Correção de Redação Enem

Conteúdos virtuais: seleção ou indução? Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Conteúdos virtuais: seleção ou indução?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I
Embora influenciem até mesmo atividades cotidianas prosaicas, como a procura de atalhos no trânsito com a ajuda de aplicativos de celular, os algoritmos costumam ser vistos como objetos intangíveis pela população em geral – que sente seus efeitos, mas não conhece ou compreende seu formato e modo de ação. Um algoritmo nada mais é do que uma sequência de etapas para resolver um problema ou realizar uma tarefa de forma automática, quer ele tenha apenas uma dezena de linhas de programação ou milhões delas empilhadas em uma espécie de pergaminho virtual. (...)  Tome-se o exemplo da sequência de passos realizada pelo algoritmo do Facebook. A escolha do que vai aparecer no feed de notícias de um usuário depende, em primeiro lugar, do conjunto de postagens produzidas ou que circulam entre os amigos. Em linhas gerais, o algoritmo analisa essas informações, descarta posts denunciados como de conteúdo violento ou impróprio, os que pareçam spam ou os que tenham uma linguagem identificada como “caça-cliques”, com exageros de marketing. Por fim, o algoritmo atribui uma nota para cada uma das publicações com base no histórico da atividade do usuário, tentando supor o quanto ele seria suscetível a curtir ou compartilhar aquela informação. Recentemente, o algoritmo foi modificado para reduzir o alcance de publicações oriundas de sites de notícias. (...)
O antropólogo norte-americano Nick Seaver, pesquisador da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, dedica-se atualmente a um projeto baseado em pesquisa etnográfica e entrevistas com criadores de algoritmos de recomendação de músicas em serviços de streaming. Seu interesse é compreender como esses sistemas são desenhados para atrair usuários e chamar a sua atenção, trabalhando na interface de áreas como aprendizado de máquina e publicidade on-line. “Os mecanismos que controlam a atenção e suas mediações técnicas tornaram-se objeto de grande preocupação. A formação de bolhas de interesse e de opinião, as fake news e a distração no campo político são atribuídas a tecnologias desenhadas para manipular a atenção dos usuários”, explica.

(Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/04/19/o-mundo-mediado-por-algoritmos/ - Acesso em: 17 mai. 2018).

TEXTO II
Na União Europeia, o Google vem sendo acusado de utilizar o seu algoritmo para favorecer seu próprio serviço, mostrando as ofertas do Google Shopping como as mais relevantes, o que, levando-se em consideração posição quase que dominante o buscador, vem sendo considerada uma prática monopolística. Sob o argumento do abuso de poder de dominância, a empresa foi multada em quase 2,5 bilhões de Euros. Algumas das principais discussões do processo envolviam a necessidade de transparência dos algoritmos para aferir se a companhia realmente favorecia seus serviços, o que, para infortúnio de pesquisadores, não aconteceu. (...)
No Brasil, essas questões começam a ser discutidas, principalmente no contexto de fake news e propaganda eleitoral. Estudo da FGV mostra que contas automatizadas motivam até 20% de debates em apoio a políticos no Twitter, impondo riscos à democracia e ao processo eleitoral de 2018 por meio de um discurso ilegítimo e parcial. A polêmica aumentou com a promulgação da lei da reforma política, que proibiu, no seu art. 57-C, a “veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na Internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes”.

(Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/11/opinion/1507749770_561225.html?rel=mas - Acesso em: 17 mai. 2018).

TEXTO III
Em mais uma tentativa de atrair publicidade para a sua plataforma, o Facebook criou uma série de filtros para que as agências de propaganda possam focar anúncios em públicos específicos.  
A partir de hoje, as páginas de marcas poderão fazer postagens direcionadas por gênero, interesses, idade, localização, linguagem, status de relacionamento, educação e local de trabalho.
Ao Mashable, um porta-voz da rede social deu um exemplo de como as empresas podem usar os novos recursos: "Digamos que você queira fazer um anúncio de volta às aulas. Você pode direcionar seus anúncios para estudantes de 18 a 21 anos e atingir somente este público, sem incomodar o resto".
A iniciativa do Facebook pode ser englobada em um aperfeiçoamento geral dos planos de marketing das principais redes sociais.
Recentemente, o Twitter anunciou uma ferramenta semelhante de direcionamento, que permite que marcas façam tweets levando em conta a localização do usuário e o meio de acesso – smartphones, tablets ou PCs.

(Disponível em: https://olhardigital.com.br/noticia/facebook-cria-filtros-para-publicidade-direcionada/28155 - Acesso em: 17 mai. 2018).
 

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