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  1. 31

    UFPA 2013

    Em fevereiro de 1897, o poeta Olavo Bilac substitui o já renomado romancista Machado de Assis na função de cronista do periódico fluminense Gazeta de Notícias. A crônica, que no século XIX cumpre a função de registrar as questões mais prementes do dia, fossem políticas, culturais ou literárias, é o gênero ao qual se dedicará o poeta conhecido como um dos mestres do verso parnasiano.   A respeito da crônica “A prostituição infantil”, é correto afirmar que Olavo Bilac

  2. 32

    UNESP 2016

    A questão aborda um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).   MÃOS Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, o vosso gesto é como um balouçar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso [gesto canta! Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, rolas à volta da negra torre da minh’alma. Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, O vosso gesto é como um balouçar de palma, Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, Duas velas à flor duma baía escura. Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mãos de rainha, Mãos que sois um perpétuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha avó entrevadinha. (Obras poéticas, 1968.)   A musicalidade, as reiterações, as aliterações e a profusão de imagens e metáforas são algumas características formais do poema, que apontam para sua filiação ao movimento

  3. 33

    ENEM CANCELADO 2009

    TEXTO I O Morcego Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. “Vou mandar levantar outra parede...” Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre a minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.   TEXTO II O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica. CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado). Em consonância com os comentários do texto II acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema O morcego apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma estética capaz de

  4. 34

    UEFS 2015

    Paisagem noturna A sombra imensa, a noite infinita enche o vale ... E lá do fundo vem a voz Humilde e lamentosa Dos pássaros da treva. Em nós, 5 — Em noss’alma criminosa, O pavor se insinua ... Um carneiro bale. Ouvem-se pios funerais. Um como grande e doloroso arquejo 10 Corta a amplidão que a amplidão continua . . . E cadentes, metálicos, pontuais, Os tanoeiros do brejo, Os vigias da noite silenciosa, Malham nos aguaçais. 15 Pouco a pouco, porém, a muralha de treva Vai perdendo a espessura, e em breve se adelgaça Como um diáfano crepe, atrás do qual se eleva A sombria massa Das serranias. [...] BANDEIRA, Manuel. Paisagem noturna. Disponível em: . Acesso em: 9 nov.2014. Embora Manuel Bandeira seja o autor da primeira geração modernista, propondo uma poética libertadora e transgressora, muitas vezes, retoma perfis poéticos de outras tradições literárias, como ocorre em relação ao  

  5. 35

    PUC-RS 2016

    Leia o excerto do poema “Borboleta morta”, de Alberto de Oliveira, e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso. Abrindo as asas, – leve fantasia Da primavera quando despertava, Sonho dos campos, – ao nascer do dia De trecho em trecho a borboleta voava. (...) Ia e vinha, volteava no ar, arfando, Descia às flores e, num torvelinho De pétalas e pólen doidejando, Ruflava as asas como um passarinho. E voava. Os vossos olhos, entretanto, Viam-na, e quando junto da janela Passava acaso, enchendo-se de espanto: –“Lá vai!” – disseram, enlevados nela. “Lá vai! tão grande! tão azul! tão linda! Apanhemo-la” – Assim foi que a tivestes; E a esforçar por ser livre, vendo-a ainda, A sacudir as pequeninas vestes, Mão bárbara e cruel, mão feminina De atro estilete segurando na haste Como que vibra, lâmina assassina, O peito, sem piedade, lhe varaste” (...)   ( ) O poeta utiliza-se de imagens que revelam a delicadeza do voo da borboleta. ( ) O uso de aliterações pode também ser encontrado no poema, recurso que auxilia na construção sonora do bater das asas da borboleta. ( ) O poeta humaniza, em diversos momentos, a borboleta. ( ) A fragilidade da borboleta é presa fácil à mão humana, e o inseto não oferece qualquer tipo de resistência. ( ) O poeta suaviza a morte da borboleta com a utilização de eufemismos, técnica comum no movimento simbolista.   A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

  6. 36

    PUC-RS 2016

    Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar:

  7. 37

    ENEM CANCELADO 2009

    Ouvir estrelas   “Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto, cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas?” Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”. BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.     Ouvir estrelas   Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estás beirando a maluquice extrema. No entanto o certo é que não perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema. Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabroso é o tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto p’ra um poema. Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizem? Que sentido têm suas frases de sabor tão raro? Amigo, aprende inglês para entendê-las, Pois só sabendo inglês se tem ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas. TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961. A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que,

  8. 38

    UFF 2004

    A PÁTRIA   Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera!   Boa terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha...   Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!   Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste!             (Olavo Bilac)   As estéticas literárias, embora costumem ser datadas nos livros didáticos com início e término pós-determinados, não se deixam aprisionar pela rigidez cronológica.   Assinale o comentário adequado em relação à expressão estética do poema "A Pátria" de Olavo Bilac (1865-1918).

