UPF 2016
Nova canção do exílio
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Considere as afirmações abaixo em relação ao poema “Nova canção do exílio”, de Carlos Drummond de Andrade.
I. O poema retoma, de forma intertextual, o conhecido texto da “Canção do exílio”, do poeta romântico Gonçalves Dias.
II. A estrutura repetitiva do poema deve-se, exclusivamente, à influência do texto de Gonçalves Dias, uma vez que a repetição não é um procedimento comum no autor de A rosa do povo.
III. O exílio a que se refere o título do poema assume ao longo do texto uma dimensão que ultrapassa o aspecto geográfico, assumindo um caráter existencial.
Está correto apenas o que se afirma em:
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