Correção de Redação Enem

O aumento da pressão sobre as mulheres causado pela pandemia Stoodi

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O aumento da pressão sobre as mulheres causado pela pandemia”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I
Metade das brasileiras passou a cuidar de alguém durante a pandemia de Covid-19. É o que revelam os dados de uma pesquisa realizada pela organização de mídia Gênero e Número em parceria com a Sempreviva Organização Feminista divulgada nesta quinta-feira (30). Considerando apenas os ambientes rurais, o número passa para 62%. Além disso, 41% das mulheres empregadas afirmam estar trabalhando mais do que antes.
As respostas foram analisadas levando em consideração variáveis como a etnia e localização das mulheres — se moram em áreas rurais ou urbanas.
O resultado da pesquisa mostra que as mulheres negras e residentes de áreas rurais assumiram mais responsabilidades com relação ao cuidado do outro. Além disso, as mulheres negras relataram ter menos suporte nestas tarefas.
As mulheres brancas representam a maior parte das mulheres que seguiram trabalhando e tiveram o salário mantido durante a pandemia. Neste grupo, 41% relatou estar trabalhando mais, mostrando o peso da ausência de empregados em casa ou de espaços como a creche e a escola.
Para 40% das mulheres, a pandemia e o isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco. A maioria delas (55%) são negras, que relataram dificuldades no pagamento de contas básicas ou do aluguel.
Segundo a socióloga Tica Moreno, da Sempreviva Organização Feminista, os dados mostram que as dinâmicas de vida e trabalho das mulheres se contrapõem ao discurso de que o trabalho e a economia pararam durante o período de isolamento social.
(Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/07/30/trabalho-das-mulheres-na-pandemia-aumentou-com-inclusao-de-tarefas-e-de-pessoas-para-cuidar-diz-pesquisa.ghtml - Acesso em: 29 set. 2020).

TEXTO II
A pandemia causada pelo novo coronavírus pode acentuar os efeitos da desigualdade de gênero e piorar a vida das mulheres. O alerta foi dado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), organismo da ONU responsável por questões populacionais.
Segundo a UNFPA, as mulheres estão mais expostas ao COVID-19 por estarem na linha de frente no combate à epidemia. Cerca de 70% das equipes de trabalho em saúde e serviço social são compostas por profissionais do sexo feminino. A conta inclui os trabalhos de enfermeiras, parteiras e trabalhadoras de saúde da comunidade.
O fechamento de escolas é um fator adicional de preocupação, pois o trabalho doméstico recai, tipicamente, sobre as mulheres. Dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, apontam que a taxa de realização de trabalhos domésticos, em 2018, era de 92,2% para as mulheres e 78,2% para os homens. Em média, as mulheres dedicam 21,3 horas para essas atividades, enquanto os homens dedicam 10,9 horas.
No Brasil, existem cerca de 35 milhões de lares chefiados por mulheres, ainda segundo o IBGE. “Hoje, a pandemia pelo coronavírus poderia causar um impacto significativo nos meios de subsistência das mulheres”, afirma a UNFPA.
(Disponível em: https://exame.com/carreira/covid-19-dupla-jornada-aumenta-vulnerabilidade-das-mulheres-diz-onu/ - Acesso em: 29 set. 2020).

TEXTO III
Apesar de ter alterado profundamente a rotina da vida privada e as dinâmicas de trabalho, a pandemia do coronavírus não mudou um fator fundamental nessa equação: o dia continua a ter 24 horas.
Antes da pandemia, mulheres gastavam, em média, o dobro de horas semanais que homens em atividades de cuidados com pessoas e com a casa, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o confinamento, a tendência é que esse abismo tenha se agravado, sobrecarregando ainda mais as mulheres.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/home-office-na-pandemia-amplia-desequilibrio-de-genero-na-justica.shtml - Acesso em: 29 set. 2020).

TEXTO IV
Segundo dados divulgados em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mulheres dedicam em média 18,5 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, na comparação com 10,3 horas semanais gastas nessas atividades pelos homens. Essa rotina deve ficar ainda mais intensa com as restrições impostas pela pandemia.
Há ainda a situação das mais de 11 milhões de famílias no Brasil compostas por mães solo, que podem não ter com quem compartilhar o trabalho dentro de casa. Muitas contam com o apoio de parentes, entre eles pessoas mais velhas, com quem não poderiam ter contato no momento atual – idosos fazem parte do grupo de risco da covid-19 e autoridades recomendam que eles não se encontrem com pessoas mais novas para evitar contaminação.
“Eu sinto como se tivesse cinco empregos”, afirmou uma mulher ao jornal americano New York Times. Ela está trabalhando de casa e tem auxiliado nos estudos dos dois filhos de sete e nove anos durante a pandemia, coordenando essas atividades com as tarefas domésticas, como cozinhar e limpar. Seu marido é funcionário do estado e continua indo trabalhar.
Além do trabalho doméstico e de cuidado, há ainda a carga mental do trabalho emocional, ainda mais invisível. São as mulheres que em geral tomam a frente no planejamento e no gerenciamento da casa e do cotidiano, tentando prever as necessidades de todos e se preocupando com a saúde da família.
(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/03/24/Quais-os-impactos-da-pandemia-sobre-as-mulheres - Acesso em: 29 set. 2020).

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