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  1. 331

    UFJF 2012

    Nel mezzo del camim... Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E alma de sonhos povoada eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha. Hoje segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. (BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 127.)    No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. (ANDRADE, Carlos Drummond. Nova reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 15.)   O título do soneto de Olavo Bilac está em italiano, pois faz a citação, no original, do primeiro verso de um famoso poema de Dante Alighieri, A Divina Comédia, no qual se lê “Nel mezzo del camin de nostra vita / mi retrovai por una selva oscura”, cuja tradução pode ser “No meio do caminho de nossa vida / me encontrava numa selva escura”. Da mesma forma, o poema de Carlos Drummond de Andrade dialoga, através de uma relação de intertextualidade, diretamente com o soneto de Olavo Bilac. Considerando o tipo de referência de cada um dos poetas, é correto afirmar que:

  2. 332

    UFAM 2015

    Leia o poema “Áporo”, de Carlos Drummond de Andrade: Um inseto cava cava sem alarme perfurando a terra sem achar escape. Que fazer, exausto, em país bloqueado, enlace de noite raiz e minério? Eis que o labirinto (oh razão, mistério) presto se desata: em verde, sozinha, anteuclidiana, uma orquídea forma-se. Sobre o poema, afirma-se: I. Por apresentar quatorze versos do mesmo tamanho (redondilhas menores), em dois quartetos e dois tercetos, pode ser considerado um soneto. II. Apresenta, na primeira estrofe, uma ideia (a tese), à qual se opõe um obstáculo na segunda (a antítese); esse dilema se soluciona no final (a síntese). III. O termo “antieuclidiana”, pelo contexto em que está situado, se refere a Euclides de Alexandria, considerado o Pai da Geometria. IV. Considerando-se o contexto brasileiro da época em que foi escrito, que era a ditadura de Vargas, o conteúdo do poema expressa a luta de um militante político pela liberdade. V. A palavra “Áporo” tem pelo menos três significados: inseto, problema de difícil solução e orquídea.   Assinale a alternativa correta:

  3. 333

    UFRGS 2014

    Considere as seguintes afirmações sobre os poemas de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.   I. No poema em que “vê” Jesus (Num meio-dia de fim de primavera/ tive um sonho como uma fotografia./ Vi Jesus Cristo descer à terra.), o eu lírico saúda Jesus na condição de menino travesso, mas obediente, que cuida das cabras do rebanho e convive carinhosamente com a Virgem Maria. II. No poema cujos primeiros versos são O meu olhar azul como o céu/ É calmo como a água ao sol./ É assim, azul e calmo,/ Porque não interroga nem se espanta..., a expressão direta, muito ritmada mas sem rimas nem métrica fixa, está a serviço da enunciação da natureza imanente e das sensações também diretas que ela desperta no poeta. III. No poema cujos primeiros versos são O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/ Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, o poeta estabelece o contraste entre a fama e a história do rio Tejo e a irrelevância do rio provinciano, que é amado, no entanto, por ter às suas margens a aldeia medieval habitada há gerações pela família de Caeiro.   Quais estão corretas? 

  4. 334

    PUC-CAMPINAS 2016

    No fim de 1944 estávamos em regime de ditadura no Brasil, como todos sabem. Uma ditadura que já se ia dissolvendo, porque o ditador de então começara a acertar o passo com as chamadas Potências do Eixo; mas quando os Estados Unidos entraram na guerra e pressionaram no mesmo sentido os seus dependentes, ele não só passou para o outro lado, como teve de concordar que o país interviesse efetivamente na luta, como aliás pedia a opinião pública, às vezes em manifestações de massa que foram as primeiras a quebrar a rotina disciplinada de tranquilidade aparente nas grandes cidades. (CÂNDIDO, Antonio. Teresina etc. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 107-108)   No imediato pós-guerra, precisamente no ano de 1945, um grupo de poetas − a chamada geração de 45 − acabou se caracterizando por abraçar

