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  1. 61

    ENEM 2007

    O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, [dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. […] Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8. A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e

  2. 62

    ACAFE 2015

    Assinale a alternativa correta sobre as diferentes fases e escolas da literatura brasileira.

  3. 63

    ENEM PPL 2013

    Logo todos na cidade souberam: Halim se embeiçara por Zana. As cristãs maronitas de Manaus, velhas e moças, não aceitavam a ideia de ver Zana casar-se com um muçulmano. Ficavam de vigília na calçada do Biblos, encomendavam novenas para que ela não se casasse com Halim. Diziam a Deus e ao mundo fuxicos assim: que ele era um mascate, um teque-teque qualquer, um rude, um maometano das montanhas do sul do Líbano que se vestia como um pé rapado e matraqueava nas ruas e praças de Manaus. Galib reagiu, enxotou as beatas: que deixassem sua filha em paz, aquela ladainha prejudicava o movimento do Biblos. Zana se recolheu ao quarto. Os clientes queriam vê-la, e o assunto do almoço era só este: a reclusão da moça, o amor louco do “maometano”. HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Companhia. das Letras, 2006 (fragmento).   Dois irmãos narra a história da família que Halim e Zana formaram na segunda metade do século XX. Considerando o perfil sociocultural das personagens e os valores sociais da época, a oposição ao casamento dos dois evidencia

  4. 64

    ENEM 2010

    Testes Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca. Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado). Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:

  5. 65

    UERJ 2009

    Ideologia   Meu partido É um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Freqüenta agora as festas do “Grand Monde”   Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver   O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Agora assiste a tudo em cima do muro   Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver CAZUZA e ROBERTO FREJAT - 1988 www.cazuza.com.br   E as ilusões estão todas perdidas   Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac.   Tal procedimento constitui o que se chama de:

  6. 66

    PUC-PR 2001

    A história da poesia brasileira no século XX pode ser dividida em cinco momentos:   I- A coexistência do Parnasianismo e do Simbolismo. II- O Modernismo, iniciado oficialmente com a Semana de Arte Moderna. III- A Geração de 45. IV- O Concretismo. V- A poesia contemporânea.   Numere as características abaixo de acordo com essa divisão e assinale a alternativa que contém a sequência encontrada:   (    ) Incorporação do espaço gráfico. (    ) Ruptura com o formalismo da estética anterior. (    ) O culto da forma, seja na técnica de composição, seja na expressividade sonora. (    ) Misticismo e retomada da tradição formal. (    ) Metapoética e experimentalismo.

  7. 67

    ENEM 1999

    Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)   II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)   III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)   Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por  

  8. 68

    ENEM - 3 APLICACAO 2014

    Em todas as datas cívicas a máquina é agora uma parte importante das festividades. Você se lembra que antigamente os feriados eram comemorados no coreto ou no campo de futebol, mas hoje tudo se passa ao pé da máquina. Em tempo de eleição todos os candidatos querem fazer seus comícios à sombra dela, e como isso não é possível, alguém tem de sobrar, nem todos se conformam e sempre surgem conflitos. Felizmente a máquina ainda não foi danificada nesses esparramos, e espero que não seja. A única pessoa que ainda não rendeu homenagem à máquina é o vigário, mas você sabe como ele é ranzinza, e hoje mais ainda, com a idade. Em todo caso, ainda não tentou nada contra ela, e ai dele. Enquanto ficar nas censuras veladas, vamos tolerando; é um direito que ele tem. VEIGA, J. J. A máquina extraviada. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).  A presença do inusitado ou do fantástico na vida cotidiana é frequente na obra de José J. Veiga. No fragmento, a situação de singularidade experimentada pelas personagens constrói-se a partir do 

  9. 69

    ENEM PPL 2010

    Açúcar O branco açúcar que adoçará meu café Nesta manhã de Ipanema Não foi produzido por mim Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. [...] Em lugares distantes, Onde não há hospital, Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome Aos 27 anos Plantaram e colheram a cana Que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga E dura Produziram este açúcar Branco e puro Com que adoço meu café esta manhã Em Ipanema. GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento).    A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar reflexão sobre desigualdades sociais. No fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico

