Arquitetura e Urbanismo: o guia completo!

Chegou a hora dos vestibulares e o curso com o qual você mais se identifica é Arquitetura e Urbanismo? Então este texto é especialmente para você! Nele, vamos tratar de tudo o que você precisa saber para garantir sua vaga nas melhores universidades do país.

Fique sabendo com detalhes o que se estuda nesse curso, a grade curricular, as faculdades que o oferecem, como funcionam os estágios em Arquitetura, os salários possíveis para um arquiteto, e como é o mercado de trabalho nessa área. Está animado para começar sua carreira de arquiteto e urbanista? Então vem com a gente!

O que é Arquitetura e Urbanismo?

A Arquitetura é uma área muito antiga do conhecimento humano. Ela busca soluções, tanto estéticas quanto estruturais, para os espaços ocupados pelo homem. O Urbanismo acaba sendo uma modalidade de pensamento do espaço que se preocupa especificamente com as cidades. Para isso, a arquitetura precisa dialogar com várias outras áreas que estudam o comportamento das cidades, como por exemplo a Geografia, a Geologia e a Ecologia.

Desde que o homem passou a precisar de abrigo para fugir de dificuldades, como chuvas, frio, predadores etc., a arquitetura passou a existir. A partir daí, foi preciso pensar como se organizar em sociedade naquele espaço.

Era preciso, por exemplo, pensar em quantas pessoas viveriam naquela mesma caverna, como se fecharia a entrada dela, qual seria a divisão interna da caverna para cada pessoa que ali vivesse etc. Ou seja, a arquitetura, desde essa época, já pensava o espaço em função das necessidades das pessoas.

Quando esse espaço passa a ser a pólis, o modelo de cidade grega que foi base para a civilização ocidental, a arquitetura precisa agregar conhecimento sobre as dinâmicas próprias de um território que não para de crescer demograficamente, mas que, ao mesmo tempo, tem limites físicos para esse crescimento. Esse campo de estudo e essa nova forma de se organizar pensando a cidade como centro da vida das cidadãos se torna o urbanismo.

Curso de Arquitetura e Urbanismo

O curso de Arquitetura e Urbanismo tem como objetivo formar profissionais que possam organizar, planejar e construir tanto espaços internos quanto externos, pensando nas necessidades das pessoas que vivem ou convivem naqueles espaços.

Em termos mais técnicos, um graduado do curso de Arquitetura e Urbanismo vai poder trabalhar com paisagismo, edificações, design de interiores e planejamento urbano.

O curso de Arquitetura e Urbanismo é bem popular no Brasil, sendo sempre um dos cursos mais procurados nos vestibulares. Em compensação, é um curso que também é oferecido por muitas faculdades, estando bem diluído em todas as regiões do país, o que quer dizer que, se você mora perto ou em uma cidade de médio porte, é bem provável que existam faculdades próximas que oferecem o curso.

Duração do curso

De acordo com resolução do Ministério da Educação (MEC), o curso de Arquitetura e Urbanismo, modalidade Bacharelado e presencial, deve ter no mínimo 3600 horas de carga horária.

Na maioria das faculdades, isso corresponde a cinco anos de curso, porém isso pode variar. Por exemplo, se você for aluno do turno noturno, no qual as aulas duram um pouco menos do que no diurno, esse tempo pode ser acrescido de um semestre ou até um ano, totalizando seis anos. No entanto, idealmente e oficialmente, a duração do curso de Arquitetura e Urbanismo é de 10 semestres, ou seja, cinco anos.

Arquitetura e Urbanismo: grade curricular

As grades curriculares dos cursos de Arquitetura e Urbanismo podem variar dependendo da faculdade. Porém, todas devem seguir as diretrizes básicas do MEC, que são comuns a todos os cursos na área do Brasil. Vamos ver a seguir como geralmente ocorre a divisão dos tópicos abordados em cada fase do curso.

