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  1. 91

    EPCAR 2016

    FAVELÁRIO NACIONAL   Carlos Drummond de Andrade     Quem sou eu para te cantar, favela, Que cantas em mim e para ninguém a noite inteira de sexta-feira e a noite inteira de sábado E nos desconheces, como igualmente não te conhecemos? Sei apenas do teu mau cheiro: Baixou em mim na viração, direto, rápido, telegrama nasal anunciando morte... melhor, tua vida. ... Aqui só vive gente, bicho nenhum tem essa coragem. ... Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, Medo só de te sentir, encravada Favela, erisipela, mal-do-monte Na coxa flava do Rio de Janeiro.   Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver nem de tua manha nem de teu olhar. Medo de que sintas como sou culpado e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. Custa ser irmão, custa abandonar nossos privilégios e traçar a planta da justa igualdade. Somos desiguais e queremos ser sempre desiguais. E queremos ser bonzinhos benévolos comedidamente sociologicamente mui bem comportados. Mas, favela, ciao, que este nosso papo está ficando tão desagradável. vês que perdi o tom e a empáfia do começo? ... (ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984)     Nos versos abaixo, percebe-se que foram utilizadas figuras de linguagem, enfatizando o sentimento do eu-lírico. Porém, há uma opção em que não se verifica esse fato. Assinale-a.

  2. 92

    ENEM CANCELADO 2009

    Texto I   No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra [...] ANDRADE, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971 (fragmento).   Texto II As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão passando as águas no tempo [...]. A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se que a nova pedra a acompanha em surdina... [...] ANDRADE, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, Caderno B, 17/7/1979 (fragmento). Com base na leitura dos textos, é possível estabelecer uma relação entre forma e conteúdo da palavra “pedra”, por meio da qual se observa

  3. 93

    UNESPAR 2011

    Leia atentamente o texto que segue e responda ao que se pede.   Casamento   Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como “este foi difícil” “prateou no ar dando rabanadas” e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: Somos noivo e noiva.   Pode-se afirmar que o poema de Adélia Prado é:   I) da primeira fase modernista. II) da poesia contemporânea (dos anos 80 aos nossos dias). III) da segunda fase modernista. IV) emoção pura, refletindo a vida cotidiana, os medos, as tristezas, a presença do amor e do sonho. V) combativo, preocupado com os problemas da sociedade capitalista, com o desconcerto do mundo, em virtude dos conflitos da época. VI) irreverente, em busca da liberdade formal e temática, da linguagem coloquial, negando o passado e redescobrindo a realidade brasileira.   Está(ão) correta(s):

  4. 94

    UEL 2007

    ROMANCE XXXIV OU DE JOAQUIM SILVÉRIO   Melhor negócio que Judas fazes tu, Joaquim Silvério: que ele traiu Jesus Cristo, tu trais um simples Alferes. Recebeu trinta dinheiros. . . - e tu muitas coisas pedes: pensão para toda a vida, perdão para quanto deves, comenda para o pescoço. honras, glórias, privilégios. E andas tão bem na cobrança que quase tudo recebes!   Melhor negócio que Judas fazes tu, Joaquim Silvério! Pois ele encontra remorso, coisa que não te acomete. Ele topa uma figueira, tu calmamente envelheces, orgulhoso e impenitente, com teus sombrios mistérios. (Pelos caminhos do mundo, nenhum destino se perde: Há os grandes sonhos dos homens, e a surda força dos vermes.) MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência. Obra Poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972. p. 466.   Sobre o poema acima, verifica-se que:   

  5. 95

    UFLA

    CARTA DE PERO VAZ A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias. Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos. De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais. Diamantes tem à vontade, Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca. Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora d'aqui. (Murilo Mendes) castão - remate superior de uma bengala; cruzado - antiga moeda portuguesa; vossa perna encanareis - a expressão quer dizer que o rei "estava mal das pernas", isto é, sem dinheiro, "quebrado". As riquezas do Brasil poderão tirá-lo dessa situação. Há nesse texto uma sátira à expressão "dar-se-á nela tudo", contida na Carta de Caminha. Essa tendência se confirma em:

