Correção de Redação Enem

A construção de mecanismos que permitam o surgimento de artistas engajados socialmente Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A construção de mecanismos que permitam o surgimento de artistas engajados socialmente”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

TEXTO I
No campo artístico há um debate antigo que divide a funcionalidade da arte na sociedade em basicamente dois eixos: a arte engajada e a dita 'arte pela arte'. No Recife, celeiro cultural do Brasil e uma cidade historicamente envolvida em revoluções sociais, o assunto voltou à tona no meio artístico por conta de recentes movimentos, a exemplo do Ocupe Estelita, que fazem uso das intervenções artísticas de forma mais politizada.
Mas o que os artistas da cena pensam a respeito? Se de um lado há quem defenda o uso da arte engajada, do outro existem os que não necessariamente buscam um aspecto politizado para levar seu trabalho adiante.
Antes de entrar nesta discussão, vale a pena relembrar fatos históricos que contextualizam o assunto. Tatiana Ferraz, professora de História da Arte da Faculdade ASCES, comenta sobre quando se começou a separar a arte através destes eixos. “A divisão de pensamento entre arte engajada e arte pela arte surgiu com força no período das revoluções industriais (XVIII) e das vanguardas modernistas. Uma época na qual os movimentos artísticos buscavam a originalidade e a questão do consumo começou a interferir na própria arte.
(Disponível em: http://m.leiaja.com/cultura/2014/07/10/arte-em-questao-engajamento-politico-ou-funcao-estetica/ - Acesso em: 10 mai. 2019).

TEXTO II
A importância da cultura para o desenvolvimento social e econômico do país é um esclarecimento que os políticos brasileiros definitivamente não têm. Apenas cinco dos treze candidatos à presidência apresentaram projetos para a cultura em seus programas de governo. A maioria não menciona o assunto e a palavra cultura nem sequer é proferida em campanhas eleitorais. Diante da absoluta falta de comprometimento de nossos atuais e futuros representantes públicos, cresce a relevância do discurso daqueles que trabalham pela arte e pela cultura. Felizmente eles são muitos, cada vez mais abundantes. A seguir, algumas vozes que ecoam no Rio de Janeiro.
Em “Arte Democracia Utopia — Quem Não Luta Tá Morto”, no Museu de Arte do Rio (MAR), o curador Moacir dos Anjos se refere ao caráter essencialmente político do pensamento utópico que marca a arte brasileira recente. “São muitas as maneiras de fabular outro lugar que possa existir no futuro, embora fazer política e fazer arte sejam duas das mais antigas e constantes”, aponta dos Anjos no texto curatorial. Os trabalhos dos cerca de 60 artistas e coletivos ali reunidos expressam, por um lado, o inconformismo com a realidade — como os bordados de Rosana Palazyan, que representam a dor e o vazio de mães que perderam seus filhos para a violência cotidiana. Por outro, eles mostram que é possível criar lugares que não existem “por agora” e fazem de seus trabalhos processos de cura (Ayrson Heráclito promove um ritual de limpeza espiritual no MAR) e de aprendizado (Traplev faz programa de realfabetização política com suas “Almofadas Pedagógicas”).
(Disponível em: https://istoe.com.br/arte-politica-e-urgencia/ - Acesso em: 13 mai. 2019).

TEXTO III
“Não me parece que se sustente hoje a ideia de que haja uma cultura brasileira, nacional, única e homogênea. Seria necessário reconhecer a existência de tempos e espaços diferenciados: há uma cultura letrada ou erudita, uma cultura popular de cunho folclórico, uma cultura de massa ou indústria cultural, que atinge várias classes e, por hipótese, uma cultura criadora individualizada. Cada uma tem seu dinamismo próprio, embora as interações não sejam poucas. [...] hoje, certamente, os meios de instrução superior são muito mais acessíveis aos jovens de talento. Fiquemos à espera de criadores do mesmo nível. Há boas promessas. Quem viver verá.”
(BOSI, Alfredo. Crítico literário).

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