Primeiro e segundo ano

Nos primeiros semestres do curso, o aluno terá uma base dos tipos de trabalho que desenvolverá na profissão, além de aprender a contextualizar historicamente a arquitetura. São disciplinas como:

Terceiro e quarto ano

A partir do terceiro ano, o aluno já põe a mão na massa, desenvolvendo projetos dos mais variados e específicos, como:

  • Instalações hidráulicas;
  • Saneamento;
  • Estruturas de madeira;
  • Estruturas de aço;
  • Acústica;
  • Planejamento urbano;
  • Patrimônio cultural;
  • Restauração;
  • Paisagismo;
  • Orçamento de obras.

É nesse período também que o aluno terá a chance de fazer disciplinas optativas, já que a carga horária de matérias obrigatórias diminui bem durante o quarto ano. Essas disciplinas optativas são uma forma de o aluno começar a se especializar em áreas com que ele mais se identifica dentro do curso.

Por exemplo, se a intenção é seguir mexendo com planejamento urbano, você pode pegar disciplinas como Transporte urbano, Sustentabilidade, Políticas habitacionais, Legislação ambiental etc.

Já se você gosta mais de arquitetura de interiores, por exemplo, pode seguir pelo caminho das matérias mais específicas dessa parte, como Revestimento, Instalações elétricas, Eficiência energética, Iluminação, Alvenaria etc.

Além disso tudo, é também nessa fase que o aluno deverá fazer o estágio obrigatório, que vai permitir que ele aplique os conhecimentos específicos adquiridos até então em projetos reais.

Quinto ano

Durante o último ano de curso é a hora de o estudante se dedicar ao Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC. Esse é o momento para desenvolver um projeto próprio, que dialogue com seus interesses e com a carreira que você pretende seguir.

Esse trabalho será guiado por um orientador, que será um professor do curso, e pode ser um trabalho prático ou uma monografia. O ideal é que você consiga abordar de uma forma diferente um problema já existente, e que consiga propor soluções para ele.

Para quem deseja seguir carreira acadêmica, o TCC pode ser a porta de entrada para um mestrado ou uma pós-graduação. É ali que o aluno vai mostrar suas habilidades em relação ao que deseja da profissão, seja a pesquisa acadêmica ou atuação no mercado de trabalho.

Caso o mercado seja a opção do aluno, o TCC pode servir de portfólio, funcionando como um primeiro projeto profissional proposto por aquele arquiteto recém-formado.

Arquitetura e Urbanismo: estágio

O estágio em Arquitetura e Urbanismo é obrigatório e regido pelo MEC. Normalmente esse estágio é remunerado e pode ser realizado em empresas particulares ou públicas, além de instituições ou órgãos governamentais. O aluno será supervisionado por um professor da faculdade e por um profissional com a mesma formação no local de trabalho.

O estágio é a oportunidade de adquirir uma vivência profissional em diferentes áreas, e com isso ir se descobrindo nos campos de atuação da profissão.

Depois de cumpridas as horas exigidas pelo estágio obrigatório, o aluno poderá continuar fazendo estágio, tanto na mesma instituição quanto em outras. É desejável que ele teste trabalhos diferentes para que, ao fim do curso, tenha uma compreensão maior das possibilidades de atuação.

A faculdade deve auxiliar o aluno na hora de buscar o estágio, e as empresas deverão ter um convênio com a faculdade, garantindo assim todos os direitos do aluno enquanto estagiário e também regulamentando suas obrigações, para que não haja abusos. É importante fazer estágios em empresas que tenham o aval da faculdade para que ele não seja enganado e termine no famoso papel de “estagiário para buscar café e tirar xerox”.

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Crédito: Marcos Santos/USP

Como já mencionamos, Arquitetura e Urbanismo é um curso popular, oferecido pela maioria das faculdades brasileiras. Vamos ver quais são as melhores faculdades de acordo com dois importantes indicadores brasileiros, o Enade e o Ranking Universitário Folha (RUF).

Enade

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) é uma avaliação promovida pelo MEC que mede a qualidade de ensino dos cursos e Instituições de Ensino Superior no Brasil. Ele avalia o rendimento dos estudantes que estão concluindo a graduação e é realizado de 3 em 3 anos para cada área do conhecimento.