  9. 39

    UFAM 2009

    Leia o texto abaixo, intitulado “Debaixo do Tamarindo”, e, em seguida, responda ao que sobre ele se indaga: No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Como uma vela fúnebre de cera, Chorei bilhões de vezes com a canseira De inexorabilíssimos trabalhos!   Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos, Guarda, como uma caixa derradeira, O passado da Flora Brasileira E a paleontologia dos Carvalhos!   Quando pararem todos os relógios De minha vida, e a voz dos necrológios Gritar nos noticiários que eu morri,   Voltando à pátria da homogeneidade, Abraçada com a própria Eternidade A minha sombra há de ficar aqui!   O soneto acima, pelo uso de palavras longas e pouco usuais (“inexorabilíssimos”, “homogeneidade”) e pelo assunto desenvolvido, é facilmente identificável como sendo de:

  10. 40

    UFPR

    Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,  Que vive de guardar alheio gado;  De tosco trato, de expressões grosseiro,  Dos frios gelado e dos sóis queimado.  Tenho próprio casal e nele assisto  Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;  Das brancas ovelhinhas tiro o leite,  E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela,  Graças à minha Estrela!"   A presente estrofe reflete a temática predominante no período: 

  11. 41

    UFPR 2016

    O trecho a seguir integra o romance A última quimera, de Ana Miranda:   Meus sofrimentos sempre foram menores diante dos de Augusto, sempre competimos de certa maneira sobre quem sofria mais grandiosamente, como um jogo de xadrez em que as peças não fossem cavalos, bispos, torres, reis, rainhas mas a angústia, a dor física, a dor mental, o vazio existencial, a depressão, as forças subterrâneas, a morbidez, a neurose, o pesadelo, a convulsão de espírito, a negação, o não ser, a mágoa, a miséria humana, o uivo noturno, as carnações abstêmias, os lúbricos arroubos, a fome incoercível, a paixão pelas mulheres impossíveis, a morte; e nesse momento ele parece zombar de mim, como se dissesse: “Vê, como são tolos seus sofrimentos? Você perdeu um amigo e eu perdi a vida”. (p. 192)   Com base nesse trecho específico e na totalidade da obra, considere as seguintes afirmativas:   1. O romance cita documentos para confirmar os fatos históricos narrados, além de expor informações biográficas precisas sobre dois poetas brasileiros, que ficaram conhecidos pelo rigor científico e pelo estilo descritivo.   2. O estilo poético de Augusto dos Anjos, um dos personagens centrais da obra, está exemplificado em vários trechos do romance. São exemplos disso a enumeração de vocábulos de teor melancólico e pessimista e o uso de imagens que recriam uma atmosfera mórbida.   3. O narrador do romance adota uma perspectiva distanciada em relação à história e aos personagens reais que recria, contribuindo para reforçar o seu caráter documental e o efeito de veracidade que pretende.   4. A construção dos personagens Olavo Bilac e Augusto dos Anjos combina dados biográficos dos dois poetas com cenas domésticas e particulares, que conferem a eles uma inegável complexidade humana e psicológica.   5. A dimensão temporal-espacial do romance recria, ficcionalmente, a cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX, descrevendo o ambiente material da cidade, os fatos de sua história no período e também a atmosfera intelectual da Belle Époque.   Assinale a alternativa correta.

  12. 42

    UEPB 2014

    Considere o fragmento de Clara dos Anjos para responder à questão.  A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais que a sua honestidade de moça e de mulher tinha todos por inimigo, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente... O bonde vinha cheio. Olhou todos aqueles homens e mulheres... Não haveria um talvez, entre toda aquela gente de ambos os sexos, que não fosse indiferente à sua desgraça... Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que era preciso, tanto a ela como as suas iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil D. Margarida, para se defender de Cassis e semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam...  Chegaram em casa; Joaquim ainda não tinha vindo. D. Margarida relatou a entrevista, por entre o choro e os soluços da filha e da mãe.  Num dado momento, Clara ergueu-se da cadeira em que se sentara e abraçou muito fortemente a mãe, dizendo, com um grande acento de desespero:  – Mamãe! Mamãe!  – Que é minha filha? – Nós não somos nada nesta vida.    Assinale a alternativa correta:

  13. 43

    ITA 2003

    Canção Pus o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; — depois, abri o mar com as mãos para o meu sonho naufragar Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas e a cor que escorre dos meus dedos colore as areias desertas. O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio; debaixo da água vai morrendo meu sonho, dentro de um navio... Chorarei quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, e o meu navio chegue ao fundo e o meu sonho desapareça. Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas  Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Modernismo Brasileiro, faz parte da chamada "Poesia de 30". Sobre esta autora e seu estilo, é CORRETO afirmar que ela

  14. 44

    UFU 1999

    Inania Verba   ........................................................................................... O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... E a Palavra pesada abafa a Ideia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava.   Quem o molde achará para a expressão de tudo? Ai! Quem há de dizer as ânsias infinitas Do sonho? E o céu que foge à mão que se levanta? ........................................................................................."                                                (Olavo Bilac, POESIAS)   Indique a alternativa que NÃO ESTÁ de acordo com o poema.