  5. 335

    UP 2015

    Assim como Graciliano Ramos e Jorge Amado, José Lins do Rego é um dos principais representantes do Romance de 30. Sua obra Fogo morto foi publicada em 1943. Sobre essa obra, considere as seguintes afirmativas: 1. Ao contrário do realismo constante nas obras de Graciliano Ramos e de Jorge Amado, em Fogo morto predominam o saudosismo e as visões idílicas da infância. 2. Em Fogo morto, José Lins do Rego trata da decadência das formas tradicionais de produção de cana-de-açúcar, enfatizando as consequências desse processo nas relações sociais. 3. Os três protagonistas de Fogo morto – Mestre José Amaro, Seu Lula e Capitão Vitorino – condenam as ações do bando de cangaceiros de Antônio Silvino, que ameaçam suas propriedades. Assinale a alternativa correta.  

  6. 336

    UNESPAR 2011

    Leia atentamente o excerto a seguir.   – “Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... faz-me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...?” Disse, de golpe. Trazia entre dentes aquela frase. Soara como riso seco. Mas, o gesto, que se seguiu, imperava-se de toda a rudez primitiva, de sua presença dilatada. Detinha minha resposta, não queria que eu a desse de imediato. E já aí outro susto vertiginoso suspendiame: alguém podia ter feito intriga, invencionice de atribuir-me a palavra de ofensa àquele homem; que muito, pois, que aqui ele se famanasse, vindo para exigir-me rosto a rosto, o fatal, a vexatória satisfação? – ”Saiba vosmecê que saí ind’hoje da Serra, que vim, sem parar, essas seis léguas, expresso direto pra mor de lhe perguntara pregunta, pelo claro...” Se sério, se era. Transiu-se-me. – ”Lá, e por estes meios de caminho, tem nenhum ninguém ciente, nem tem o legítimo – o livro que aprende as palavras... É gente pra informação torta, por se fingirem de menos ignorâncias... Só se o padre, no São Ão, capaz, mas com padres não me dou: eles logo engambelam... A bem. Agora, se me faz mercê, vosmecê me fale, no pau da peroba, no aperfeiçoado: o que é que é, o que já lhe preguntei?”   Considerando tema e características de estilo presentes no trecho, indique as afirmações corretas sobre o texto.   I) Trata-se de uma obra pré-modernista.   II) Trata-se de uma obra modernista.   III) O autor é Euclides da Cunha.   IV) O autor é Guimarães Rosa.   V) O autor é José Américo de Almeida.   VI) A obra é A Bagaceira que, segundo o estudioso Otto Maria Carpeaux, “abriu nova fase na história literária no Brasil”, inaugurando o romance regionalista do Nordeste que enfoca o ciclo da seca, do cangaço, da cana-de-açúcar, enfocando os problemas e transformações agrárias da região. Documenta a paisagem física e social do Brasil e apresenta temas e problemas do homem em relação ao meio que vive.   VII) A obra é Os Sertões que, segundo o estudioso Antonio Candido, se situa “entre a literatura e a sociologia naturalista”, assinalando “o fim do imperialismo literário, o começo da análise científica aplicada aos aspectos mais importantes da sociedade brasileira”. Na primeira parte apresenta a descrição geográfica da região em que se trava a Guerra de Canudos. Nesta, apresenta uma exposição das “raças e sub-raças” que compõem o povo brasileiro. E nesta terceira, expõe com rigor jornalístico as investidas do exército contra Canudos e a resistência de seus 20mil habitantes.     VIII) A obra é Primeiras estórias que, segundo o estudioso Cavalcanti Proença, “penetra no miolo do idioma, alcançando uma espécie de posição-chave, a partir da qual pode refazer a seu modo o caminho da expressão, inventando uma linguagem capaz de conduzir a alta tensão emocional da obra”. Ainda, conforme Adolfo Monteiro, o autor “imita o sertanejo: imita-o no seu processo, mas de modo algum copia como ele fala; imita a atitude dele para com a língua, coloca-se no lugar dele... mas como um “sertanejo-erudito”, um sertanejo que soubesse a beleza de sua fala”.   Estão corretas:

  7. 337

    FCMMG 2009

    As alternativas trazem um mesmo tema, recorrente na poesia de Manuel Bandeira, EXCETO:

  8. 338

    PUC-CAMPINAS 2015

    O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino (...)   Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar nem aumentar fazenda, nem ter engenho corrente. (ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas)     O ciclo econômico referido no texto será explorado

  9. 339

    UEL 2009

    Ali começa o sertão chamado bruto. Pousos sucedem a pousos, e nenhum teto habitado ou ruínas, nenhuma palhoça ou tapera dá abrigo ao caminhante contra a frialdade das noites, contra o temporal que ameaça, ou a chuva que está caindo. Por toda a parte, a calma da campina não arroteada; por toda a parte, a vegetação virgem, como quando aí surgiu pela vez primeira. A estrada que atravessa essas regiões incultas desenrola-se à maneira de alvejante faixa, aberta que é na areia, elemento dominante na composição de todo aquele solo, fertilizado aliás por um sem-número de límpidos e borbulhantes regatos, ribeirões e rios, cujos contingentes são outros tantos tributários do claro e fundo Paraná ou, na contravertente, do correntoso Paraguai. Essa areia solta e um tanto grossa tem cor uniforme que reverbera com intensidade os raios do sol, quando nela batem de chapa. Em alguns pontos é tão fofa e movediça que os animais das tropas viageiras arquejam de cansaço, ao vencerem aquele terreno incerto, que lhes foge de sob os cascos e onde se enterram até meia canela.       Com relação à descrição do ambiente, assinale a alternativa correta.

  10. 340

    UEG 2003

    CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO Provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos. Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio porque esse não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas. ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001. p.159.   A partir da leitura desse poema e do conhecimento dos poemas da Antologia poética, de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:

  11. 341

    UNIFESP 2008

    É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me deixou. Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que doenças mortíferas, que mudança pra outras portas se passaram em mim, resolvi perguntar ao menino que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá simpatia alguma. E tímido, o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou um dos que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom. (Mário de Andrade, Os Filhos da Candinha.)   A timidez do engraxate despertava no narrador um sentimento de  

  12. 342

    UPE 2015

    No Arcadismo brasileiro, encontram-se textos épicos, líricos e satíricos. Com base nessa afirmação, leia os textos a seguir: TEXTO 6 Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda a terra, Basta ver-se o meu rosto magoado: Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado. Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo: Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro. Cláudio Manuel da Costa TEXTO 7 [...] Enquanto pasta alegre o manso gado, minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos na regular beleza, que em tudo quanto vive nos descobre a sábia Natureza. [...] Tomás Antônio Gonzaga   TEXTO 8  [...] Amigo Doroteu, não sou tão néscio, Que os avisos de Jove não conheça. Pois não me deu a veia de poeta, Nem me trouxe, por mares empolados, A Chile, para que, gostoso e mole, Descanse o corpo na franjada rede. Nasceu o sábio Homero entre os antigos, Para o nome cantar, do grego Aquiles; Para cantar, também, ao pio Enéias, Teve o povo romano o seu Vergílio: Assim, para escrever os grandes feitos Que o nosso Fanfarrão obrou em Chile, Entendo, Doroteu, que a Providência Lançou, na culta Espanha, o teu Critilo. [...] Tomás Antônio Gonzaga - Cartas Chilenas Sobre eles, analise os itens seguintes: I. Os três poemas são árcades e nada têm que possamos considerá-los pertencentes a outro estilo de época, uma vez que seus autores só produziram poemas líricos e com características totalmente arcádicas. Além disso, todos eles trazem referências à mitologia clássica mediante o uso de termos tais como “monte”, “Natureza” e “Jove”, respectivamente, nos textos 6, 7 e 8. II. Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa são poetas árcades, embora o primeiro tenha se iniciado como barroco, daí os trechos dos dois poemas de sua autoria revelarem traços desse momento da Literatura. De outro modo, Cláudio Manuel da Costa, no poema de número seis, se apresenta pré-romântico, razão pela qual sua produção se encontra dividida em dois momentos literários. III. A referência a Critilo, autor textual do oitavo poema, sendo espanhol, é um dado falso que tem por finalidade ocultar a nacionalidade do autor mineiro e, ao mesmo tempo, corroborar a camuflagem da autoria, em decorrência do tom satírico e agressivo da epístola em versos. Contudo, o desejo de ocultação não foi alcançado, porque Tomás Antônio Gonzaga foi preso e deportado, por ter sido atribuída a ele a autoria das referidas Cartas. IV. O tema do amor se faz presente nos poemas 6 e 7. Ambos apresentam bucolismo, característica do Arcadismo, contudo existe algo que os diferencia: o pessimismo do eu poético no texto 6 e a reciprocidade do sentimento amoroso no 7.   V. O texto oito, apesar de satírico, nega, pelos aspectos temáticos e formais, qualquer característica do Arcadismo, pois o poeta se preocupa, de modo especial, com os acontecimentos históricos e se exime de preocupação estética, revelando desconhecimento da produção épica de poetas gregos e latinos. Está(ão) CORRETO(S), apenas, o(s) item(ns)