  6. 96

    UNB 2013

    E as histórias corriam como os fatos mais reais deste mundo. Agora era o encontro do padre Ramalho com o lobisomem na mata. O padre ia para dar a extrema-unção a um doente nos Caldeiros, quando viu uma coisa puxando pelo rabo do cavalo. Deu de rebenque, meteu as esporas, e nada. O cavalo parecia estar com os pés enterrados no chão. Olhou para trás, viu o bicho já querendo partir para cima dele. Tirou do bolso a caixinha com a hóstia consagrada, e apontou. Ouviu o baque de um corpo todo, e um gemido comprido de moribundo. O cavalo tomou as rédeas, disparando. No outro dia, encontraram José Cutia desfalecido na estrada.    E o lobisomem bebia sangue também dos animais, chupava os cavalos no pescoço. O poldro coringa do meu avô amanheceu um dia com um talho minando sangue. O lobisomem andara de noite pelas estrebarias.   Eu acreditava em tudo isto, e muitas vezes fui dormir com o susto destes bichos infernais. Na minha sensibilidade, ia crescendo este terror pelo desconhecido, pelas matas escuras, pelos homens amarelos que comiam fígado de menino. E até grande, rapaz de colégio, quando passava pelos sombrios recantos dos lobisomens, era assoviando ou cantando alto para afugentar o medo que ia por mim. Os zumbis também existiam no engenho. Os bois que morriam não se enterravam. Arrastava-se para o cemitério dos animais, à beira do rio, debaixo dos marizeiros, onde eles ficavam para o repasto dos urubus. De longe sentia-se o hálito podre da carniça, e a gente via os comensais disputando os pedaços de carne e as tripas do defunto. O zumbi, que era a alma dos animais, ficava por ali rondando. Não tinha o poder maligno dos lobisomens. Não bebia sangue nem dava surras como as caiporas. Encarnava-se em porcos e bois, que corriam pela frente da gente. E quando se procurava pegá-los, desapareciam por encanto.   Eles me contavam estas histórias dando detalhe por detalhe, que ninguém podia suspeitar da mentira. E a verdade é que para mim tudo isto criava uma vida real. O lobisomem existia, era de carne e osso, bebia sangue de gente. Eu acreditava nele com mais convicção do que acreditava em Deus. Ele ficava tão perto da gente, ali na Mata do Rolo, com as suas unhas de espetos e os seus pés de cabra! (...) Pintavam o lobisomem com uma realidade tão da terra que era o mesmo que eu ter visto. De Deus, tinha-se uma ideia vaga de sua pessoa. Um homem bom, com um céu para os justos e um inferno para a gente ruim como a velha Sinhazinha, com caldeiras e espetos quentes. Mas tudo isso depois que o sujeito morresse. O lobisomem lutava corpo a corpo com a gente viva. Era sair antes da meia-noite para a Mata do Rolo, e encontrá-lo. José Lins do Rêgo. Menino de engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007, p. 76-7.     Considerando os aspectos estéticos envolvidos na produção da narrativa no Brasil, verifica-se, no Romance de 30, que

  7. 97

    FCMMG 2009

    “A tuberculose surpreendeu Bandeira por volta dos 18 anos, quando o poeta preparava-se para matricular-se no curso de engenheiroarquiteto da Escola Politécnica de São Paulo. (...) Aceitara com resignação o mal pertinaz e, mais do que isso, aprendera a conviver com a morte ao ouvir de seu médico que era portador de ‘lesões incompatíveis com a vida’”. (JUNQUEIRA, Ivan. Testamento de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p.39)   O poeta NÃO faz referência à sua enfermidade em:

  8. 98

    ENEM PPL 2012

    TEXTO I   Poema de sete faces   Mundo mundo vasto mundo, Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento).   TEXTO II   CDA (imitado)   Ó vida, triste vida! Se eu me chamasse Aparecida dava na mesma. FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.   Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos Drummond de Andrade, e entre parênteses indica “imitado” porque, como nos versos de Drummond,

