Banco de Exercícios

Lista de exercícios

Quer colocar o estudo em prática? O Stoodi tem exercícios de Gêneros Literários dos maiores vestibulares do Brasil.

Estude Literatura com esses e mais de 30000 que caíram no ENEM, Fuvest, Unicamp, UFRJ, UNESP e muitos outros vestibulares!

Gerar PDF da Página

Conteúdo exclusivo para assinantes

Assine um de nossos planos para ter acessos exclusivos e continuar estudando em busca da sua aprovação.

Ver planos

  1. 751

    UFPB 2006

    Astrologia Minha estrela não é a de Belém: A que, parada, aguarda o peregrino. Sem importar-se com qualquer destino A minha estrela vai seguindo além...   - Meu Deus, o que é que esse menino tem? - Já suspeitavam desde eu pequenino. O que eu tenho? É uma estrela em desatino... E nos desentendemos muito bem!   E quando tudo parecia a esmo E nesses descaminhos me perdia Encontrei muitas vezes a mim mesmo...   Eu temo é uma traição do instinto Que me liberte, por acaso, um dia Deste velho e encantado Labirinto (QUINTANA, Mario. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&P, 1997, p. 102).   A influência dos astros na vida dos homens faz-se presente, também, nos seguintes versos do poeta Augusto dos Anjos:     “Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.” (Psicologia de um vencido. In: ANJOS, Augusto dos. Os melhores poemas de Augusto dos Anjos. São Paulo: Global, 1997, p. 51).   Comparando o poema Astrologia, de Mario Quintana, com os versos de Augusto dos Anjos, considere as afirmativas: I. Nos versos de Augusto dos Anjos e no poema de Mario Quintana, há uma visão pessimista da matéria, da vida e do cosmo. II. No poema de Mario Quintana a inquietação em relação ao destino não assume um tom angustiado, como se observa nos versos de Augusto dos Anjos. III. O poema de Mario Quintana e os versos de Augusto dos Anjos expressam a dor de existir e uma profunda descrença na vida humana.   Está(ão) correta(s):  

  2. 752

    UEL 2009

    Ali começa o sertão chamado bruto. Pousos sucedem a pousos, e nenhum teto habitado ou ruínas, nenhuma palhoça ou tapera dá abrigo ao caminhante contra a frialdade das noites, contra o temporal que ameaça, ou a chuva que está caindo. Por toda a parte, a calma da campina não arroteada; por toda a parte, a vegetação virgem, como quando aí surgiu pela vez primeira. A estrada que atravessa essas regiões incultas desenrola-se à maneira de alvejante faixa, aberta que é na areia, elemento dominante na composição de todo aquele solo, fertilizado aliás por um sem-número de límpidos e borbulhantes regatos, ribeirões e rios, cujos contingentes são outros tantos tributários do claro e fundo Paraná ou, na contravertente, do correntoso Paraguai. Essa areia solta e um tanto grossa tem cor uniforme que reverbera com intensidade os raios do sol, quando nela batem de chapa. Em alguns pontos é tão fofa e movediça que os animais das tropas viageiras arquejam de cansaço, ao vencerem aquele terreno incerto, que lhes foge de sob os cascos e onde se enterram até meia canela.       Com relação à descrição do ambiente, assinale a alternativa correta.

  3. 753

    UFAL 2010

    Leia a estrofe abaixo:   “Estou, Senhor, da vossa mão tocado, e este toque em flagelo desmentido era à vossa justiça tão devido, quão merecido foi o meu pecado.” (Gregório de Matos)   Através dessa manifestação lírica do barroco, o autor

  4. 754

    UEG 2003

    CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO Provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos. Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio porque esse não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas. ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001. p.159.   A partir da leitura desse poema e do conhecimento dos poemas da Antologia poética, de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:

  5. 755

    UNEMAT 2008

    “O que há de mais digno de admiração, diria o Tempo (Die Zeit), em toda a imensa coleção trazida pelo Dr. Meyer das suas viagens, é sem contestação uma borboleta, gênero completamente novo e de esplendor acima de qualquer concepção. É a Papilio Innocentia ... (Seguia-se uma descrição de minuciosidade perfeitamente germânica). O nome, acrescentava a folha, dado pelo eminente naturalista àquele soberbo espécimen, foi graciosa homenagem à beleza de uma donzela (Mädchen) dos desertos da província de Mato Grosso (Brasil), criatura, segundo conta o Dr. Meyer, de fascinadora formosura. Vê-se, pois, que também os sábios possuem coração tangível e podem, por vezes, usar da ciência como meio de demonstrar impressões sentimentais que muitos lhes querem recusar...” (TAUNAY, Visconde de. Inocência, p. 181). De acordo com o fragmento acima, analise as afirmações. I – Faz parte do Epílogo do romance Inocência, em que os destinos da borboleta e da moça Inocência se associam. II – A homenagem do cientista alemão à moça sertaneja é decorrente das impressões e sensações vivenciadas durante a viagem. III – A personagem feminina transforma-se em natureza e é imortalizada no nome de uma espécie rara da flora brasileira. Assinale a alternativa CORRETA.

  6. 756

    UEPA 2014

    A poesia social de Castro Alves, por meio da denúncia da situação dos escravos, muitas vezes comunica a ânsia de liberdade. Marque a alternativa em que os versos demonstrem este tom denunciante de sua linguagem literária.

  7. 757

    UNIFESP 2008

    É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me deixou. Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que doenças mortíferas, que mudança pra outras portas se passaram em mim, resolvi perguntar ao menino que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá simpatia alguma. E tímido, o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou um dos que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom. (Mário de Andrade, Os Filhos da Candinha.)   A timidez do engraxate despertava no narrador um sentimento de  

  8. 758

    UNESP 2006

    As passagens da Carta de Pero Vaz de Caminha e dos Contos amazônicos, de Inglês de Sousa, fixam aspectos que confirmam o senso de observação objetiva dos narradores, EXCETO em:

  9. 759

    UPF 2012

    No livro Simões Lopes Neto: regionalismo & literatura, Flávio Loureiro Chaves, ao referir-se ao autor de Contos gauchescos, esclarece: "[...] para o escritor existe um passado heroico e nele o que se encontra ainda é o herói gaúcho, gerado por uma tradição (em parte histórica, em parte literária) [...]". Com base nessa constatação, pode-se afirmar que a personagem de Contos gauchescos que não se constitui num representante do "heroi gaúcho" no livro mencionado é:

  10. 760

    UPE 2015

    No Arcadismo brasileiro, encontram-se textos épicos, líricos e satíricos. Com base nessa afirmação, leia os textos a seguir: TEXTO 6 Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda a terra, Basta ver-se o meu rosto magoado: Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado. Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo: Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro. Cláudio Manuel da Costa TEXTO 7 [...] Enquanto pasta alegre o manso gado, minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos na regular beleza, que em tudo quanto vive nos descobre a sábia Natureza. [...] Tomás Antônio Gonzaga   TEXTO 8  [...] Amigo Doroteu, não sou tão néscio, Que os avisos de Jove não conheça. Pois não me deu a veia de poeta, Nem me trouxe, por mares empolados, A Chile, para que, gostoso e mole, Descanse o corpo na franjada rede. Nasceu o sábio Homero entre os antigos, Para o nome cantar, do grego Aquiles; Para cantar, também, ao pio Enéias, Teve o povo romano o seu Vergílio: Assim, para escrever os grandes feitos Que o nosso Fanfarrão obrou em Chile, Entendo, Doroteu, que a Providência Lançou, na culta Espanha, o teu Critilo. [...] Tomás Antônio Gonzaga - Cartas Chilenas Sobre eles, analise os itens seguintes: I. Os três poemas são árcades e nada têm que possamos considerá-los pertencentes a outro estilo de época, uma vez que seus autores só produziram poemas líricos e com características totalmente arcádicas. Além disso, todos eles trazem referências à mitologia clássica mediante o uso de termos tais como “monte”, “Natureza” e “Jove”, respectivamente, nos textos 6, 7 e 8. II. Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa são poetas árcades, embora o primeiro tenha se iniciado como barroco, daí os trechos dos dois poemas de sua autoria revelarem traços desse momento da Literatura. De outro modo, Cláudio Manuel da Costa, no poema de número seis, se apresenta pré-romântico, razão pela qual sua produção se encontra dividida em dois momentos literários. III. A referência a Critilo, autor textual do oitavo poema, sendo espanhol, é um dado falso que tem por finalidade ocultar a nacionalidade do autor mineiro e, ao mesmo tempo, corroborar a camuflagem da autoria, em decorrência do tom satírico e agressivo da epístola em versos. Contudo, o desejo de ocultação não foi alcançado, porque Tomás Antônio Gonzaga foi preso e deportado, por ter sido atribuída a ele a autoria das referidas Cartas. IV. O tema do amor se faz presente nos poemas 6 e 7. Ambos apresentam bucolismo, característica do Arcadismo, contudo existe algo que os diferencia: o pessimismo do eu poético no texto 6 e a reciprocidade do sentimento amoroso no 7.   V. O texto oito, apesar de satírico, nega, pelos aspectos temáticos e formais, qualquer característica do Arcadismo, pois o poeta se preocupa, de modo especial, com os acontecimentos históricos e se exime de preocupação estética, revelando desconhecimento da produção épica de poetas gregos e latinos. Está(ão) CORRETO(S), apenas, o(s) item(ns)

