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  1. 31

    UFRGS 2014

    Leia o poema Legado, de Carlos Drummond de Andrade. abaixo.     Que lembrança darei ao país que me deu tudo que lembro e sei, tudo quanto senti? Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu minha incerta medalha, e a meu nome se ri.   E mereço esperar mais do que os outros, eu? Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.   Não deixarei de mim nenhum canto radioso, uma voz matinal palpitando na bruma e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.   De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho.     Assinale a alternativa correta sobre o poema.

  2. 32

    UFV 2012

    LATOMIA Esta casa rudimentar, armada de cipó e ripas, bambu e barro, foi. Reboco de nós em varas, frespas e farpas, amassar de lama amarela mole, nenhum ouro mineiro, nada mais que malacachetas, foi. Enfumaçada pela chama que cozia antes, memória de um fogo apagado na parede hoje, seca, quebradiça é. A argamassa casinha maribondo, dormida de barbeiro, companheiro de tocaia. Resta o caibro, o esteio da cumeeira, hoje o pau brocado, a vara carcomida o enfeite do picumã, das teias de aranha. O sapé verde de antes hoje isca o incendeio. O de outrora exposto à intempérie hoje dá vazão à pinga no chão batido, ao silêncio de rudimentos, a essa língua molambenta, a essa latomia que sequer poesia. (SANTOS, Vivaldo Andrade. Latomia. In: Coletânea Prêmio OFF FLIP de Literatura. Paraty: Selo Off Flip Editora LTDA, 2012. p. 107.) Glossário: Latomia: 1. Cântico monótono de ladainha; litania. 2. reclamações reiteradas; choradeira; lamentações; queixume agourento; choramingação de criança. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004, p. 1730.)   Tendo em vista as informações acima, é INCORRETO afirmar que no poema:

  3. 33

    FMU

    “De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento”.                         (Soneto de Fidelidade – Vinícius de Moraes) Sendo a primeira estrofe de um soneto, o texto acima

  4. 34

    FGV-SP 2009

    .............................................. Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!   Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?! Cruz e Souza, Últimos sonetos.   Tendo em vista que os versos acima fazem parte de um soneto, é correto afirmar que a linha pontilhada indica a omissão de:

  5. 35

    FMU

    “De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento”.                         (Soneto de Fidelidade – Vinícius de Moraes)   No trecho acima, o

  6. 36

    FAAP 1997

    AS POMBAS Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sangüínea e fresca a madrugada E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam E eles aos corações não voltam mais...   (Raimundo Correia)   Para estudar Versificação, um aluno fez a escansão dos versos apresentados. Ao separar e contabilizar as sílabas poéticas do segundo verso, ele encontrou corretamente a escansão:  

  7. 37

    UFRGS 2014

    Leia o poema Legado, de Carlos Drummond de Andrade. abaixo.     Que lembrança darei ao país que me deu tudo que lembro e sei, tudo quanto senti? Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu minha incerta medalha, e a meu nome se ri.   E mereço esperar mais do que os outros, eu? Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.   Não deixarei de mim nenhum canto radioso, uma voz matinal palpitando na bruma e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.   De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho.     Considere as seguintes afirmações sobre o poema.   I - No primeiro quarteto, o poeta pergunta pelo legado que deixará para o país a que deve tudo o que lhe é caro; no segundo quarteto, há uma invocação um tanto irônica do mundo, não se trata mais apenas do país: há uma ampliação da referência que atravessaria os limites geográficos para lidar com o mundo/realidade.   II - A forma soneto e a referência a Orfeu, o mitológico poeta grego capaz de encantar a todos com o som da sua lira, revelam que o modernismo de Drummond agora se associa com o parnasianismo, o que permite ao poeta reivindicar uma posição fixa na tradição, em contraste com Orfeu, perplexo entre o talvez e o se.   III- No último terceto, o poeta alega que, da sua trajetória um tanto instável, restará uma pedra que havia em meio do caminho, o que equivale a uma paráfrase, agora em registro formal e sério, dos versos do célebre poema do início de sua carreira modernista: No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho (...).     Quais estão corretas?  