  13. 343

    PUC-RS 2016

    Leia o excerto abaixo, retirado da obra Macário, de Álvares de Azevedo. (O DESCONHECIDO) Eu sou o diabo. Boa-noite, Macário. (MACÁRIO) Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido sai). O diabo! uma boa fortuna! Há dez anos que eu ando para encontrar esse patife! Desta vez agarrei-o pela cauda! A maior desgraça deste mundo é ser Fausto sem Mefistófeles. Olá, Satã! (SATÃ) Macário. (MACÁRIO) Quando partimos? (SATÃ) Tens sono? (MACÁRIO) Não. (SATÃ) Então já. (MACÁRIO) E o meu burro? (SATÃ) Irás na minha garupa.   Sobre o movimento literário em que se inscreve Álvares de Azevedo, é INCORRETO afirmar:

  14. 344

    UEAP 2010

    Considere as seguintes afirmações sobre o livro Retrato do artista quando coisa, de Manoel de Barros e, posteriormente assinale a alternativa correta. I- Seus poemas manifestam um caráter social bastante acentuado ao falar dos desvalidos, dos peões do Pantanal, comparando-os, metaforicamente, a pedras e insetos. II- Sua linguagem apresenta regionalismos e neologismos, evocando, de forma subjetiva, a natureza e o homem como parte dela. III- Sua poesia aproxima-se do surrealismo ao retirar as coisas de sua utilidade habitual e ao dar às palavras uso diferente do correntemente atribuído a elas, como no verso "uma brisa me garça". IV- Enfoca pequenos seres e objetos inúteis aos olhos do homem urbano – baratas albinas, aranhas dependuradas em gotas de orvalho, dálias secas – resgatando-lhes o valor e alçando-os à condição de matéria poética.

  15. 345

    UNIPAM 2015

    Diante de uma criança Como fazer feliz meu filho? Não há receitas para tal. Todo o saber, todo o meu brilho de vaidoso intelectual vacila ante a interrogação gravada em mim, impressa no ar. Bola, bombons, patinação talvez bastem para encantar? Imprevistas, fartas mesadas, louvores, prêmios, complacências, milhões de coisas desejadas, concedidas sem reticências? Liberdade alheia a limites, perdão de erros, sem julgamento, e dizer-lhe que estamos quites, conforme a lei do esquecimento? Submeter-se à sua vontade sem ponderar, sem discutir? Dar-lhe tudo aquilo que há de entontecer um grão-vizir? E se depois de tanto mimo que o atraia, ele se sente pobre, sem paz e sem arrimo, alma vazia, amargamente? Não é feliz. Mas que fazer para consolo desta criança? Como em seu íntimo acender uma fagulha de confiança? Eis que acode meu coração e oferece, como uma flor, a doçura desta lição: dar a meu filho meu amor. Pois o amor resgata a pobreza, vence o tédio, ilumina o dia e instaura em nossa natureza a imperecível alegria. ANDRADE, Carlos Drummond de. Farewell. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1996. Julgue os itens a seguir como verdadeiros ou como falsos. I. O poema, embora pertença à escola modernista, apresenta duas características da escola romântica: o niilismo, registrado na sexta estrofe, e sublimação do amor, registrada na última. II. A oposição entre o mundo material e o espiritual, típica da escola barroca, registra-se no poema quando do questionamento do eu lírico acerca da possibilidade de o seu filho sentir-se sem paz, sem arrimo, com alma vazia e amarga. III. Os vários questionamentos feitos e as respectivas respostas revelam o despreparo do eu lírico para com a possibilidade de fazer uma criança feliz. IV. A progressão temática do poema sustenta-se no par pergunta/resposta por meio do qual se articula um ponto de vista subjetivo sobre os efeitos do amor na relação pai e filho.   É CORRETO o que se afirma em

