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Publicidade de bebidas alcoólicas: proibir é a solução? Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema "Publicidade de bebidas alcoólicas: proibir é a solução?", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


Texto I

O Senado deve votar no segundo semestre o projeto vindo da Câmara dos Deputados que proíbe a propaganda de bebida alcoólica nas emissoras de televisão e de rádio e demais meios de comunicação. Para tanto, o PLC 83/2015 prevê mudanças na Lei 9.294/96, que trata das restrições à publicidade de cigarro, derivados de álcool, medicamentos e defensivos agrícolas.
A proposta determina que a propaganda de bebidas alcoólicas só pode ser feita com pôsteres, painéis e cartazes na parte interna dos locais de venda. Além disso, não pode induzir a pessoa ao consumo e muito menos associar o produto a hábitos saudáveis. Entre as punições previstas no projeto para quem insistir neste tipo de publicidade, está o pagamento de multa que pode variar de R$ 5 mil a R$ 100 mil.
A proposta também cria o Dia Nacional de Prevenção e de Combate ao Alcoolismo e às Drogas. De acordo com o PLC 83/2015, a celebração acontecerá todo ano em 17 de janeiro. O objetivo é esclarecer a população sobre os danos que o consumo excessivo de bebida alcoólica provoca no organismo, bem como os danos que podem vir com o uso de entorpecentes.

(Disponível em: http://www.rondoniaovivo.com/noticia/projeto-busca-proibir-publicidade-de-bebidas-alcoolicas/134192 - Acesso em: 2 jun 2017)

 

Texto II

Parece que proibir a publicidade pode não ser tão sábio em caso algum e em nenhum país do mundo. A legislação recente de cidades como Los Angeles, Filadélfia e San Francisco proibiu os anúncios de álcool em alguns casos. No entanto, uma nova pesquisa realizada pela Universidade do Texas em Austin diz que anúncios de bebidas têm pouco efeito sobre o consumo geral de álcool.
O professor de propaganda da universidade, Gary Wilcox examinou a relação entre propaganda de bebidas alcoólicas e o consumo de cerveja, vinhos e bebidas alcoólicas em geral em um novo estudo publicado no International Journal of Advertising. Wilcox e os candidatos a Ph.D. Eun Yeon Kang e Lindsay Chilek constataram que houve, na melhor das hipóteses, uma relação fraca entre os dois. A publicidade foi mais focada em marcas particulares que lutam por participação de mercado, o estudo observa.
"Uma vez que o mercado não está a aumentar, as diferentes marcas ou categorias de álcool estão tentando fatiar o mercado e obter uma fatia maior", diz Wilcox.
Os pesquisadores analisaram as vendas per capita de bebidas nos EUA entre 1971 e 2011 e descobriram que, no período de 40 anos, o consumo per capita se manteve relativamente constante. As mudanças foram em como as pessoas consumiam diferentes tipos de bebidas.
No mesmo período de 40 anos, os gastos com publicidade aumentaram 400%. Wilcox disse que o estudo pode ajudar a mostrar que a proibição da publicidade não coibirá o consumo. Até agora, Los Angeles e Filadélfia proíbem a publicidade de álcool em propriedades municipais e San Francisco proíbe anúncios no transporte público.
"Por que você proibiria?", diz ele. "Se você está tentando reduzir o consumo, a proibição não pode ser o caminho mais eficaz. A liberdade de expressão é uma parte importante dessa coisa, também. Se você proíbe uma mensagem verdadeira sobre um produto legal, eu geralmente digo que não é uma boa ideia também; parece mais intuitivo aumentar a comunicação para que possamos fazer escolhas autônomas."
Qualquer semelhança com as tentativas de proibição da publicidade infantil no Brasil não é mera coincidência. Afinal, proibir a informação é tirar do consumidor e do cidadão o direito número um da democracia, a escolha.

(Disponível em: http://www.consumidormoderno.com.br/2015/03/30/publicidade-de-alcool-nao-impacta-quanto-as-pessoas-bebem/ - Acesso em: 2 jun. 2017)


Texto III

Um dos levantamentos conduzidos por Ilana Pinsky, [doutora em psicologia médica pela Uniesp e pós-doutora pelo Robert Wood Jhonson], avaliou os anúncios de quatro canais da TV aberta durante duas semanas e durante três períodos de elevada audiência: Carnaval e Copa do Mundo, eventos que atraem a atenção à TV, e a Páscoa, período de descanso em que a televisão também é fonte de lazer e diversão.
“Os resultados mostraram que existe uma relação direta na transmissão da propaganda de bebidas em todos os períodos do dia, com destaque para a transmissão relacionada a esportes. Cerca de 69% dos anúncios de álcool na TV são feitos em atrações esportivas e não houve nenhum programa esportivo que não tivesse bebidas alcoólicas entre os anúncios”, relata Ilana Pinsky, que é vice-presidente da Abead e idealizadora do seminário.
Segundo a pesquisadora, esse tipo de programação é mais frequente nos períodos da manhã e da tarde e tem forte apelo entre o público menor de idade, que fica exposto à propaganda de bebida. "Diversos estudos já mostraram que quanto maior a exposição à publicidade, maior o consumo e álcool", afirma Ilana Pinsky. Para ela, a autorregulamentação publicitária não é suficiente para evitar abusos e seriam necessárias restrições à propaganda de álcool tão rígidas quanto as existentes para o cigarro.
A posição está alinhada com documento aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na semana passada que propõe que a publicidade não tenha como alvo os jovens, mesmo os que têm idade legal para beber. “Essas evidências do consumo de álcool entre jovens são ainda mais preocupantes por sabermos que, neles, os efeitos podem ser ainda mais devastadores. Além de estar atrelado à maior parcela de acidentes de carro e agressões entre os jovens, o consumo de bebidas alcoólicas entre os adolescentes pode provocar sérias alterações comportamentais, sendo ainda a principal porta de entrada para o consumo de outras drogas. Isso apenas para resumir os estragos provocados pela bebida”, afirma Ilana Pinsky.

(Disponível em: http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=3784&msg=O%20alvo%20da%20publicidade - Acesso em: 2 jun. 2017)

 

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