  11. 761

    UCS 2014

    Sabendo que o gênero lírico se caracteriza pela expressão subjetiva, representando a interioridade do sujeito poético, enquanto o gênero épico é objetivo, expressando predominantemente, sob forma narrativa, um episódio heroico, pode-se dizer que são épicas as seguintes obras do Arcadismo no Brasil:

  12. 762

    FUVEST 2013

    Em Viagens na minha terra, assim como em

  13. 763

    PUC-RS 2016

    Leia o excerto abaixo, retirado da obra Macário, de Álvares de Azevedo. (O DESCONHECIDO) Eu sou o diabo. Boa-noite, Macário. (MACÁRIO) Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido sai). O diabo! uma boa fortuna! Há dez anos que eu ando para encontrar esse patife! Desta vez agarrei-o pela cauda! A maior desgraça deste mundo é ser Fausto sem Mefistófeles. Olá, Satã! (SATÃ) Macário. (MACÁRIO) Quando partimos? (SATÃ) Tens sono? (MACÁRIO) Não. (SATÃ) Então já. (MACÁRIO) E o meu burro? (SATÃ) Irás na minha garupa.   Sobre o movimento literário em que se inscreve Álvares de Azevedo, é INCORRETO afirmar:

  14. 764

    PUC-RS 2012

    1. Não tive acesso ao conteúdo do livro “Por uma 2. vida melhor”, apenas a pequenos trechos. Portanto, 3. falo com base em informações e opiniões de terceiros. 4. Nessa perspectiva, vejo como positivo o debate que 5. a abordagem pouco ortodoxa dos autores desen- 6. cadeou, pondo fogo a um tema em geral tido como 7. irrelevante: a língua materna em uso. Entretanto, 8. um trecho da obra me preocupou, e destaco: “Posso 9. falar ‘os livro’?” “Claro que pode, mas dependendo 10. da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito 11. linguístico”. 12. Para começar, pedir licença para falar de um de- 13. terminado jeito é um tiro no pé da tese defendida em 14. “Por uma vida melhor”. Porque pedir licença, neste 15. contexto, é reconhecer o poder do outro sobre nós – 16. o que parece ser exatamente o contrário do que os 17. autores pregam. Além disso, a resposta “Claro que 18. pode” é inócua: o aluno tanto sabe que pode que usa 19. essa concordância rotineiramente. 20. O problema maior, bem mais sutil e muito mais 21. complicado, porém, está na segunda parte da fala. 22. Agir livre de preconceito, o oposto de fazer alguém 23. “vítima de preconceito”, implica não só aceitar as 24. pessoas como são, mas também acreditar que todos 25. sejam capazes de evoluir por méritos próprios. Ao 26. afirmar que a modalidade “permitida” pode vitimizar 27. quem a utiliza – pela ação do “outro ameaçador” –, os  28. autores estão  deslocando  o  foco  da  importância  29. de   construir   conhecimento   de   modo   autônomo  30. e  reflexivo  e  enfatizando  o  julgamento  alheio, 31. novamente reforçando o preconceito. Ora, aula de lín- 32. gua materna é aula de cidadania, e ninguém se torna 33. cidadão por receio do “outro ameaçador”. O aluno deve 34. ter oportunidade de conhecer e desenvolver múltiplas 35. linguagens porque assim ele poderá expressar ideias 36. e sentimentos com mais autonomia. E, talvez, com 37. menos preconceito. 38. Tudo isso pode parecer muito sutil, mas a lingua- 39. gem é feita de sutilezas, para o bem ou para o mal Se a passagem “um trecho da obra me preocupou, e destaco” (linha 08) fosse transposta para a fala indireta, a forma correta resultante poderia ser: “A autora afirmou que um trecho da obra

