UEL 2012

QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO, E QUERENDO EMENDÂLO O TEM POR EMPREZA DIFICULTOSA.

 

Carregado de mim ando no mundo, 
E o grande peso embarga-me as passadas, 
Que como ando por vias desusadas, 
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo. 

O remédio será seguir o imundo 
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, 
Que as bestas andam juntas mais ornadas, 
Do que anda só o engenho mais profundo. 
  
 Não é fácil viver entre os insanos, 
Erra, quem presumir, que sabe tudo, 
Se o atalho não soube dos seus danos. 
  
 O prudente varão há de ser mudo, 
Que é melhor neste mundo o mar de enganos 
Ser louco cos demais, que ser sisudo. 

 (MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998. p.70.)

 

Com base nessa leitura, constata-se que a poesia

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