  9. 99

    UNICENTRO 2008

    No poente avermelhado, um vulto preto se desenhou. Depois, o cavalo e o cavaleiro foram-se destacando na sombra escura que avançava. Ao chouto duro do cavalo, o cavaleiro subia e descia na sela, desengonçadamente, numa indiferença de macaco pensativo que se agacha num encontro de galhos e ali fica, deixando que o vento o empurre e sacuda à vontade. Era o Chico Bento. O cavalo parou debaixo do pau-branco seco que fazia as vezes de sombra. O dono apeou, com a mesma indolência desajeitada, tirou o cabresto de baixo da capa da sela e amarrou o animal no tronco. Vicente, sentado numa rede, o cigarro entre as mãos, via-o chegar. E respondendo à saudação tartamudeada do caboclo: — Boa tarde, compadre. Abanque-se! O vaqueiro sentou-se num banco de pau, junto ao parapeito. Vinha fazer um negócio... umas resinhas que ele tinha nas Aroeiras e queria vender... [...] Quando o vaqueiro montou novamente, o rapaz disse, a modo de despedida: — Pois de manhãzinha bem cedo mande o rapaz buscar o animal e a ordem do dinheiro para o Zacarias da Feira. Chico Bento saiu já com escuro. Lentamente o balançava o chouto largo do cavalo. Ia e vinha na larga sela de campo, de arção redondo e grandes capas bordadas. Pensava na troca. Umas reses tão famosas! Por um babau velho e cinqüenta mil-réis de volta! O que é a gente estar na desgraça... QUEIROZ, Rachel de. O quinze. 13. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971. p. 41-43. O fragmento contextualizado na obra permite afirmar:

  10. 100

    USF 2011

    Considere as afirmações a seguir sobre Vinícius de Moraes e sua poesia.   (  ) Sua vertente social fica explícita em poesias como A Rosa de Hiroxima, em que as atrocidades causadas pela guerra tornam-se objeto de reflexão sobre a própria existência e sobrevivência do homem. ( ) Em Soneto da Separação, as antíteses marcam a oscilação das relações amorosas, que em determinado momentos são eternas, mas logo se tornam fugidias e acabam por, não mais que de repente, terminar. (  ) A alegoria e o rebuscamento estilístico marcam acentuadamente algumas de suas poesias, como em Soneto da Fidelidade, em que o poeta coloca-se em uma posição paradoxal: embora cante a fidelidade, tem certeza de que o amor é efêmero. (  ) Em Poética, o autor enfatiza o momento em que as situações acontecem, não as situações por si mesmas. Nos versos “Nasço amanhã / Ando onde há espaço: / — Meu tempo é quando.”, essa disposição simboliza uma maior importância ao momento presente, que deve ser vivido em toda a sua essência. Assinale a opção que apresenta o correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo. 

  11. 101

    UNESPAR 2010

    A Revolução de Outubro, em 1930, assumiu um relevo social que acabou por influenciar a literatura da época. Sobre a literatura produzida na década de 30 é correto afirmar que:

  12. 102

    INSPER 2014

    Sempre desconfiei Sempre desconfiei de narrativas de sonhos. Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados... Com esse pouco que nos resta, fazemos reconstituições suspeitamente lógicas e pomos enredo, sem querer, nas ocasionais variações de um caleidoscópio. Me lembro de que, quando menino, minha gente acusava-me de inventar os sonhos. O que me deixava indignado. Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão. Por outro lado, o que mais espantoso há nos sonhos é que não nos espantamos de nada. Sonhas, por exemplo, que estás a conversar com o tio Juca. De repente, te lembras de que ele já morreu. E daí? A conversa continua. Com toda a naturalidade. Já imaginaste que bom se pudesses manter essa imperturbável serenidade na vida propriamente dita? (Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Globo,1995) Infere-se que a principal justificativa para a expressão contida no título e no primeiro período do texto é:  

  13. 103

    ENADE 2008

    Canção Nunca eu tivera querido dizer palavra tão louca: bateu-me o vento na boca, e depois no teu ouvido. Levou somente palavra, deixou ficar o sentido. O sentido está guardado no rosto com que te miro, neste perdido suspiro que te segue alucinado, no meu sorriso suspenso como um beijo malogrado. Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste. Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem... Só se aquele mesmo vento fechou os teus olhos, também... MEIRELES, Cecília Meireles. Poesia completa: Volume 1. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001. Com base no poema acima, assinale a opção correta no que diz respeito à especificidade da linguagem literária.