  16. 346

    UFU 2016

    Depreende-se, da leitura de O santo e a porca, que Ariano Suassuna, ao dialogar com a tradição, retomando a comédia Aululária, de Plauto, e O avarento, de Moliére, recriando-as a partir de aspectos regionais e universais, associa

  17. 347

    UFRGS 2014

    Considere as seguintes afirmações sobre os poemas de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.     I - No poema em que “vê” Jesus (Num meio-dia de fim de primavera/ tive um sonho como uma fotografia./ Vi Jesus Cristo descer à terra.), o eu-lírico saúda Jesus na condição de menino travesso, mas obediente, que cuida das cabras do rebanho e convive carinhosamente com a Virgem Maria.   II - No poema cujos primeiros versos são O meu olhar azul como o céu/ É calmo como a água ao sol./ É assim, azul e calmo,/ Porque não interroga nem se espanta..., a expressão direta, muito ritmada mas sem rimas nem métrica fixa, está a serviço da enunciação da natureza imanente e das sensações também diretas que ela desperta no poeta.   III- No poema cujos primeiros versos são O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/ Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, o poeta estabelece o contraste entre a fama e a história do rio Tejo e a irrelevância do rio provinciano, que é amado, no entanto, por ter às suas margens a aldeia medieval habitada há gerações pela família de Caeiro.     Quais estão corretas?

  18. 348

    UERJ 2015

    Catar Feijão 1 Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2 Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco. João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra.   Considere as seguintes afirmações relativas ao poema de Cabral de Melo: I O ideal de economia verbal, preconizado no poema, assemelha-se ao ideal estilístico do Graciliano Ramos de Vidas secas, também este sequioso de restringir-se ao essencial. II O recurso ao “grão imastigável, de quebrar dente” e à “pedra [que] dá à frase seu grão mais vivo”, com o sentido que lhe dá Cabral de Melo, encontra-se presente no próprio poema que a reivindica. III A ideia de se produzir uma obstrução da leitura como algo positivo participa do objetivo de se romper com os autoritarismos da percepção – desígnio frequente na literatura moderna, inclusive em autores estilisticamente muito diferentes de Cabral, como é o caso de Guimarães Rosa. Está correto o que se afirma em

  19. 349

    FATEC 2011

    O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava  então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram edenicamente analfabetos.   A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]   Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa. superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido figurado.   A construção, empregada por Mário de Andrade, que mais se desvia da norma culta do português escrito, para expressar tendência da língua coloquial falada, é:

  20. 350

    UNESPAR 2010

    Comenta Luiz Carlos Merten, em seu livro Cinema: entre a realidade e o artifício, que a Itália, derrotada na II Guerra Mundial, olhou para dentro de si e renovou sua arte e seu cinema em busca de um renascimento, com o neo-realismo. A Alemanha, por sua vez, derrotada na I Guerra Mundial, produziu o pessimista expressionismo, em que pontificaram filmes como “O Gabinete do Dr. Caligari” e o “Vampiro de Dusseldorf”. Com o advento do nazismo, muitos técnicos, fotógrafos e cenógrafos formados no expressionismo alemão, emigraram para os Estados Unidos e, lá, ajudaram a criar uma tendência, que alguns denominam gênero, e outros, um estilo.   Que tendência, gênero ou estilo é esse?

