Usar palavras difíceis na redação pode aumentar minha nota?

Por Marina Sestito

Usar palavras difíceis na redação pode aumentar minha nota?

 

Por Marina Sestito

Stoodianos,

Ao escrever uma redação, é muito comum tentarmos impressionar o corretor utilizando conteúdos eruditos e um vocabulário rebuscado. Já conversamos sobre o tipo de referências que você deve priorizar ao escrever sua redação, então hoje gostaria de propor uma discussão sobre um aspecto muito importante do texto: a linguagem.

O que, afinal, é avaliado em linguagem nas redações de vestibulares e concursos?

Ao avaliar a redação, cada vestibular e cada concurso estabelece seus próprios critérios, mas o que é avaliado em linguagem é geralmente mais ou menos a mesma coisa. Em qualquer prova de redação, o importante é priorizarmos a clareza e a objetividade daquilo que está sendo dito, para que o leitor sinta-se conduzido pelas nossas palavras e, no caso das dissertações argumentativas, compreenda melhor a argumentação. Além disso, é importante ficarmos muito atentos à correção gramatical, à concordância, à ortografia e a um outro aspecto que, muitas vezes, acaba sendo negligenciado: a precisão vocabular.

“Mas o que é esse negócio de precisão vocabular?”

Apesar de ter um nome um pouco esquisito, “precisão vocabular” quer dizer nada mais, nada menos, que “usar a palavra mais adequada para exprimir aquilo que estamos querendo dizer”. Se precisar dizer algo e não conseguir lembrar da palavra que usamos para fazer referência àquilo, é mais vantajoso explicar de outras formas o que você pretendia dizer do que, num momento de desespero, escolher qualquer palavra que tenha um sentido mais ou menos próximo ao daquela que pensamos em utilizar e colocar ali no texto, geralmente entre aspas, esperando que a falta de precisão vocabular seja ignorada por a palavra estar ali daquele jeito, destacada pelas aspas, como que desculpada por estar sendo usada de um jeito inadequado na redação.

“Tudo bem. Já entendi. É melhor explicar a ideia com outras palavras do que substituir uma palavra por outra que não tenha exatamente o sentido que eu gostaria de dar para aquela parte do texto. Mas e se o texto ficar muito simples? Não posso dar uma floreada e colocar umas palavras chiques para exibir o meu vasto vocabulário para o corretor e mostrar como sou culto e inteligente?”

Não, não é recomendável que você faça isso. Você não precisa usar palavras bonitas na redação. Não precisa ficar lendo o dicionário no seu tempo livre para poder aprender um monte de palavras novas que vão impressionar o corretor que vai avaliar o seu texto.

O que as bancas avaliadoras de concursos e vestibulares esperam do candidato é que ele consiga trabalhar bem com o seu repertório cultural e linguístico, evitando coloquialidades e fazendo boas escolhas lexicais. Não é uma boa ideia incorrer em oralidades e escrever como se fala, mas não podemos, também, ter uma escrita muito distante daquilo que faz parte do nosso contexto. Não precisa sair por aí colocando “hodiernamente” nas suas redações, porque isso não vai auxiliar em nada na clareza do texto e não vai contar pontinhos na avaliação da redação por você ter usado uma palavra que pouca gente usa. É melhor focar na clareza e na adequação gramatical, sem incorrer em coloquialismos e oralidade.

Promete que só vai usar na redação as palavras que você conhece e que têm exatamente o sentido daquilo que você gostaria de dizer no texto? Procure ser o mais claro possível em suas colocações, mantendo o uso da Norma Padrão da Língua Portuguesa, e tenho certeza de que tudo sairá bem.

Muito beijos, não tomem friagem e até semana que vem.

Quer colocar isso em prática? O Stoodi tem correção de redação

Marina Sestito é a Coordenadora de Redação do Stoodi. Formou-se em Filosofia pela FFLCH, na USP – atualmente cursa Licenciatura na FEUSP. Trabalhou em cursinhos pré-vestibulares e hoje comanda a equipe de correção do Stoodi.

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