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Evasão escolar: como garantir acesso às tecnologias educacionais Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Evasão escolar: como garantir acesso às tecnologias educacionais”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I
A evasão escolar é, sem dúvida, uma das formas de expressão da questão social que se agrava significativamente em tempos de pandemia, com a suspensão não planejada das atividades presenciais nas instituições de ensino de diferentes níveis. Trata-se de um fenômeno anterior ao vírus, mas igualmente complexo, avassalador e de alcance universal, que atinge os sistemas educacionais tanto dos países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento, perpetuando suas disparidades socioeconômicas.
Conforme levantamento divulgado pela UNESCO, em 2018, “em países de baixa renda, a taxa de evasão de estudantes de 15 a 17 anos é de 59%, enquanto nos países ricos é de apenas 6%”. De fato, na América Latina, cujas desigualdades tendem a ser mais evidentes, os índices de evasão escolar, de tão elevados, revelam-se um problema crônico do sistema educacional. No Brasil, por exemplo, no âmbito da educação básica, que contempla a educação infantil (creche e pré-escola), o ensino fundamental e o ensino médio, as maiores taxas de evasão discente se concentram nesta última etapa. O número de jovens brasileiros que não concluem o ensino médio é bastante expressivo e, dessa maneira, merece especial atenção por parte dos governantes e dos formuladores de políticas públicas.
(Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/evasao-escolar-e-pandemia-quanto-pior-pior/ - Acesso em: 9 set. 2021).

TEXTO II
Pesquisa realizada entre o final de abril e o início de maio de 2020, com quase 4.000 redes municipais de ensino, mostrou que apenas 33% dos domicílios brasileiros possuem computador e acesso à internet. O levantamento foi feito pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em parceria com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), Fundação Itaú Social, Fundação Lemann e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Lucas, estudante do 9o ano do Ensino Fundamental II e morador da Brasilândia, zona Norte da cidade de São Paulo, deixou os estudos no ano passado. Hoje, aos 17 anos, começou a trabalhar como mecânico com o pai. “A realidade dele é a mesma que a de muitos jovens por aqui”, conta o líder comunitário Rodrigo Olegário. “Tem uma família que, entre sobrinhos, primos, irmãos, somam umas 10 crianças que abandonaram a escola no ano passado”, comenta. Entre os motivos está a falta de acesso aos recursos tecnológicos e à internet, o que inviabiliza o acompanhamento das aulas remotas, e, também, o fato de precisar contribuir com renda dentro de casa, necessidade que aumentou em meio ao contexto de pandemia.(Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/pandemia-aumenta-evasao-escolar-diz-relatorio-do-unicef/ - Acesso em: 9 set. 2021. Adaptado).

TEXTO III

(Disponível em: https://tutormundi.com/blog/evasao-escolar/ - Acesso em: 9 set. 2021).

TEXTO IV
O professor Christian Sznick, dirigente do Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp), salienta que a evasão escolar é uma realidade anterior ao coronavírus e reforça que o desafio de manter o aluno na escola passa por todo o cenário da educação. “Não basta apenas, por exemplo, fornecer uma vaga à criança. A escola também deve ser próxima da residência da família”, disse.
Sznick acrescenta que programas da rede pública podem estimular a frequência do aluno. “O programa de alimentação escolar é um importante componente na permanência do bebê, da criança e do estudante na unidade educacional”, exemplificou.
O professor aponta, ainda, que, com a pandemia de COVID-19, a evasão escolar passou a ter particularidades adicionais, como a falta de acesso à internet e a característica de cada etapa e modalidade da educação. “A falta de conectividade tem sido um ponto cobrado pelo Sinesp desde o ano passado, em conjunto com outras entidades, e apontado, inclusive, no Comitê Emergencial de Crise da Câmara Municipal de São Paulo.”
Sznick enfatiza que, embora a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo tenha optado por fornecer tablets e chips de dados aos alunos do Ensino Fundamental, a iniciativa, que ainda não se concretizou por inteiro, também não será suficiente para prover conectividade a todos os estudantes. “Embora importante, essa medida é emergencial e não se tem a sua expansão para a Educação Infantil, até pelas características da etapa, que preza pelo contato social, impossibilitado pelo momento pandêmico.”
Segundo o dirigente, o Sinesp tem reivindicado que esses equipamentos cheguem diretamente às famílias, em vez de serem entregues às escolas de forma fracionada e sem um contrato de configuração dos equipamentos, como está previsto que aconteça. Outra reivindicação é que os materiais didáticos impressos para o ano letivo também sejam entregues diretamente na casa dos estudantes.
Sznick cita, ainda, a dificuldade das equipes gestoras em contatar os alunos e as famílias, pois “muitas alteraram os números de telefone e até mudaram de endereço”.
(Disponível em: https://osaopaulo.org.br/destaque/pandemia-acrescenta-desafios-para-o-combate-a-evasao-escolar-no-brasil/ - Acesso em: 9 set. 2021).

TEXTO V
A diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cláudia Costin, explica que o cenário de evasão escolar pode gerar consequências irreversíveis a longo prazo, afetando, inclusive, a entrada dessas pessoas no mercado de trabalho. “Com a automação acelerada que estamos vivendo e o advento da inteligência artificial, muitos postos de trabalho têm sido extintos. Os novos postos que estão sendo criados, estão demandando competências muito mais sofisticadas”, explica. “É dramático o que vai acontecer. É importante que os governos tenham sentido a urgência de fazer a busca ativa desses jovens que abandonaram ou venham a abandonar a escola e que se crie um sistema de recuperação de aprendizagem”, acrescentou.
A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNDA Contínua), divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluiu que a passagem do Ensino Fundamental para o Médio era o período de maior abandono escolar no Brasil. Durante a pandemia da Covid-19, a situação não parece ter sido diferente.
(Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/primeiro-ano-da-pandemia-levou-172-mil-alunos-a-deixarem-a-escola-no-brasil/ - Acesso em: 9 set. 2021. Adaptado).

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