  15. 45

    PUC-CAMPINAS 2015

    O termo vanguarda designava originalmente a posição dos guerreiros que iam à frente, nas batalhas. Mais tarde, já no campo da arte, passou a identificar a posição de criadores que, preocupados com uma completa inovação estética, buscavam adiantar-se ao seu tempo e propunham, quando não impunham, novos paradigmas para a linguagem artística. No Brasil do século XX há que se destacar o papel de vanguarda cultural e artística do movimento modernista de 22, por sua vez inspirado por vanguardas europeias, e a radical atuação vanguardista dos poetas concretos, cujos manifestos datam da década de 50 − década em que a economia e a política nacional também buscaram modernizar-se. (Alcebíades Valongo, inédito)     A denominação vanguarda, tal como definida no texto, aplica-se a movimentos artísticos tão distintos quanto separados no tempo histórico. É o que se pode comprovar examinando as obras representativas

  16. 46

    UFRGS 2014

    Leia o poema abaixo.     Que lembrança darei ao país que me deu tudo que lembro e sei, tudo quanto senti? Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu minha incerta medalha, e a meu nome se ri.   E mereço esperar mais do que os outros, eu? Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.   Não deixarei de mim nenhum canto radioso, uma voz matinal palpitando na bruma e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.   De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho.     Considere as seguintes afirmações sobre o poema.   I - No primeiro quarteto, o poeta pergunta pelo legado que deixará para o país a que deve tudo o que lhe é caro; no segundo quarteto, há uma invocação um tanto irônica do mundo, não se trata mais apenas do país: há uma ampliação da referência que atravessaria os limites geográficos para lidar com o mundo/realidade.   II - A forma soneto e a referência a Orfeu, o mitológico poeta grego capaz de encantar a todos com o som da sua lira, revelam que o modernismo de Drummond agora se associa com o parnasianismo, o que permite ao poeta reivindicar uma posição fixa na tradição, em contraste com Orfeu, perplexo entre o talvez e o se.   III- No último terceto, o poeta alega que, da sua trajetória um tanto instável, restará uma pedra que havia em meio do caminho, o que equivale a uma paráfrase, agora em registro formal e sério, dos versos do célebre poema do início de sua carreira modernista: No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho (...).     Quais estão corretas?  

  17. 47

    UFAM 2009

    Leia os versos abaixo:   Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar.   No sonho em que se perdeu,   Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar...   E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar...   As estrofes reproduzidas constituem o início de um dos mais famosos poemas da literatura de nosso País: “Ismália”. Seu autor é:  

  18. 48

    FATEC 2011

    O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava  então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram edenicamente analfabetos. A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]    Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa.   superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido figurado.   À vista do texto e das teses correntes sobre os estilos de época em nossa literatura, é correto afirmar que, nesse texto, Mário de Andrade  

  19. 49

    UFSM 2001

    Leia os versos de Raimundo Correia e considere as afirmativas que se seguem.   Vai-se a primeira pomba despertada ... Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia a sanguínea e fresca madrugada ...   I. As rimas finais são intercaladas. II. A estrofe é marcada por aliterações e assonâncias. III. Os versos são decassílabos, à exceção do segundo que é alexandrino.   Está(ão) correta(s)

  20. 50

    UEG 2003

    Sobre a poesia de Carlos Drummond de Andrade e Álvares de Azevedo, marque a alternativa INCORRETA:

  21. 51

    FUVEST 1993

     I. "Porque não merecia o que lograva,  Deixei, como ignorante, o bem que tinha,  Vim sem considerar aonde vinha,  Deixei sem atender o que deixava." II."Se a flauta mal cadente  Entoa agora o verso harmonioso,  Sabei, me comunica este saudoso  Influxo a dor veemente;  Não o gênio suave,  Que ouviste já no acento agudo e grave." III."Da delirante embriaguez de bardo  Sonhos em que afoguei o ardor da vida,  Ardente orvalho de febris pranteios,  Que lucro à alma descrida?"    Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I, II e III são respectivamente: 

  22. 52

    UFRR 2016

    Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento literário parnasiano.

  23. 53

    UFU 2006

    Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide. "- Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac - conhecem? - quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac. A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...) - (...) vou cantar a Promessa, conhecem? - Não - disseram os dois irmãos. - Oh! Anda por aí como as "Pombas" do Raimundo." Lima Barreto. "Triste fim de Policarpo Quaresma".   Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

  24. 54

    FATEC 2011

    O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava  então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram edenicamente analfabetos.   A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]   Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa. superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido figurado.   A construção, empregada por Mário de Andrade, que mais se desvia da norma culta do português escrito, para expressar tendência da língua coloquial falada, é:

  25. 55

    IME 2016

    PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.   Quanto ao poema de Augusto dos Anjos, é coerente afirmar que

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