  15. 765

    UNIFESP 2005

    Em 2004, Ronald Golias e Hebe Camargo protagonizaram na TV uma versão humorística da obra Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Na história do poeta e dramaturgo inglês, Romeu e Julieta são dois jovens apaixonados, cujo amor é impedido de concretizar-se pelo fato de pertencerem a famílias inimigas. Impossibilitados de viver o amor, morrem ambos. Na literatura romântica, as personagens que vivem história semelhante à das personagens de Shakespeare são

  16. 766

    UEAP 2010

    Sobre o texto O Faz-Pé, de Rui Guilherme, é correto afirmar:

  17. 767

    UFMA 2009

    “Manoel Ligão – O que tá difícil?   D. Clodesinda – Chorar diante de um caixão desses... Se ainda fosse roxo. Caixão de defunto tem de ser roxo!   Manoel Ligão – Deixe de asneiras, Clodesinda! Isso é prá homenagear meu time. Querias o que? Que eu pintasse com as cores do outro clube? Nunca! Viva o Sampaio Correia!”   O diálogo acima está presente em qual das obras do dramaturgo Aldo Leite?

  18. 768

    UEAP 2010

    Considere as seguintes afirmações sobre o livro Retrato do artista quando coisa, de Manoel de Barros e, posteriormente assinale a alternativa correta. I- Seus poemas manifestam um caráter social bastante acentuado ao falar dos desvalidos, dos peões do Pantanal, comparando-os, metaforicamente, a pedras e insetos. II- Sua linguagem apresenta regionalismos e neologismos, evocando, de forma subjetiva, a natureza e o homem como parte dela. III- Sua poesia aproxima-se do surrealismo ao retirar as coisas de sua utilidade habitual e ao dar às palavras uso diferente do correntemente atribuído a elas, como no verso "uma brisa me garça". IV- Enfoca pequenos seres e objetos inúteis aos olhos do homem urbano – baratas albinas, aranhas dependuradas em gotas de orvalho, dálias secas – resgatando-lhes o valor e alçando-os à condição de matéria poética.

  19. 769

    UNICENTRO 2016

    Desenganos da vida humana, metaforicamente É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? MATOS, Gregório. Disponível em: http://poesiascolecionadas.blogspot.com.br/. Acesso em: 21 set. 2016.   A característica marcante em todo poema e o recurso estético pertinente ao Barroco, na última estrofe, encontram-se, respectivamente, em

  20. 770

    UFAM 2015

    Assinale a alternativa cujo enunciado NÃO pode ser aplicado ao livro Contos de uma aula no vermelho, de João Pinto:

  21. 771

    UNIPAM 2015

    Diante de uma criança Como fazer feliz meu filho? Não há receitas para tal. Todo o saber, todo o meu brilho de vaidoso intelectual vacila ante a interrogação gravada em mim, impressa no ar. Bola, bombons, patinação talvez bastem para encantar? Imprevistas, fartas mesadas, louvores, prêmios, complacências, milhões de coisas desejadas, concedidas sem reticências? Liberdade alheia a limites, perdão de erros, sem julgamento, e dizer-lhe que estamos quites, conforme a lei do esquecimento? Submeter-se à sua vontade sem ponderar, sem discutir? Dar-lhe tudo aquilo que há de entontecer um grão-vizir? E se depois de tanto mimo que o atraia, ele se sente pobre, sem paz e sem arrimo, alma vazia, amargamente? Não é feliz. Mas que fazer para consolo desta criança? Como em seu íntimo acender uma fagulha de confiança? Eis que acode meu coração e oferece, como uma flor, a doçura desta lição: dar a meu filho meu amor. Pois o amor resgata a pobreza, vence o tédio, ilumina o dia e instaura em nossa natureza a imperecível alegria. ANDRADE, Carlos Drummond de. Farewell. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1996. Julgue os itens a seguir como verdadeiros ou como falsos. I. O poema, embora pertença à escola modernista, apresenta duas características da escola romântica: o niilismo, registrado na sexta estrofe, e sublimação do amor, registrada na última. II. A oposição entre o mundo material e o espiritual, típica da escola barroca, registra-se no poema quando do questionamento do eu lírico acerca da possibilidade de o seu filho sentir-se sem paz, sem arrimo, com alma vazia e amarga. III. Os vários questionamentos feitos e as respectivas respostas revelam o despreparo do eu lírico para com a possibilidade de fazer uma criança feliz. IV. A progressão temática do poema sustenta-se no par pergunta/resposta por meio do qual se articula um ponto de vista subjetivo sobre os efeitos do amor na relação pai e filho.   É CORRETO o que se afirma em