  8. 38

    MACKENZIE 2005

    Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo! E ai Deus, se verrá cedo! Ondas do mar levado, se vistes meu amado! E ai Deus, se verrá cedo! Martim Codax   Obs.: verrá = virá levado = agitado   Considerando o texto, é possível inferir que:

  9. 39

    MACKENZIE 2003

    Texto I   Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer.   É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; Camões   Texto II   Amor é fogo? Ou é cadente lágrima? Pois eu naufrago em mar de labaredas Que lambem o sangue e a flor da pele acendem Quando o rubor me vem à tona d'água.   E como arde, ai, como arde, Amor, Quando a ferida dói porque se sente, E o mover dos meus olhos sob a casca Vê muito bem o que devia não ver. Ilka Brunhilde Laurito   Comparando-se os dois textos, é possível observar sobre o texto II que:

  10. 40

    UPE 2016

    Gregório de Matos, poeta baiano, que viveu no século XVI, produziu uma poesia em que satiriza a sociedade de seu tempo. Execrado no passado por seus conterrâneos, hoje é reconhecido como grande poeta, sendo, inclusive, sua poesia satírica fonte de pesquisa histórica.   Leia os poemas e analise as proposições a seguir:   Poema I Triste Bahia! Oh quão dessemelhante Estás, e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vejo eu já, tu a mi abundante. A ti tocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado Tanto negócio, e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote. Oh se quisera Deus, que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote (Gregório de Matos)   Poema II Horas contando, numerando instantes, Os sentidos à dor, e à glória atentos, Cuidados cobro, acuso pensamentos, Ligeiros à esperança, ao mal constantes. Quem partes concordou tão dissonantes? Quem sustentou tão vários sentimentos? Pois para a glória excedem de tormentos, Para martírio ao bem são semelhantes. O prazer com a pena se embaraça; Porém quando um com outro mais porfia, O gosto corre, a dor apenas passa. Vai ao tempo alterando a fantesia, Mas sempre com vantagem na desgraça, Horas de inferno, instantes de alegria. (Gregório de Matos)   I. Além de poeta satírico, o Boca do Inferno também cultivou a poesia lírica, composta por temas diversificados, pois nos legou uma lírica amorosa, erótica e religiosa e até de reflexão sobre o sofrimento, a exemplo do poema II. II. Considerado tanto poeta cultista quanto conceptista, o autor baiano revela criatividade e capacidade de improvisar, segundo comprovam os versos do poema I, em que realiza a crítica à situação econômica da Bahia, dirigida, na época, por Antônio Luís da Câmara Coutinho. III. Em Triste Bahia, poema I, musicado por Caetano Veloso, Gregório de Matos identifica-se com a cidade, ao relacionar a situação de decadência em que se encontram tanto ele quanto a cidade onde vive. O poema abandona o tom de zombaria, atenuando a sátira contundente para tornar-se um quase lamento. IV. Os dois poemas são sonetos, forma fixa herdada do Classicismo, muito pouco utilizada pelo poeta baiano, que desprezou a métrica rígida e criou poesia em versos brancos e livres. V. Como poeta barroco, fez uso consciente dos recursos estéticos reveladores do conflito do homem da época, como se faz presente na antítese que encerra o II poema: “Horas de inferno, instantes de alegria”.   Estão CORRETAS apenas

  11. 41

    UPE 2012

    A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR Gregório de Matos Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada; Cobrai-a ; e não queirais, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.   Sobre o texto de Gregório de Matos, analise as seguintes afirmativas. I. Com um vocabulário rico e irreverente, o poema, pertencente à lírica religiosa, apresenta regularidade formal, em versos decassílabos - versos com dez sílabas poéticas -, com rimas regulares, ou seja, rimas opostas ou interpoladas nos dois quartetos (ABBA/ABBA) e rimas mistas nos dois tercetos (CDE/CDE). II. No texto, percebe-se que o eu lírico sente medo da punição divina e busca desesperadamente o perdão de Deus, além de parecer arrependido na hora da morte. Pode-se inferir que, com esse comportamento, há uma alusão aos (des)mandos do clero, tema recorrente no Classicismo da lírica de Camões. III. No poema, há referência à época em que o homem vivenciava a dualidade entre o pecado e o perdão. Isso denota, desse modo, a angústia que ele sentia como pecador arrependido e seguidor da doutrina cristã medieval, cujo princípio básico residia no Antropocentrismo. Este é uma visão de mundo discutida no filme “O nome da Rosa”, que também discutiu o poder absoluto da Igreja sobre o direito à liberdade. IV. No soneto, o eu lírico invoca Deus pedindo-lhe o perdão e, embora não admita que pecou, ele deixa transparecer que, quanto mais se cometem delitos, maiores são as chances de se ser perdoado, ou seja, a impressão é que o pecador entende que deve garantir a Deus o exercício de seu maior atributo divino – o perdão. V. Nas duas primeiras estrofes, é perceptível a presença do Cultismo - jogo de palavras. Já nas duas últimas, é possível analisar que o poeta aborda a Parábola da ovelha perdida com quem se identifica e, a exemplo dessa ovelha, acredita ser merecedor da salvação, o que confirma a presença do Conceptismo - jogo de ideias. Está CORRETO, apenas, o que se afirma em