  10. 70

    UEFS 2015

    TEXTO: A Grécia clássica, a que deu certo e ficou como berço da civilização ocidental, foi feita por povos? Ou foi feita por grandes homens? Os veios subterrâneos da sociedade se expressam por meio dos heróis, tanto nas 5 artes como na política. Ninguém mais alheio à República do que o Marechal Deodoro (1827-1892). Mas o instinto nacional precisou de um alienado metido a herói que invadisse o quartel-general, sustentáculo do Império, ordenando: “Abram isso! Abram 10 isso!”, e depusesse o amigo e imperador. O verdadeiro herói, o herói de Carlyle (1795-1881), é um Frankenstein, feito de pedaços. É preciso juntar vários cadáveres do pensamento e do ideal humano para formar um Frankenstein 15 articulado. Mas é ele que na hora exata amedronta a força contrária, aparece no quartel-general e grita: “Abram isso!”. Frankenstein colado com pedaços de Benjamim Constant (1837-1891), de Quintino Bocaiúva (1836-1912), Joaquim Nabuco (1849-1910) e outros republicanos. 20 Estou citando Ezra Pound (1885-1972), quando fala em “punti luminosi”, pontos luminosos. Na massa amorfa, inerte, de repente alguma coisa brilha, cintila. É comum na obra de arte, numa sinfonia, num romance, num quadro, cheio de pontos mortos, de 25 clichês, surgir inesperadamente aquele brilho que salta, que se destaca, que interfere na obra inteira e a marca. O herói é um ponto luminoso que se destaca, é o jogador que fica parado em campo e, em meio minuto, arma ou finaliza uma jogada de gênio e decide a partida. 30 No plano da história, o herói é também inesperado. Veja o caso da Inconfidência Mineira. Os Inconfidentes eram intelectuais, padres, poetas, mas o herói foi mesmo Tiradentes (1746-1792), que aguentou a barra até o fim. E terminou na forca. CONNY, Carlos Heitor. Heróis. Folha de S. Paulo. Disponível em: 074-herois.shtml>. Acesso em: 5 nov. 2014.   O fragmento que evidencia um conceito metafórico de herói, na perspectiva de Carlos Heitor Cony, está presente em

  11. 71

    UEG 2005

    Leia o poema:   enxaqueca só ais e não aaess me ofereces mais      juntando aos meus corais de uis somem os meus azuis        ácidos súbitos      sal e sílica           e cetins        sedas           a dor insone           da minha fome MAGALHÃES, C. F. F. de. Perau. Goiânia: Vieira, 2003. p.189.   Marque a alternativa CORRETA:

  12. 72

    UNEMAT 2015

    [...] Grave, grave, o caso. Premia-nos a multidão, e estava-se na área de baixa pressão do ciclone. – “Disse que era são, mas que, vendo a humanidade já enlouquecida, e em véspera de mais tresloucar-se, inventara a decisão de se internar, voluntário: assim, quando a coisa se varresse de infernal a pior, estaria já garantido ali, com lugar, tratamento e defesa, que, à maioria, cá fora, viriam a fazer falta...” – e o Adalgiso, a seguir, nem se culpava de venial descuido, quando no ir querer preencher-lhe a ficha. – “Você se espanta?” – esquivei-me. De fato, o homem exagerara somente uma teoria antiga: a do professor Dartanhã, que, mesmo a nós, seus alunos, declarava-nos em quarentapor-cento casos típicos, larvados; e, ainda, dos restantes, outra boa parte, apenas de mais puxado diagnóstico. [...] Reaparecendo o humano e o estranho. O homem. Vejo que ele se vê, tive de notá-lo. E algo de terrível de repente se passava. Ele queria falar, mas a voz esmorecida; e embrulhou-se-lhe a fala. Estava em equilíbrio de razão: isto é, lúcido, nu, pendurado. Pior que lúcido, relucidado; com a cabeça comportada. Acordava! Seu acesso, pois, tivera termo, e, da ideia delirante, via-se dessonambulizado. Desintuído, desinfluído – se não se quando – soprado. Em doente consciência, apenas, detumescera-se, recuando ao real e autônomo, a seu mau pedaço de espaço e tempo, ao sem-fim do comedido. Aquele pobre homem descoroçoava. E tinha medo e tinha horror – de tão novamente humano. [...] Desprojetava-se, coitado, e tentava agarrar-se, inapto, à Razão Absoluta? Adivinhava isso o desvairar da multidão espaventosa – enlouquecida. Contra ele, que, de algum modo, de alguma maravilhosa continuação, de repente nos frustrava. Portanto, em baixo, alto bramiam. Feros, ferozes. Ele estava são. Versânicos, queriam linchá-lo.[...] (ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) O conto Darandina, de João Guimarães Rosa, narra o episódio de um homem que, após escapar de um instituto onde havia se internado e tentar alguns pequenos furtos, sobe em uma palmeira no meio de uma praça para escapar à perseguição das pessoas, tirando a própria roupa e provocando aglomeração e desordem. A partir dos trechos acima, que se situam próximos ao início e ao fim do conto, respectivamente, percebe-se que:

  13. 73

    MILTON CAMPOS 2013

    Recordações do escrivão Isaías Caminha, de 1909, exibe, em seu núcleo crítico e temático, um espaço que é também abordado numa narrativa da modernidade. Assinale a passagem que faça referência à problemática tratada por Lima Barreto:

  14. 74

    UNICENTRO 2014

    Leia o trecho do poema, do livro Muitas Vozes, de Ferreira Gullar, a seguir. No princípio era o verso alheio Disperso em meio às vozes e às coisas o poeta dorme sem se saber Ignora o poema não tem nada a dizer (GULLAR, F. Obras Completas. 13.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004, p.422.)   A partir da leitura do poema e dos conhecimentos prévios sobre esse livro, considere as afirmativas a seguir. I. O poema traz uma das características da obra do autor presente em Muitas Vozes: a metalinguagem, que, na poesia, ocorre quando o poema volta-se para si próprio. II. O sentido polissêmico do termo “alheio”, no terceiro verso, é ampliado pela ausência de pontuação. Desse modo, pode significar tanto “de outro” quanto “distraído” ou “desinteressado”. III. No verso “sem se saber”, há a presença do recurso da aliteração, que consiste na repetição de consoantes para produzir efeitos sonoros. IV. O poema segue uma métrica rígida, com versos variando de seis a sete sílabas poéticas. Também rígido é o sistema de rimas ABBA. Assinale a alternativa correta.

  15. 75

    PUC-GO 2015

    Palhaço, grande voz — Auto da Compadecida! O julgamento de alguns canalhas, entre os quais um sacristão, um padre e um bispo, para exercício da moralidade. Toque de clarim. Palhaço — A intervenção de Nossa Senhora no momento propício, para triunfo da misericórdia. Auto da Compadecida! Toque de clarim. A Compadecida — A mulher que vai desempenhar o papel desta excelsa Senhora, declara-se indigna de tão alto mister. Toque de clarim Palhaço — Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua alma é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo salvo e tem direito a certas intimidades. Toque de clarim. Palhaço — Auto da Compadecida! O ator que vai representar Manuel, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, declara-se também indigno de tão alto papel, mas não vem agora, porque sua aparição constituirá um grande efeito teatral e o público seria privado desse elemento de surpresa.  Toque de clarim. Palhaço — Auto da Compadecida! Uma história altamente moral e um apelo à misericórdia. [...] SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 34. ed., 3a reimpr. São Paulo: Agir, 2006, p. 22-24. Considerando-se o texto, é correto afirmar que, nas falas do Palhaço e da Compadecida, predomina a função:

  16. 76

    UFRGS 2016

    Leia o soneto de Luís de Camões e Soneto do amor total, de Vinícius de Moraes, abaixo.   Luís de Camões   Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;   É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;   É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.   Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?     Vinícius de Moraes   Amo-te tanto, meu amor… não cante O humano coração com mais verdade… Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade.   Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante.   Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente.   E de te amar assim muito e amiúde, É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude.     Considere as seguintes afirmações sobre os dois poemas.   I - Os dois poemas apresentam a temática amorosa: no soneto de Camões, o sujeito lírico define o amor; no soneto de Moraes, o sujeito lírico diz como ama. II - O soneto de Camões apresenta uma estrutura antitética nas três primeiras estrofes, como a exprimir o caráter contraditório do sentimento amoroso. III- O soneto de Vinícius de Moraes apresenta o sujeito lírico que ama de corpo e alma, ampliando o sentimento amoroso à dimensão física.   Quais estão corretas?