  14. 104

    FGV 2014

    Sextilhas Românticas   Paisagens da minha terra, Onde o rouxinol não canta - Mas que importa o rouxinol? Frio, nevoeiros da serra Quando a manhã se levanta Toda banhada de sol!   Sou romântico? Concedo. Exibo, sem evasiva, A alma ruim que Deus me deu. Decorei “Amor e medo”, "No lar", "Meus oito anos" ... Viva José Casimiro Abreu!   Sou assim, por vído inato. Ainda hoje gasto de Diva, Nem não posso renegar Peri tão pouco índio, é fato, Mas tão brasileiro ... Viva, Viva José de Alencar! [...] Manuel Bandeira, Estrela-da-vida-inteira.    Em quatro das alternativas que se seguem, registram-se características que, presentes no excerto, atestam a filiação romântica declarada pelo poeta. A única alternativa em que isso NÃO ocorre é: 

  15. 105

    UPE 2013

    Fragmento 3 Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta Lábaro não; a minha pátria é desolação De caminhos, a minha pátria é terra sedenta E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular Que bebe nuvem, come terra E urina mar. Fragmento 4 Atrás de portas fechadas, à luz de velas acesas, entre sigilo e espionagem, acontece a Inconfidência. E diz o Vigário ao Poeta: “Escreva-me aquela letra do versinho de Virgílio...” E dá-lhe o papel e a pena. E diz o Poeta ao Vigário, com dramática prudência: “Tenha meus dedos cortados antes que tal verso escrevam...” LIBERDADE, AINDA QUE TARDE, ouve-se em redor da mesa.    Sobre os autores Vinícius de Moraes e Cecília Meireles e sobre a obra de ambos, analise as seguintes afirmativas:   I. Autor da peça teatral “Orfeu da Conceição”, juntamente com Tom Jobim, compositor da música “Garota de Ipanema”, uma das mais tocadas do mundo, o poeta é um dos fundadores da Bossa Nova. Dentre as suas peculiaridades, estão a preocupação religiosa e um misticismo neossimbolista, que marcaram a primeira fase de sua produção poética, em oposição, talvez, às liberdades formais da primeira fase do Modernismo brasileiro.   II. Autor de poemas tradicionais, como “Soneto de separação” e “Soneto do amor total”, o poeta também usa versos longos com uma linguagem abstrata, alegórica, como a que se percebe em “No sangue e na lama/O corpo sem vida tombou./Mas nos olhos do homem caído/Havia ainda a luz do sacrifício que redime/E no grande Espírito que adejava o mar e o monte/Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado na luta/Era o novo Evangelho para o homem da paz que lavra no campo”.   III. Os temas desse poeta lírico estão ligados, por excelência, ao cotidiano; nesse sentido, ele canta a mulher, o amor, o dia a dia e a valorização do momento e, ao mesmo tempo em que busca algo mais perene, faz sua obra se deslocar para a intimidade dos afetos e para um sensualismo erótico, o que revela maturidade e aproveitamento de temáticas de inspiração mais pessoais.   IV. Pertencente à geração poética do autor de “Soneto da fidelidade”, Cecília tem, em seu lirismo, uma linguagem que enfatiza os símbolos, os apelos sensoriais e a musicalidade, o que também a aproxima do neossimbolismo modernista. Em vários de seus poemas, existe a preocupação com a transitoriedade do tempo, e, além desse aspecto, ela dedicou-se a pesquisas históricas das quais resultou o Romanceiro da Inconfidência, de 1953, texto que trata do episódio da Inconfidência Mineira.   V. No Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, tem-se como referência principal a frustrada rebelião na Vila Rica do século XVIII. Mas se deve reconhecer que a matéria histórica utilizada pela autora sofre alterações significativas no poema em questão, o que confere ao texto o tom épico perceptível nos sonetos de Vinícius de Moraes e o tom essencialmente reflexivo do texto lírico, a exemplo das epopeias.   Está CORRETO o que se afirma em