  12. 42

    UNIFESP 2013

    Apóstrofe à carne   Quando eu pego nas carnes do meu rosto, Pressinto o fim da orgânica batalha: – Olhos que o húmus necrófago estraçalha, Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto.   E o Homem – negro e heteróclito composto, Onde a alva flama psíquica trabalha, Desagrega-se e deixa na mortalha O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!   Carne, feixe de mônadas bastardas, Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas, A dardejar relampejantes brilhos,   Dói-me ver, muito embora a alma te acenda, Em tua podridão a herança horrenda, Que eu tenho de deixar para os meus filhos! (Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)     No plano formal, o poema é marcado por

  13. 43

    FGV-RJ 2012

    Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... O Brasil politicando, Nossa! A poesia morrendo... O sol tão claro lá fora, O sol tão claro, Esmeralda, E em minhalma — anoitecendo!   Das diversas vertentes da produção poética de Manuel Bandeira, indicadas nos comentários abaixo, a que pode ser exemplificada por esse poema é:  

  14. 44

    UFRGS 2014

    Leia o poema abaixo, de João Cabral de Melo Neto.     O sertanejo falando   A fala a nível do sertanejo engana: as palavras dele vêm, como rebuçadas (palavras confeito, pílula), na glace de uma entonação lisa, de adocicada. Enquanto que sob ela, dura e endurece o caroço de pedra, a amêndoa pétrea, dessa árvore pedrenta (o sertanejo) incapaz de não se expressar em pedra.   2 Daí por que o sertanejo fala pouco: as palavras de pedra ulceram a boca e no idioma pedra se fala doloroso; o natural desse idioma fala à força. Daí também por que ele fala devagar: tem de pegar as palavras com cuidado, confeitá-las na língua, rebuçá-las; pois toma tempo todo esse trabalho.     Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o poema.     ( ) O eu-lírico do poema é o próprio sertanejo que reflete sobre sua forma de falar.   ( ) A ideia dos quatro primeiros versos da primeira estrofe é retomada nos quatro últimos da segunda; neles é descrita a melodia aparentemente doce da fala do sertanejo.   ( ) Os quatro últimos versos da primeira estrofe estão relacionados aos quatro primeiros da segunda; neles é descrita a essência rude do falar sertanejo.   ( ) O sertanejo falando opõe-se aos demais poemas de A educação pela pedra; nele João Cabral de Melo Neto apresenta um rigor formal, uma preocupação com a estrutura do poema, ausente no restante do livro.     A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

  15. 45

    UFU 2014

    Cantiga de Amor   Mulheres neste mundo de meu Deus Tenho visto muitas — grandes, pequenas, Ruivas, castanhas, brancas e morenas. E amei-as, por mal dos pecados meus! Mas em parte alguma vi, ai de mim, Nenhuma que fosse bonita assim!   Andei por São Paulo e pelo Ceará (Não falo em Pernambuco, onde nasci) Bahia, Minas, Belém do Pará... De muito olhar de mulher já sofri! Mas em parte alguma vi, ai de mim, Nenhuma que fosse bonita assim!   Atravessei o mar e, no estrangeiro, Em Paris, Basiléia e nos Grisões, Lugano, Gênova por derradeiro, Vi mulheres de todas as nações. Mas em parte alguma vi, ai de mim, Nenhuma que fosse bonita assim!   Mulher bonita não falta, ai de mim! Nenhuma, porém, tão bonita assim! BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1996.p.418-419.     Em relação aos elementos constitutivos do poema, é correto afirmar que Manuel Bandeira

  16. 46

    UNIR 2011

    No verdô da minha idade mode acalentá meu choro minha vovó de bondade falava em grandes tesôro era história de reinado prencesa, prinspe incantado com feiticêra e condão essas história ingraçada tá selada e carimbada dentro do meu coração Mas porém eu sinto e vejo que a grande sodade minha não é só de história e bejo da querida vovozinha demanhazinha bem cedo sodade dos meu brinquedo meu bodoque e meu bornó o meu cavalo de pau meu pinhão, meu berimbau e a minha carça cotó. (Digo e não peço perdão. São Paulo: Escrituras Ed., 2002.)   Além da sonoridade (ritmo, rimas), a métrica desse poema (o número de sílabas poéticas dos versos) é traço da poesia popular oral. A métrica desses versos classifica-os como

  17. 47

    UNICAMP 2010

    Soneto da intimidade Nas tardes de fazenda há muito azul demais. Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora Mastigando um capim, o peito nu de fora No pijama irreal de há três anos atrás.   Desço o rio no vau dos pequenos canais Para ir beber na fonte a água fria e sonora E se encontro no mato o rubro de uma amora Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.   Fico ali respirando o cheiro bom do estrume Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme E quando por acaso uma mijada ferve   Seguida de um olhar não sem malícia e verve Nós todos, animais, sem comoção nenhuma Mijamos em comum numa festa de espuma. (Vinicius de Moraes, Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 86.)   O poeta Vinicius de Moraes, apesar de modernista, explorou formas clássicas como no soneto acima, representadas pelos versos

