FCMMG 2007

• Desde o tempo sem número em que as origens se elaboram,/ se estendem para mim os teus braços eternos,/ que um estatuário de caminhos invisíveis/ construiu com a cor e o frio e o som morto de mármores/ para que em teu abraço haja imóveis invernos.

• A menina enferma chegou perto do dia tão mansa/ e tão simples como uma lágrima sobre a esperança./ E acaba de descobrir que as nuvens também têm movimento.

• Nuvem, caravela branca/ no ar azul do meio-dia:/ - quem te viu como eu te via?// Rolaram trovões escuros/ pela vertente dos montes./ Tremeram súbitas fontes.

• Pastora de nuvens, fui posta a serviço/ por uma campina tão desamparada/ que não principia nem também termina,/ e onde nunca é noite e nunca madrugada.