  22. 772

    UFRGS 2014

    Leia o trecho do Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, do Padre Antônio Vieira, e o soneto de Gregório de Matos Guerra a seguir. Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda Pede razão Jó a Deus, e tem muita razão de a pedir – responde por ele o mesmo santo que o arguiu – porque se é condição de Deus usar de misericórdia, e é grande e não vulgar a glória que adquire em perdoar pecados, que razão tem, ou pode dar bastante, de os não perdoar? O mesmo Jó tinha já declarado a força deste seu argumento nas palavras antecedentes, com energia para Deus muito forte: Peccavi, quid faciam tibi? Como se dissera: Se eu fiz, Senhor, como homem em pecar, que razão tendes vós para não fazer como Deus em me perdoar? Ainda disse e quis dizer mais: Peccavi, quid faciam tibi? Pequei, que mais vos posso fazer? E que fizestes vós, Jó, a Deus em pecar? Não lhe fiz pouco, porque lhe dei ocasião a me perdoar, e, perdoando-me, ganhar muita glória. Eu dever-lhe-ei a ele, como a causa, a graça que me fizer, e ele dever-me-á a mim, como a ocasião, a glória que alcançar.   A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa piedade me despido; Porque, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado.   Se basta a vos irar tanto um pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.   Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história,   Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada: Cobrai-a, e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.   Considere as seguintes afirmações sobre os dois textos. I - Tanto Padre Vieira quanto Gregório de Matos dirigem-se a Deus mediante a segunda pessoa do plural (vós, vos): Gregório argumenta que o Senhor está empenhado em perdoá-lo, enquanto Vieira dirige-se a Deus (E que fizestes vós...) para impedir que Jó seja perdoado. II - Padre Vieira vale-se das palavras e do exemplo de Jó, figura do Velho Testamento, para argumentar que o homem abusa da misericórdia divina ao pecar, e que Deus, de acordo com a ocasião e os argumentos fornecidos por Jó, inclina-se para o castigo no lugar do perdão. III- Tanto Padre Vieira como Gregório de Matos argumentam sobre a misericórdia e a glória divinas: assim como Jó, citado por Vieira, declara que Deus lhe deverá a glória por tê-lo perdoado; Gregório compara-se à ovelha desgarrada que, se não for recuperada, pode pôr a perder a glória de Deus. Quais estão corretas?

  23. 773

    UFU 2016

    Depreende-se, da leitura de O santo e a porca, que Ariano Suassuna, ao dialogar com a tradição, retomando a comédia Aululária, de Plauto, e O avarento, de Moliére, recriando-as a partir de aspectos regionais e universais, associa

  24. 774

    UFRGS 2014

    Considere as seguintes afirmações sobre os poemas de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.     I - No poema em que “vê” Jesus (Num meio-dia de fim de primavera/ tive um sonho como uma fotografia./ Vi Jesus Cristo descer à terra.), o eu-lírico saúda Jesus na condição de menino travesso, mas obediente, que cuida das cabras do rebanho e convive carinhosamente com a Virgem Maria.   II - No poema cujos primeiros versos são O meu olhar azul como o céu/ É calmo como a água ao sol./ É assim, azul e calmo,/ Porque não interroga nem se espanta..., a expressão direta, muito ritmada mas sem rimas nem métrica fixa, está a serviço da enunciação da natureza imanente e das sensações também diretas que ela desperta no poeta.   III- No poema cujos primeiros versos são O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/ Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, o poeta estabelece o contraste entre a fama e a história do rio Tejo e a irrelevância do rio provinciano, que é amado, no entanto, por ter às suas margens a aldeia medieval habitada há gerações pela família de Caeiro.     Quais estão corretas?