  18. 48

    FMU

    “De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento”.                         (Soneto de Fidelidade – Vinícius de Moraes) Na estrofe acima, há

  19. 49

    UNESP 2016

    A questão aborda um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).   MÃOS Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, o vosso gesto é como um balouçar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso [gesto canta! Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, rolas à volta da negra torre da minh’alma. Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, O vosso gesto é como um balouçar de palma, Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, Duas velas à flor duma baía escura. Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mãos de rainha, Mãos que sois um perpétuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha avó entrevadinha. (Obras poéticas, 1968.)   Verifica-se certa liberdade métrica na construção do poema. Na primeira estrofe, tal liberdade comprova-se pela

  20. 50

    UNIFESP 2011

    Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga pedra na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni (Chico Buarque. Geni e o zepelim.) A métrica e a natureza predominantes das rimas são, respectivamente:

  21. 51

    UNIFESP 2011

    Crescia naturalmente Fazendo estripulia, Malino e muito arguto, Gostava de zombaria. A cabeça duma escrava Quase arrebentei um dia. E tudo isso porque Um doce me havia negado, De cinza no tacho cheio Inda joguei um punhado, Daí porque a alcunha De “Menino Endiabrado”.   Prudêncio era um menino Da casa, que agora falo. Botava suas mãos no chão Pra poder depois montá-lo: Com um chicote na mão Fazia dele um cavalo. (Varneci Nascimento. Memórias póstumas de Brás Cubas em cordel.)   Considere as seguintes afirmações:   I. Os versos do poema possuem sete sílabas poéticas. II. O poema é composto por três sextilhas. III. As  três estrofes obedecem ao esquema de rimas ABCBDB.   Está correto o que se afirma em

  22. 52

    UFAM 2015

    Leia o poema “Áporo”, de Carlos Drummond de Andrade: Um inseto cava cava sem alarme perfurando a terra sem achar escape. Que fazer, exausto, em país bloqueado, enlace de noite raiz e minério? Eis que o labirinto (oh razão, mistério) presto se desata: em verde, sozinha, anteuclidiana, uma orquídea forma-se. Sobre o poema, afirma-se: I. Por apresentar quatorze versos do mesmo tamanho (redondilhas menores), em dois quartetos e dois tercetos, pode ser considerado um soneto. II. Apresenta, na primeira estrofe, uma ideia (a tese), à qual se opõe um obstáculo na segunda (a antítese); esse dilema se soluciona no final (a síntese). III. O termo “antieuclidiana”, pelo contexto em que está situado, se refere a Euclides de Alexandria, considerado o Pai da Geometria. IV. Considerando-se o contexto brasileiro da época em que foi escrito, que era a ditadura de Vargas, o conteúdo do poema expressa a luta de um militante político pela liberdade. V. A palavra “Áporo” tem pelo menos três significados: inseto, problema de difícil solução e orquídea.   Assinale a alternativa correta:

  23. 53

    MACKENZIE

    TEXTO 1 O amor é feio Tem cara de vício Anda pela estrada Não tem compromisso [...] O amor é lindo Faz o impossível O amor é graça Ele dá e passa               A. Antunes, C. Brown, M. Monte, “O amor é feio”. TEXTO 2 Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;                    CAMÕES, Luís de. “Amor é fogo que arde sem se ver”.   Comparando a letra da canção (Texto 1) com os versos camonianos (Texto 2), conclui-se que

  24. 54

    UFAM 2015

    Leia o primeiro poema da série intitulada “O Ovo de galinha”, cujo autor é João Cabral de Melo Neto:   Ao olho mostra a integridade de uma coisa num bloco, um ovo. Numa só matéria, unitária, maciçamente ovo, num todo.   Sem possuir um dentro e um fora, tal como as pedras, sem miolo: e só miolo: o dentro e o fora integralmente no contorno.   No entanto, se ao olho se mostra unânime em si mesmo, um ovo, a mão que o sopesa descobre que nele há algo suspeitoso:   que seu peso não é o das pedras, inanimado, frio, goro; que o seu é um peso morno, túmido, um peso que é vivo e não morto.   Sobre o poema, afirma-se: I. Causa-nos estranhamento, em virtude de quebrar a identificação automática que temos de um ovo. II. As duas últimas estrofes opõem-se às duas primeiras; estas exploram o sentido da visão, aquelas o do tato. III. Os versos são octossílabos e, em todas as estrofes, o segundo e o quarto verso apresentam rimas toantes. IV. A primeira estrofe apresenta uma ideia (a tese), que se contradiz (a antítese); no final, aparece uma surpresa (a síntese). Assinale a alternativa correta:

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