras são marcadas pelo humor ácido e pela crítica à vida colonial, fazendo sempre um retrato fiel da sociedade daquela época.

Com o passar do tempo, tornou-se mais e mais influente e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, entidade que existe até os dias atuais.

Machado de Assis deixou esse mundo em 1908, aos 69 anos. No entanto, nos presenteou com uma riquíssima obra literária e muitos ensinamentos, um legado inestimável para a cultura brasileira.

Quincas Borba: exercícios

Para fecharmos, que tal resolvermos um exercício sobre o tema que já caiu em provas? Confira a seguir!

(Enem 2010) Capítulo III

Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que esta aqui na sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja — primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.

ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento).

Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside

a) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência.

b) no sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes.

c) na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião.

d) na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho.

e) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia.

Resposta: A

E aí, conseguiu compreender direitinho esse conteúdo? No entanto, analisar uma obra vai muito além do que fizemos aqui hoje! Esse é apenas o ponto de partida.

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