IFPE 2014

CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NAS ESCOLAS

Desde 2008, uma lei tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no sistema de ensino do Brasil. A norma, de número 11.645/2008, inclui o trabalho de conteúdos referentes às contribuições dessas duas culturas na formação da sociedade brasileira. Em Santa Maria, essa lei é aplicada através de um projeto de oficinas de arte-educação nas áreas de dança, teatro e música chamado “Somos Todos Um Para Uma Cultura de Paz”, realizado pela organização Oca Brasil, além do trabalho regular das escolas na inclusão desses temas em seus currículos.

Conforme relata a professora e antropóloga Maria Rita Py Dutra, coordenadora pedagógica da Oca Brasil, essa regulamentação aponta para a necessidade de se dar visibilidade aos feitos relacionados ao povo negro e indígena, bem como para a importância do convívio respeitoso com pessoas de diferentes grupos étnicos e a eliminação do discurso racista, tanto em livros didáticos, quanto no convívio diário na escola ou sala de aula.

Maria Rita conta que esse direcionamento contrasta com a forma como era tratado o ensino dessas culturas antes de sua obrigatoriedade: “O ensino da História e Cultura Indígena era voltado para um índio idealizado, que vivia na taba, caçando e pescando, totalmente deslocado da situação atual do índio brasileiro. No que diz respeito aos afro-brasileiros, ocorria duas situações: ou sua presença era negada, através da invisibilidade (não se falava nele), ou quando se falava, era para reforçar os estereótipos existentes no imaginário social da sociedade brasileira, associados à inferioridade”.

Deste modo, a professora e antropóloga explica que a lei está ajudando a se pensar estratégias de mudanças na abordagem, mas que não se pode negar a resistência e falta de subsídios para o trabalho com essa temática. Por outro lado, é possível notar que alunos de ascendência indígena e afro-brasileira passam a se ver com mais segurança e autoestima, orgulhosos de suas origens.

Ao abordar a atuação do Projeto “Somos Todos Um Para Uma Cultura de Paz”, que realiza suas oficinas com aproximadamente 150 crianças de escolas públicas de Santa Maria desde março, Maria Rita comenta que a iniciativa está sendo bem recebida nas escolas por onde passa: “A Oca trabalha com arte-educação e já tem acúmulo na área da educação das relações étnico-raciais. Os alunos são levados a cantar, tocar, construir instrumentos. É um novo paradigma, eles adoram”.

Disponível em: http://www.arazao.com.br. Acesso em: 24ago.2013.

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