Correção de Redação Enem

Caminhos para combater o abuso sexual de crianças e adolescentes Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para combater o abuso sexual de crianças e adolescentes no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

 

Texto I
Quando uma família de militares a tirou da vida de menina de rua no Rio de Janeiro, Maura de Oliveira Lobo achava que teria uma infância melhor. Mas além de ter que trabalhar como empregada doméstica sem remuneração, aos 6 anos de idade ela conheceu um tipo de violência que mesmo hoje, casada e com dois filhos, não esquece. Foi abusada sexualmente por dez anos por dois de seus “patrões”, dentro das casas onde morou, em vilas militares. Atualmente, à frente de uma organização não governamental que atende pessoas vítimas de pedofilia e jovens carentes, Maura diz que só conseguiu superar medos e formar uma família porque sempre se sentiu muito sozinha. Mas conta que a dor de ser vítima da violência sexual na infância vai permanecer pelo resto de sua vida.
- Eu lembro da cor do fio do bigode do primeiro pedófilo, eu sou capaz de desenhar cada cena que vivi. É como se o meu coração tivesse gavetinhas. A gavetinha das coisas negativas está lá. Mas a gente abre gavetas de coisas positivas na vida. É possível ser feliz - diz Maura, de 45 anos de idade.
Esse é apenas um dos milhares casos de violência sexual contra crianças e jovens no Brasil. Na opinião do coordenador de projetos da organização não governamental Childhood Brasil, Itamar Gonçalves, os números de violência sexual contra crianças e jovens precisam provocar indignação.
- Temos que ficar indignados e pressionar os governos para qualificar e ampliar o atendimento. Sabemos que muitos conselhos tutelares, por exemplo, nem têm carros para fazer visitas às famílias. Falta engajar todos e ter mais políticas públicas que atuem na ponta do problema - diz Gonçalves.

(Adaptado de: https://oglobo.globo.com/brasil/pedofilia-pesadelo-que-comeca-na-infancia-em-casa-11828021 - Acesso em: 26 out. 2017).

 

Texto II
Um levantamento do Ipea, feito com base nos dados de 2011 do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), mostrou que 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes. Em metade das ocorrências envolvendo menores, há um histórico de estupros anteriores.
No Brasil, há poucos dados sobre o assunto, mas o Disque Denúncia (o Disque 100, serviço nacional de denúncia de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes) registrou em 2014 uma média diária de 13 denúncias de abusos de meninos. O número ainda representa menos de 30% dos casos com meninas, mas de acordo com especialistas, também é alarmante.
A mesma pesquisa do Ipea estima que no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasile que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. Do total, 70% são crianças e adolescentes. Esses números mostram que 24,1% dos agressores das crianças são os próprios pais ou padrastos, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima.

(Adaptado de http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36401054 - Acesso em: 26 out. 2017).

 

Texto III
Apesar de o senso comum nomear como pedófilo todo agressor sexual de crianças, estudos feitos no Brasil e em todo o mundo mostram que apenas 20% das pessoas sentenciadas por este tipo de crime são diagnosticadas com a doença. A maior parcela dos molestadores de crianças e adolescentes é de criminosos oportunistas, que podem ser dependentes de álcool e outras drogas, sofrer transtornos de humor ou personalidade ou não apresentar nenhum transtorno psiquiátrico.
Pedofilia é um transtorno psiquiátrico que leva o adulto a se sentir sexualmente atraído de modo compulsivo por crianças e adolescentes. “É a doença mais estigmatizada de toda a medicina. São alterações no funcionamento cerebral na região que determina o controle emocional. Não tem cura, mas pode ser tratado”, observa Danilo Baltieri, professor de Psiquiatria e coordenador do ABSex. Segundo o médico, da mesma forma que nem todo molestador de crianças é pedófilo, nem todo portador de pedofilia é molestador de crianças, o que diferencia os dois casos é que o pedófilo precisa de tratamento psicológico adequado.
O controle da doença une psicoterapia e medicações, além de terapia em grupo. Nos casos extremos, quando o paciente não responde a nenhuma medicação, podem ser utilizados medicamentos antagônicos da ação da testosterona, os chamados antilibido.

(Disponível em: http://www.dgabc.com.br/Noticia/509754/apenas-20-dos-agressores-sexuais-de-criancas-sao-pedofilos?referencia=minuto-a-minuto-topo – Acesso em: 26 out. 2017).

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