  25. 775

    UERJ 2015

    Catar Feijão 1 Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2 Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco. João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra.   Considere as seguintes afirmações relativas ao poema de Cabral de Melo: I O ideal de economia verbal, preconizado no poema, assemelha-se ao ideal estilístico do Graciliano Ramos de Vidas secas, também este sequioso de restringir-se ao essencial. II O recurso ao “grão imastigável, de quebrar dente” e à “pedra [que] dá à frase seu grão mais vivo”, com o sentido que lhe dá Cabral de Melo, encontra-se presente no próprio poema que a reivindica. III A ideia de se produzir uma obstrução da leitura como algo positivo participa do objetivo de se romper com os autoritarismos da percepção – desígnio frequente na literatura moderna, inclusive em autores estilisticamente muito diferentes de Cabral, como é o caso de Guimarães Rosa. Está correto o que se afirma em

  26. 776

    FGV-SP 2009

    “Espécie de tragédia shakespeareana sertaneja, o romance tem um desfecho trágico que emana de uma estrutura reacionária, conseqüência de um conservadorismo patriarcalista, que não admitia as aspirações individuais.” (J. A. Castello) A personagem principal do romance a que se refere a frase acima está descrita em:

  27. 777

    FATEC 2011

    O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava  então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram edenicamente analfabetos.   A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]   Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa. superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido figurado.   A construção, empregada por Mário de Andrade, que mais se desvia da norma culta do português escrito, para expressar tendência da língua coloquial falada, é:

  28. 778

    UNESPAR 2010

    Comenta Luiz Carlos Merten, em seu livro Cinema: entre a realidade e o artifício, que a Itália, derrotada na II Guerra Mundial, olhou para dentro de si e renovou sua arte e seu cinema em busca de um renascimento, com o neo-realismo. A Alemanha, por sua vez, derrotada na I Guerra Mundial, produziu o pessimista expressionismo, em que pontificaram filmes como “O Gabinete do Dr. Caligari” e o “Vampiro de Dusseldorf”. Com o advento do nazismo, muitos técnicos, fotógrafos e cenógrafos formados no expressionismo alemão, emigraram para os Estados Unidos e, lá, ajudaram a criar uma tendência, que alguns denominam gênero, e outros, um estilo.   Que tendência, gênero ou estilo é esse?

  29. 779

    UFMA 2009

    Nikolai Vasilyevich Gogol, autor russo, escreveu uma grande comédia romântica europeia, divertida e, ao mesmo tempo, irônica. Esse texto, considerado o mais famoso de suas obras, é:

  30. 780

    PUC-RS 2016

    Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo cresceu  no Brasil, o dobro da média mundial. Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante. Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente, intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o que é muito diferente”.   Em algumas questões desta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que tratam do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem.   Leia o trecho abaixo e o comentário crítico sobre a obra do qual ele foi extraído, preenchendo as lacunas com o nome do autor e o título das obras.   “Então, a Península Ibérica moveu-se um pouco mais, um metro, dois metros, a experimentar as forças. As cordas a que serviam de testemunhos, lançadas de bordo a bordo, tal qual os bombeiros fazem nas paredes que apresentam rachas e ameaçam desabar, rebentaram como simples cordéis, algumas mais sólidas arrancaram pela raiz as árvores e os postes a que estavam atadas. Houve depois uma pausa, sentiu-se passar nos ares um grande sopro, como a primeira respiração profunda de quem acorda, e a massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques e fábricas, matos bravios, campos cultivados, com a sua gente e os seus animais, começou a mover-se, barca que se afasta do porto e aponta ao mar outra vez desconhecido.”   “Mas a ideologia e as preocupações humanitárias de __________ revelam-se, sobretudo, e numa primeira fase, ou ciclo de produção romanesca, a partir das revisitações que faz do passado histórico português. Revisitações de amplitude e de jaez diverso, como facilmente se constata a partir da leitura de romances como __________ e __________.” (Adaptado de texto de autoria de Ana Paula Arnaut)   A alternativa que completa corretamente as lacunas da análise de Ana Paula Arnaut é:

Gerar PDF da Página

Conteúdo exclusivo para assinantes

Assine um de nossos planos para ter acessos exclusivos e continuar estudando em busca da sua aprovação.

Ver planos