  16. 106

    FATEC 2007

    Mãos dadas Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.   Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao amanhecer(*), a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo (1940) (*) no original: anoitecer Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I. Trata-se de um poema em que o eu lírico afirma seu desejo de que a poesia possa reconstruir aquilo que, tendo sido destruído no passado, permanece atual em sua memória. II. O poeta manifesta a confiança de que sua nova poesia poderá superar os problemas pessoais que quase o levaram ao suicídio e o fizeram desejar isolar-se. III.O poeta convoca outros poetas para que, juntos, possam se libertar das velhas convenções que prejudicam a poesia moderna. IV.Os versos da 1ª estrofe indicam o anseio do eu lírico de que sua poesia se aproxime dos homens e ajude a transformar a vida presente. V. Na 2ª estrofe, o eu lírico nega que a poesia desse momento histórico deva tratar de temas sentimentais ou amorosos.   São corretas apenas as afirmações  

  17. 107

    UNESPAR 2010

    Leia o seguinte poema de Carlos Drummond de Andrade e depois assinale a alternativa correta. CIDADEZINHA QUALQUER Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar, amor, cantar.   Um homem vai devagar Um cachorro vai devagar Um burro vai devagar   Devagar ... as janelas olham.   Eta vida besta, meu Deus.

  18. 108

    UNICAMP 2016

    Morro da Babilônia À noite, do morro descem vozes que criam o terror (terror urbano, cinquenta por cento de cinema, e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua Geral). Quando houve revolução, os soldados espalharam no morro, o quartel pegou fogo, eles não voltaram. Alguns, chumbados, morreram. O morro ficou mais encantado. Mas as vozes do morro não são propriamente lúgubres. Há mesmo um cavaquinho bem afinado que domina os ruídos da pedra e da folhagem e desce até nós, modesto e recreativo, como uma gentileza do morro. (Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.19.)   No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de Andrade,

  19. 109

    UFMS 2008

    Aula de português (Carlos Drummond de Andrade)   A linguagem na ponta da língua, tão fácil de falar e de entender.   A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que ela quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas da minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.  Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a prima.   O português são dois; o outro, mistério.       De acordo com o Texto, todas as afirmações abaixo sobre o português da escola estão corretas, EXCETO  

  20. 110

    UFAM 2015

    Leia o poema “Áporo”, de Carlos Drummond de Andrade: Um inseto cava cava sem alarme perfurando a terra sem achar escape. Que fazer, exausto, em país bloqueado, enlace de noite raiz e minério? Eis que o labirinto (oh razão, mistério) presto se desata: em verde, sozinha, anteuclidiana, uma orquídea forma-se. Sobre o poema, afirma-se: I. Por apresentar quatorze versos do mesmo tamanho (redondilhas menores), em dois quartetos e dois tercetos, pode ser considerado um soneto. II. Apresenta, na primeira estrofe, uma ideia (a tese), à qual se opõe um obstáculo na segunda (a antítese); esse dilema se soluciona no final (a síntese). III. O termo “antieuclidiana”, pelo contexto em que está situado, se refere a Euclides de Alexandria, considerado o Pai da Geometria. IV. Considerando-se o contexto brasileiro da época em que foi escrito, que era a ditadura de Vargas, o conteúdo do poema expressa a luta de um militante político pela liberdade. V. A palavra “Áporo” tem pelo menos três significados: inseto, problema de difícil solução e orquídea.   Assinale a alternativa correta:

  21. 111

    ITA 2005

    O poema a seguir, de autoria de Cecília Meireles, faz parte do livro Viagem, de 1939. Epigrama 11 A ventania misteriosa passou na árvore cor-de-rosa, e sacudiu-a como um véu, um largo véu, na sua mão. Foram-se os pássaros para o céu. Mas as flores ficaram no chão. (MElRELES, Cecília. "Viagem/Vaga Música". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.) Esse poema I - mostra uma certa herança romântica, tanto pelo teor sentimental do texto como pela referência à natureza. II - mostra uma certa herança simbolista, pois não é um poema centrado no "eu", nem apresenta excesso emocional. III - expõe de forma metafórica uma reflexão sobre algumas experiências difíceis da vida humana. IV - é um poema bastante melancólico por registrar de forma triste o sofrimento decorrente da perda de um ente querido. Estão corretas as afirmações

  22. 112

    UP 2015

    Assim como Graciliano Ramos e Jorge Amado, José Lins do Rego é um dos principais representantes do Romance de 30. Sua obra Fogo morto foi publicada em 1943. Sobre essa obra, considere as seguintes afirmativas: 1. Ao contrário do realismo constante nas obras de Graciliano Ramos e de Jorge Amado, em Fogo morto predominam o saudosismo e as visões idílicas da infância. 2. Em Fogo morto, José Lins do Rego trata da decadência das formas tradicionais de produção de cana-de-açúcar, enfatizando as consequências desse processo nas relações sociais. 3. Os três protagonistas de Fogo morto – Mestre José Amaro, Seu Lula e Capitão Vitorino – condenam as ações do bando de cangaceiros de Antônio Silvino, que ameaçam suas propriedades. Assinale a alternativa correta.  

  23. 113

    FCMMG 2009

    As alternativas trazem um mesmo tema, recorrente na poesia de Manuel Bandeira, EXCETO:

  24. 114

    PUC-CAMPINAS 2015

    O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino (...)   Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar nem aumentar fazenda, nem ter engenho corrente. (ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas)     O ciclo econômico referido no texto será explorado

  25. 115

    FGV-SP 2012

    Leia o seguinte texto, que é parte de uma entrevista concedida por Érico Veríssimo a Clarice Lispector: – Érico, por que você acha que não agrada aos críticos e aos intelectuais? – Para começo de conversa, devo confessar que não me considero um escritor importante. Não sou um inovador. Nem mesmo um homem inteligente. Acho que tenho alguns talentos que uso bem... mas que acontece serem os talentos menos apreciados pela chamada “critica séria”, como, por exemplo, o de contador de histórias. Os livros que me deram opularidade, como  Olhai os lírios do campo, são romances medíocres. Nessa altura me pespegaram* no  lombo literário vários rótulos: escritor para mocinhas, superficial etc... O que vem depois dessa primeira fase é bastante melhor mas, que diabo! pouca gente (refiro-me aos críticos apressados) se dá ao trabalho de revisar opiniões antigas e alheias. Por outro lado, existem os “grupos”. Os esquerdistas sempre me acharam “acomodado”. Os direitistas me consideram comunista. Os moralistas e reacionários me acusam de imoral e subversivo. Havia ainda essa história cretina de “norte contra sul”.  E ainda essa natural má vontade que cerca todo escritor que vende livro, a ideia de que best-seller tem de ser necessariamente um livro inferior.  Some tudo isto, Clarice, e você não terá ainda uma resposta satisfatória à sua pergunta. Mas devo acrescenta que há no Brasil vários críticos que agora me levam a sério, principalmente depois que publiquei O tempo e o vento. (Bons sujeitos!) Clarice Lispector. Entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.   * “pespegaram”: aplicaram. Considere as seguintes afirmações sobre a frase “Olhai os lírios do campo”, utilizada por Érico Veríssimo como título de um de seus primeiros livros:   I Pode ser utilizada para traduzir uma exortação e não propriamente uma ordem.  II Caracteriza um procedimento intertextual por parte do autor da obra homônima. III Poderia ser substituída pela frase “Olham os lírios do campo”, sem prejuízo para o sentido e para a correção. Está correto apenas o que se afirma em 