O último Enade de Arquitetura e Urbanismo foi realizado em 2017 e, de acordo com ele, vamos ver as 10 melhores universidades brasileiras que oferecem o curso:

  1. Universidade Federal do Paraná (UFPR);
  2. Universidade Estadual de Maringá (UEM);
  3. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp);
  4. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
  5. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
  6. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
  7. Centro Universitário FBV Wyden (UniFBV WYDEN);
  8. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
  9. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Ranking Folha

De acordo com o RUF 2018, as 10 melhores universidades que oferecem o curso de Arquitetura e Urbanismo são:

  1. Universidade de São Paulo (USP);
  2. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
  3. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
  4. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
  5. Universidade de Brasília (UnB);
  6. Universidade Federal do Paraná (UFPR);
  7. Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE);
  8. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
  9. Universidade Federal da Bahia (UFBA);
  10. Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Como podemos ver, essas universidades estão bem distribuídas, contemplando as regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste. Além disso, oito das 10 são públicas e 7 delas são federais, já que a USP é mantida pelo governo do estado de São Paulo.

Arquitetura e Urbanismo: USP

O curso de Arquitetura e Urbanismo na USP é um dos mais famosos do Brasil, tanto pelo fato de a USP aparecer frequentemente nos primeiros lugares dos rankings das universidades brasileiras como por uma tradição do próprio curso.

A unidade responsável pelo curso na USP é a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), fundada em 1948. Portanto já tem um longo histórico, tendo formado personalidades famosas no Brasil, como o cineasta Fernando Meirelles e o músico Chico Buarque.

A FAU se tornou uma das principais representantes do Modernismo no Brasil, popularizando o uso do concreto, do vidro e de linhas simples. O curso tem um viés urbanista, principalmente por funcionar em uma megalópole como São Paulo.

A carga horária do curso da FAU é bem maior que a exigida pelo MEC, contabilizando 5880 horas, sendo que, dessas, 300 horas são de estágio obrigatório.

Em seus primeiros anos de vida, o curso da FAU combinava basicamente disciplinas técnicas de Engenharia, com professores vindos do curso da Escola Politécnica da USP (POLI) com disciplinas estéticas da Escola Nacional de Belas Artes. Nessa época, ainda havia pouquíssimos arquitetos formados no Brasil, e portanto faltavam professores que fossem profissionais na área.

Na década de 1960, o curso de Arquitetura e Urbanismo da FAU passou por uma reforma curricular que viria a destacar o papel da interdisciplinaridade na formação do “arquiteto total“, ou seja, um profissional que está apto a trabalhar em todos os campos da arquitetura: arte, construção, design, política e história.

Nota de corte para Arquitetura e Urbanismo

A nota de corta do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) é a nota mínima que o estudante precisa atingir no Enem para poder entrar em determinado curso. No Enem 2018, a nota de corte média para Arquitetura e Urbanismo na modalidade de ampla concorrência foi 720.85 pontos. Isso considerando a média de todas as notas de corte de todas as faculdades. Esse valor não costuma se alterar muito ao longo do tempo, sendo que, nos últimos cinco anos, todas as notas de corte média para o curso ficaram entre 710 e 735 pontos.

Já em termos absolutos, a maior nota de corte em ampla concorrência para Arquitetura e Urbanismo em 2018 foi de 814.00, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Já a menor foi de 617.00 pontos, no Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

Arquitetura e Urbanismo: EAD

A educação a distância (EAD) está se tornando cada dia mais popular por causa da flexibilidade e da economia que a modalidade pode trazer.

O curso de Arquitetura e Urbanismo não é totalmente EAD, já que uma parte grande é de matérias práticas, e essas são realizadas presencialmente. São disciplinas que necessitam de uma supervisão em tempo real, como aulas de desenho, maquetes, projetos de construção, visita aos canteiros de obra etc.

São as matérias teóricas as oferecidas no ambiente EAD. Essas aulas geralmente têm suporte de vídeo, textos, exercícios, fotografias etc. Nesse ambiente virtual, também é possível realizar avaliações e trocar mensagens com os professores e os colegas por meio de fóruns.

O diploma do curso EAD só tem validade no mercado se o curso e a faculdade forem reconhecidos pelo MEC, então atenção na hora de procurar faculdades para se inscrever. Algumas faculdades que oferecem o curso de Arquitetura e Urbanismo EAD são a Anhanguera, a Unopar e a Faculdade Pitágoras.