  17. 77

    ENEM - 3 APLICACAO 2016

    Um cachorro cor de carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca enrolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa de madeira pré-moldada. Acena para a velhinha marrom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em formação do mar para o continente como um exército em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passando em frente a um predinho do século dezoito com paredes brancas descascadas e janelas recém-pintadas de azul-cobalto. GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012. A descrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. O fragmento do romance caracteriza-se como uma descrição subjetiva porque

  18. 78

    UEG 2003

    Luz do Sol Que a folha traga e traduz Em verde novo Em folha, em graça Em vida, em força, em luz Céu azul Que vem até onde os pés tocam a terra E a terra inspira e exala seus azuis   Reza, reza o rio Córrego pra o rio, o rio pro mar Reza a correnteza, roça a beira, doura areia   Marcha o homem sobre o chão Leva no coração uma ferida acesa Dono do sim e do não Diante da visão da infinita beleza Finda por ferir com a mão essa delicadeza A coisa mais querida, a glória da vida Disponível em: http://www. asgrandesartes.hpg.ig.com.br   Paráfrases não poéticas do primeiro segmento do texto são apresentadas abaixo. Marque a alternativa em que a frase está CORRETAMENTE pontuada:

  19. 79

    UFU 2012

    Eu queria usar palavras de ave para escrever. Onde a gente morava era um lugar imensamente e sem nomeação. Ali a gente brincava de brincar com palavras tipo assim: Hoje eu vi uma formiga ajoelhada na pedra! [...] O menino tinha no olhar um silêncio de chão e na sua voz uma candura de Fontes. BARROS, Manoel de. Menino do mato. In: Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 449. Em relação ao trecho do poema acima e ao livro Menino do mato, assinale a alternativa correta.

  20. 80

    UEL 2015

    Momento   Enquanto eu fiquei alegre, permaneceram um bule azul com um descascado no bico, uma garrafa de pimenta pelo meio, um latido e um céu limpidíssimo com recém-feitas estrelas. Resistiram nos seus lugares, em seus ofícios, constituindo o mundo pra mim, anteparo para o que foi um acometimento: súbito é bom ter um corpo pra rir e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo alegre do que triste. Melhor é ser. (PRADO, A. Bagagem. 31.ed. Rio de Janeiro: Record, 2011. p.46.)     Em relação ao livro Bagagem, o poema “Momento”

  21. 81

    ENEM 2000

    Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades. Bicho urbano Se disser que prefiro morar em Pirapemas ou em outra qualquer pequena cidade do país estou mentindo ainda que lá se possa de manhã lavar o rosto no orvalho e o pão preserve aquele branco sabor de alvorada. ..................................................................... A natureza me assusta. Com seus matos sombrios suas águas suas aves que são como aparições me assusta quase tanto quanto esse abismo de gases e de estrelas aberto sob minha cabeça. (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1991)   Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no  cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia. Esse recurso pode ser observado em:

  22. 82

    UEMA 2015

    Na obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, Carolina Maria de Jesus retrata, em uma dimensão sociológica e literária, suas impressões sobre o cotidiano dos moradores de uma favela. Para responder à questão, leia a seguir dois excertos, transcritos integralmente, da referida obra.   Texto I 20 DE MAIO (...) Quando cheguei do palacio que é a cidade os meus filhos vieram dizer-me que havia encontrado macarrão no lixo. E a comida era pouca, eu fiz um pouco do macarrão com feijão. E o meu filho João José disse-me: – Pois é. A senhora disse-me que não ia mais comer as coisas do lixo. Foi a primeira vez que vi a minha palavra falhar. (...)   Texto II 30 DE MAIO (...) Chegaram novas pessoas para a favela. Estão esfarrapadas, andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensasse na sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho. O unico perfume que exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga. (...) Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo: Ática, 2007.   A noção de contexto e de repertório social sugerida pela narradora-personagem revela o(a)

  23. 83

    FCMMG 2006

    Assinale o texto de Patativa do Assaré: uma voz do Nordeste que melhor revela o seu caráter engajado:

  24. 84

    FCMMG 2006

    VOCAÇÕES Todos diziam que a Leninha, quando crescesse, ia ser médica. Passava horas brincando de médico com as bonecas. Só que, ao contrário de outras crianças, quando largou as bonecas não perdeu a mania. A primeira vez que tocou no rosto do namorado foi para ver se estava com febre. Só na segunda é que foi carinho. Ia porque ia ser médica. Só tinha uma coisa. Não podia ver sangue. − Mas, Leninha, como é que... − Deixa que eu me arranjo. Não é que ela tivesse nojo de sangue. Desmaiava. Não podia ver carne mal passada. Ou ketchup. Um arranhãozinho era o bastante para derrubá-la. Se o arranhão fosse em outra pessoa ela corria para socorrê-la − era o instinto médico −, mas botava o curativo com o rosto virado. − Acertei? Acertei? − Acertou o joelho. Só que é na outra perna. Mas fez o vestibular para medicina, passou e preparou-se para começar o curso. − E as aulas de anatomia, Leninha? Os cadáveres? − Deixa que eu me arranjo. Fez um trato com a Olga, colega desde o secundário. Quando abrissem um cadáver, fecharia os olhos. A Olga descreveria tudo para ela. − Agora estão tirando o fígado. Tem uma cor meio... − Por favor, sem detalhes. Conseguiu fazer todo o curso de medicina sem ver uma gota de sangue. Houve momentos em que precisou explicar os olhos fechados. − É concentração, professor. Mas se formou. Hoje é médica, de sucesso. Não na cirurgia, claro. Se bem que chegou a pensar em convidar a Olga para fazerem uma dupla cirúrgica, ela operando com o rosto virado e a Olga dando as coordenadas. − Mais para a esquerda...Aí. Agora corta! Está feliz. Inclusive se casou, pois encontrou uma alma gêmea. Foi num aeroporto. No bar onde foi tomar um cafezinho enquanto esperava a chamada para o embarque puxou conversa com um homem que parecia muito nervoso. − Algum problema? − perguntou, pronta para medicá-lo. − Não − tentou sorrir o homem. − É o avião... − Você tem medo de voar? − Pavor. Sempre tive. − Então por que voa? − Na minha profissão, é preciso. − Qual é a sua profissão? − Piloto. Casaram-se uma semana depois. (VERISSIMO, Luis Fernando. A mãe de Freud. São Paulo: Círculo do Livro, 1985)   O texto apresenta os expedientes abaixo, EXCETO:

  25. 85

    UNB 2015

    Oração dos Desesperados   Que a pele escura Não seja escudo para os covardes, Que habitam na senzala do silêncio, Porque nascer negro é consequência Ser É consciência   Dói no povo a dor do universo Chibata, faca e corte Miséria, morte Sob o olhar irônico De um Deus inverso Uma dor que tem cor Escorre na pele e na boca se cala Uma gente livre para o amor Mas os pés fincados na senzala. Dói na gente a dor que mata Chaga que paralisa o mundo E sob o olhar de um Deus de gravata... Doença, fome, esgoto, inferno profundo. Dor que humilha, alimenta cegueira Trevas, violência, tiro no escuro Pedaço de pau, lar sem muro Paraíso do mal Castelo de madeira Oh! Senhores Deuses das máquinas, Das teclas, das perdidas almas Do destino e do coração! Escuta o homem que nasce das lágrimas Da dor, do sangue e do pranto, Escuta esse pranto (Que lindo esse povo) (Quilombo esse povo) Que vem a galope com voz de trovão Pois ele se apega nas armas Quando se cansa das páginas Do livro de oração! (Sérgio Vaz)     A memória da escravização dos povos africanos e afrobrasileiros é parte da matéria poética com a qual o texto de Sérgio Vaz lida. Essa memória surge, entre outros trechos, no verso

  26. 86

    ENEM PPL 2010

    Reclame   Se o mundo não vai bem a seus olhos, use lentes ... ou transforme o mundo ótica olho vivo agradece a preferência CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006. Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração, considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza 

  27. 87

    PUC-RS 2016

    Leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem. “As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários. E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas... (...) O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade... Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos. E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum. (...) Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos. Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo.   I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes. II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante. III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

  28. 88

    UNEMAT 2008

    “O que não sei fazer desmancho em frases. Eu fiz o nada aparecer. (Represente que o homem é um poço escuro. Aqui de cima não se vê nada. Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver o nada.) Perder o nada é um empobrecimento.” (Livro sobre nada, Manoel de Barros) Assinale a alternativa CORRETA com relação ao poema acima. 

  29. 89

    UNEMAT 2010

    “O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a predestinação de uma raça?” (p.86). Essa reflexão, sob a forma de pergunta, o autor______________ faz a si mesmo (com toda propriedade, e por motivos que podemos interpretar como pessoais), ao finalizar o romance_____________. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:

  30. 90

    UNICENTRO 2012

    Poeta   O poeta nasce no poema, Inventa-se em palavras. KOLODY, Helena. Viagem no espelho e vinte e um poemas inéditos. Curitiba: Criar Edições. p. 77.   Esses versos sugerem que

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