  26. 116

    ITA 2003

    Canção Cecília Meireles Pus o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; - depois, abri o mar com as mãos para o meu sonho naufragar   Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas e a cor que escorre dos meus dedos colore as areias desertas.   O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio; debaixo da água vai morrendo meu sonho, dentro de um navio...   Chorarei quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, e o meu navio chegue ao fundo e o meu sonho desapareça.   Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas   Neste poema, há algumas figuras de linguagem. Abaixo, você tem, de um lado, os versos e, do outro, o nome de uma dessas figuras. Observe:   I. "Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das ondas entreabertas" .................... sinestesia II. "e a cor que escorre dos meus dedos" .....metonímia III. "o vento vem vindo de longe" .... aliteração IV. "a noite se curva de frio" ............ personificação V. "e o meu navio chegue ao fundo / e o meu sonho desapareça" ........ polissíndeto   Considerando-se a relação verso/figura de linguagem, pode-se afirmar que

  27. 117

    UFU 2014

    28 O abandono do lugar me abraçou de com força. E atingiu meu olhar para toda a vida. Tudo que conheci depois veio carregado de abandono. Não havia no lugar nenhum caminho de fugir. A gente se inventava de caminhos com as novas palavras. A gente era como pedaço de formiga no chão. Por isso o nosso gosto era só de desver o mundo. BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 463.     Verifica-se na obra de Manoel de Barros:

  28. 118

    PUC-SP 2012

    Bilhete a Baudelaire Poeta, um pouco à tua maneira E para distrair o spleen Que estou sentindo vir a mim Em sua ronda costumeira Folheando-te, reencontro a rara Delícia de me deparar Com tua sordidez preclara Na velha foto de Carjat Que não revia desde o tempo Em que te lia e te relia A ti, a Verlaine, a Rimbaud... Como passou depressa o tempo Como mudou a poesia Como teu rosto não mudou! O poema é de Vinicius de Moraes. Indique a alternativa que NÃO condiz com o que se verifica no texto.

  29. 119

    EPCAR 2008

    Foi no pátio da escola, à hora do recreio. Eugênio abaixou-se para apanhar a bola de pano, e de repente atrás dele alguém gritou:   – O Genoca tá com as carça furada no fiofó!   Os outros rapazes cercaram Eugênio numa algazarra. Houve pulos, atropelos, pontapés, cotoveladas, gritos e risadas: eram como galinhas correndo cegas a um tempo para bicar o mesmo punhado de milho. No meio da roda, atarantado e vermelho, Eugênio tapava com ambas as mãos o rasgão da calça, sentindo um calorão no rosto, que lhe ardia num formigamento. Os colegas romperam em vaia frenética:   Calça furada! Calça furada! Calça furada-dá!   Gritavam em cadência uniforme, batendo palmas. Eugênio sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Balbuciava palavras de fraco protesto, que se sumiam devoradas pelo grande alarido.   Calça furada-dá! No fio-fó-fó-fó! Oia as calça dele, vovó! Calça furada-dá! (VERISSIMO, Erico. Olhai os lírios do campo. 42. ed. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 7.)   Em relação ao texto, só é possível inferir que

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    EPCAR 2008

    Foi no pátio da escola, à hora do recreio. Eugênio abaixou-se para apanhar a bola de pano, e de repente atrás dele alguém gritou:   – O Genoca tá com as carça furada no fiofó!   Os outros rapazes cercaram Eugênio numa algazarra. Houve pulos, atropelos, pontapés, cotoveladas, gritos e risadas: eram como galinhas correndo cegas a um tempo para bicar o mesmo punhado de milho. No meio da roda, atarantado e vermelho, Eugênio tapava com ambas as mãos o rasgão da calça, sentindo um calorão no rosto, que lhe ardia num formigamento. Os colegas romperam em vaia frenética:   Calça furada! Calça furada! Calça furada-dá!   Gritavam em cadência uniforme, batendo palmas. Eugênio sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Balbuciava palavras de fraco protesto, que se sumiam devoradas pelo grande alarido.   Calça furada-dá! No fio-fó-fó-fó! Oia as calça dele, vovó! Calça furada-dá! (VERISSIMO, Erico. Olhai os lírios do campo. 42. ed. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 7.)   Assinale o item cuja afirmativa está de acordo com o texto.

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