  21. 351

    PUC-RS 2016

    Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo cresceu  no Brasil, o dobro da média mundial. Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante. Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente, intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o que é muito diferente”.   Em algumas questões desta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que tratam do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem.   Leia o trecho abaixo e o comentário crítico sobre a obra do qual ele foi extraído, preenchendo as lacunas com o nome do autor e o título das obras.   “Então, a Península Ibérica moveu-se um pouco mais, um metro, dois metros, a experimentar as forças. As cordas a que serviam de testemunhos, lançadas de bordo a bordo, tal qual os bombeiros fazem nas paredes que apresentam rachas e ameaçam desabar, rebentaram como simples cordéis, algumas mais sólidas arrancaram pela raiz as árvores e os postes a que estavam atadas. Houve depois uma pausa, sentiu-se passar nos ares um grande sopro, como a primeira respiração profunda de quem acorda, e a massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques e fábricas, matos bravios, campos cultivados, com a sua gente e os seus animais, começou a mover-se, barca que se afasta do porto e aponta ao mar outra vez desconhecido.”   “Mas a ideologia e as preocupações humanitárias de __________ revelam-se, sobretudo, e numa primeira fase, ou ciclo de produção romanesca, a partir das revisitações que faz do passado histórico português. Revisitações de amplitude e de jaez diverso, como facilmente se constata a partir da leitura de romances como __________ e __________.” (Adaptado de texto de autoria de Ana Paula Arnaut)   A alternativa que completa corretamente as lacunas da análise de Ana Paula Arnaut é:

  22. 352

    UPE 2016

    Graciliano Ramos, Clarice Lispector e Guimarães Rosa produziram nos mesmos gêneros textuais narrativos; são romancistas e contistas, cujas produções são referenciadas nacional e internacionalmente.   Sobre isso, analise as afirmativas a seguir:   I. Graciliano Ramos, em seu romance Vidas Secas, retoma um dos problemas vivenciados pelo homem nordestino, que, apesar de remontar ao início do século passado, haja vista a alusão a ele realizada no título do romance de Raquel de Queiroz, O Quinze, ainda persiste na atualidade. Do mesmo modo, Patativa de Assaré também tratou da seca em seus poemas populares, e a televisão não se cansa de transmitir as consequências desse fenômeno.   II. Clarice Lispector, em A Hora da Estrela, parece dar sequência à temática de Vidas Secas, quando trata da trajetória de Macabéa, imigrante nordestina no Rio de Janeiro. Por sua vez, Fabiano e sua família, no último capítulo de Vidas Secas, deixam a fazenda. O romance termina em aberto; dentre outras possibilidades, sugere o início de uma nova vida na cidade, onde os meninos poderiam até ir à escola.   III. Há pontos comuns entre a produção dos três autores, pois os textos por eles criados demonstram, dentre outros aspectos, preocupação com a linguagem, a interioridade e a condição humana, além de as narrativas se desenrolarem no campo, tendo a cidade apenas como plano de fundo. Essas afirmações se confirmam nos romances Vidas Secas e A Hora da Estrela e no conto A Menina de Lá, integrante da coletânea Primeiras histórias, de João Guimarães Rosa.   IV. Em A Hora da Estrela, há dois discursos narrativos que se intercruzam, assim como ocorre em Vidas Secas e Famigerado, pois o narrador onisciente e intruso analisa cada uma das personagens dos três romances, revelando minuciosamente suas interioridades. Isso interfere na continuidade da narrativa que sofre rupturas constantes, as quais resultam dos comentários do narrador intruso.   V. Os contos dos três autores, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa são psicológicos, tal como Amor, pertencente à coletânea Laços de Família, de Clarice Lispector; O Relógio do Hospital, de Graciliano Ramos, integrante de Insônia e O Espelho, de Primeiras Histórias, de Guimarães Rosa. Acresce-se, ainda, que todos eles, com exceção de Amor, são narrados em primeira pessoa, imprimindo-lhes um tom emotivo e confessional.   Está CORRETO, apenas, o que se afirma em

  23. 353

    UFMG 2007

    Assinale a alternativa que apresenta um trecho de manifesto, prefácio ou poema modernista explicitamente programático com que a poesia de Viagem tem afinidades.