O profissional de Arquitetura

Às vezes, temos uma visão equivocada ou limitada de uma certa profissão, e por isso acabamos fazendo a escolha errada na hora de optar pelo curso de graduação. Você pode acabar entrando em um curso achando que ia fazer uma coisa e só depois descobre que não era bem aquilo, ou também acontece de descartar uma opção achando que não tem nada a ver com você e só depois descobrir que, na verdade, tinha. Por isso, é bom procurar saber o máximo sobre os campos de atuação dentro daquela área, e isso inclui saber se você tem perfil para se dar bem naquele mercado.

Perfil do arquiteto

É importante saber que você não tem que possuir de cara todas as características mais comuns ao campo da arquitetura. Essas informações podem ser usadas tanto para desenvolver certas habilidades que ainda não tem quanto para ser criativo e inventar novas formas de compensar aquilo que é mais difícil para você.

Por exemplo, a arquitetura está na junção da engenharia com a arte. Para engenharia, ter facilidade com números é fundamental e, por consequência, essa é uma habilidade de que os arquitetos podem tirar bastante proveito.

Mas, calma! Se você não é um gênio da Matemática, não se preocupe. Existem ramos da Arquitetura que estão muito mais ligados à parte estética do que à parte de cálculo, então tem lugar para todo mundo.

A criatividade é uma característica muito reconhecida na Arquitetura. Não é à toa que os arquitetos mais conhecidos sempre se destacaram pelo quesito novidade dos projetos. Mas não se engane: a inspiração não é uma questão apenas de lampejo criativo, ela pode vir do trabalho duro.

Se você não é uma pessoa altamente criativa, à medida que for entrando em contato com o que existe por aí, vai aprendendo e desenvolvendo um jeito próprio, mesmo sem nunca ter tido um sonho que te fez acordar no meio da noite com uma ideia genial.

Saber ouvir também é uma importante habilidade de um arquiteto. A Arquitetura não é desenvolvida nunca para você mesmo, mas para os outros, sejam eles clientes específicos ou habitantes de uma cidade. Por isso, o bom arquiteto está sempre procurando saber do que as pessoas precisam, o que elas querem e tentando conciliar isso com o que é possível fazer.

Uma outra característica importante para a profissão é atenção aos detalhes e à qualidade. O bom arquiteto vai acompanhar cada etapa do projeto para garantir que tudo esteja saindo como planejado e sendo muito bem realizado.

Tenha em mente que uma casa, um prédio ou uma praça são coisas que vão durar bastante tempo e, como seu nome estará ligado àquele projeto, ele tem que ser o melhor possível.

Mercado de trabalho

Nos últimos 20 anos, o Brasil entrou em processo de desenvolvimento acelerado. Com isso, todo o setor de construção civil, mobilidade e infraestrutura viu um aumento nas oportunidades de trabalho. Isso também significou um aumento pela procura de profissões relacionadas a isso, ou seja, a concorrência na área também aumentou.

Ainda hoje, mesmo em crise, a infraestrutura das cidades continua a receber muito investimento, principalmente porque os centros urbanos não param de crescer, e isso demanda soluções dos governos e das empresas ligadas ao setor.

Assim, o mercado de trabalho para o profissional de Arquitetura é vasto, mas também concorrido.

Arquitetura e Urbanismo: salário

Como existem muitas áreas de atuação dentro da Arquitetura, a média salarial pode variar dependendo da especialização escolhida. É claro que o valor também muda drasticamente se o profissional é dono de uma firma ou apenas presta serviços para ela.

A média geral do salário de um arquiteto no Brasil é de R$ 4.902, levando em conta todas as possibilidades de ramificações.

As áreas que mais se destacam em termos salariais são a arquitetura de edificações e a arquitetura urbanista, enquanto as regiões que pagam melhor são o Sudeste (R$ 6.837) e o Centro-Oeste (R$ 6.317).

Pronto! Agora que você já está sabendo tudo sobre o curso de Arquitetura e Urbanismo, que tal se debruçar nas videoaulas e exercícios do Stoodi e garantir uma vaga nas melhores universidades? É só cadastrar gratuitamente e começar agora mesmo! E, se está precisando de uma ajudinha na organização, dê uma olhada no nosso plano de estudos!