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A violência obstétrica como reflexo da violência contra a mulher no Brasil Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A violência obstétrica como reflexo da violência contra a mulher no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

TEXTO I
Violência obstétrica no Brasil
São caracterizados como violência contra a gestante, por exemplo:

a restrição do direito de estar acompanhada;
- a realização de qualquer procedimento sem explicação prévia sobre o que é ou do motivo de estar sendo realizado;
- a negação de alívio da dor durante o parto;
- a realização de procedimentos sem o consentimento da mulher;
- a realização de procedimentos constrangedores ou dolorosos, como a episiotomia, corte feito entre a vagina e o ânus para aumentar o canal de parto, sem que haja real necessidade;
- a separação do bebê saudável de sua mãe após o nascimento, sem necessidade clínica justificável;
- ameaças, piadas e frases desrespeitosas.
(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/05/07/O-veto-ao-termo-viol%C3%AAncia-obst%C3%A9trica-pelo-governo - Acesso em 11 jul. 2019).

TEXTO II
Apesar de reconhecer o direito de que mulheres usem a expressão "violência obstétrica", o Ministério da Saúde mantém a decisão de não usar esse termo em suas normas e políticas públicas, informou o secretário de atenção primária da pasta, Erno Harzheim.
A declaração ocorreu após a divulgação, em 10 de junho de 2019, de um ofício enviado ao Ministério Público Federal de São Paulo em que a pasta diz reconhecer o “direito legítimo” de que as pessoas usem o termo –o que começou a ser interpretado como um possível recuo da pasta, que havia defendido abolir o uso da expressão em maio. Na prática, porém, a medida está mantida. “O Ministério não usará formalmente esse termo [violência obstétrica]”, afirmou Harzheim, que assina o documento enviado ao MPF.
“Seguiremos usando o termo da Organização Mundial de Saúde: ‘Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde’”, completou.
O debate em torno do tema começou em maio, após a pasta divulgar um despacho em que orientava abolir o uso da expressão "violência obstétrica" de normas e políticas públicas por considerá-la inadequada. [...]
A mudança de postura gerou reação entre entidades em defesa das mulheres, para quem evitar o termo é negar a existência do problema. Também levou o MPF-SP a emitir uma recomendação para que a pasta “passasse a atuar para coibir casos de violência obstétrica em vez de proibir o uso do termo”.
(Disponível em: https://oglobo.globo.com/celina/termo-violencia-obstetrica-deve-ser-banido-ou-nao-duas-medicas-debatem-nova-decisao-do-governo-23650133 - Acesso em 11 jul. 2019).

TEXTO III
Estudo da Fundação Perseu Abramo publicado em 2010 revela que 25% das mães brasileiras sofreram algum tipo de agressão na fase de pré-natal ou no parto. A violência obstétrica foi o tema de audiência pública promovida em 20 de junho de 2019 pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher.
De acordo com Daphne Rattner, representante da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, a violência obstétrica ocorre em hospitais públicos e privados. A mesma pesquisa da Fundação Perseu Abramo indica que 27% das mulheres atendidas na rede pública afirmam ter sofrido violência. No setor privado, a taxa é de 17%. “Não é uma questão do Sistema Único de Saúde. É uma questão da cultura da nossa sociedade, que legitima o feminicídio. O cuidado deveria estar centrado no bem estar da mulher, do bebê e da família. Mas infelizmente a cultura institucional faz com que o cuidado esteja centrado na conveniência do profissional e da instituição”, afirmou.
(Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/06/20/violencia-obstetrica-e-uma-realidade-cruel-dos-servicos-de-saude-apontam-debatedores - Acesso em: 12 jul. 2019).

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