  24. 354

    UFU 2014

    28 O abandono do lugar me abraçou de com força. E atingiu meu olhar para toda a vida. Tudo que conheci depois veio carregado de abandono. Não havia no lugar nenhum caminho de fugir. A gente se inventava de caminhos com as novas palavras. A gente era como pedaço de formiga no chão. Por isso o nosso gosto era só de desver o mundo. BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 463.     Verifica-se na obra de Manoel de Barros:

  25. 355

    PUC-CAMPINAS 2015

    O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino (...)   Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar nem aumentar fazenda, nem ter engenho corrente. ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas.     O texto de Antonil data de 1681,

  26. 356

    UNEMAT 2010

    Em uma narrativa de Mário de Andrade, que compõe a coletânea Contos novos, um ex-fazendeiro do interior de Mato Grosso chama a atenção pela deformidade de parte do braço devorada por piranhas. Assinale a alternativa em que o conto corresponde ao caso citado:

  27. 357

    PUC-CAMPINAS 2016

    Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos últimos anos do Império. Mas é só com a queda da monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos termos. (SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281)   O conceito de carnavalização, aplicado às artes e aos processos culturais, indica uma operação que o dicionário define como subversão ou marginalização de padrões ou regras (sociais, morais, ideológicas) em favor de conteúdos mais ligados aos instintos e aos sentidos, ao riso, à sensualidade. O poeta Manuel Bandeira, ao publicar seu segundo livro, Carnaval (1919), fez ver que desejava

  28. 358

    UNICENTRO 2010

    Sobre o Guardador de Rebanhos, é INCORRETO afirmar que

  29. 359

    UEG 2004

    Viagem na família   No deserto de Itabira a sombra de meu pai tomou-me pela mão. Tanto tempo perdido. Porém nada dizia. Não era dia nem noite. Suspiro? Vôo de pássaro? Porém nada dizia.   Longamente caminhamos. Aqui havia uma casa. A montanha era maior. Tantos mortos amontoados, o tempo roendo os mortos. E nas casas em ruína, desprezo frio, umidade. Porém nada dizia.   A rua que atravessava a cavalo, de galope. Seu relógio. Sua roupa. Seus papéis de circunstância. Suas histórias de amor. Há um abrir de baús e de lembranças violentas. Porém nada dizia.   (...)   Que cruel, obscuro instinto movia sua mão pálida sutilmente nos empurrando pelo tempo e pelos lugares defendidos?   Olhei-o nos olhos brancos. Gritei-lhe: Fala! Minha voz vibrou no ar um momento, bateu nas pedras. A sombra prosseguia devagar aquela viagem patética através do reino perdido. Porém nada dizia.   Vi mágoa, incompreensão e mais de uma velha revolta a dividir-nos no escuro. A mão que eu não quis beijar, o prato que me negaram, recusa em pedir perdão. Orgulho. Terror noturno. Porém nada dizia.   Fala fala fala fala. Puxava pelo casaco Que se desfazia em barro. Pelas mãos, pelas botinas prendia a sombra severa e a sombra se desprendia sem fuga nem reação. Porém ficava calada. ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 94-97.   A respeito do poema “Viagem na família”, no contexto da Antologia poética, de Carlos Drummond de Andrade, considere as proposições abaixo:   I. O poema volta-se para o tema da memória, enfatizando as relações familiares, especialmente representada pela imagem do pai. II. A difícil relação que o eu lírico demonstra ter tido com o pai, ao fazer uma “viagem” na família, é, de certa forma, o reflexo da personalidade gauche do poeta, anunciada por um “anjo torto”, no “Poema das sete faces”. III. O eu lírico faz, como em outros poemas, uma viagem metafísica, cujo trajeto é o seu mundo interior e, assim, questiona o ser e o estar no mundo. IV. A técnica da reiteração é uma característica recorrente da poesia drummondiana e, nesse poema, ela se sobrepõe ao aspecto temático.   Marque a alternativa CORRETA:

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