MACKENZIE 2015

Soneto VI

 

Brandas ribeiras, quanto estou contente

De ver-vos outra vez, se isto é verdade!

Quanto me alegra ouvir a suavidade,

Com que Fílis entoa a voz cadente!

 

Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,

Tudo me está causando novidade:

Oh! como é certo que a cruel saudade

Faz tudo, do que foi, mui diferente!

 

Recebi (eu vos peço) um desgraçado,

Que andou até agora por incerto giro,

Correndo sempre atrás do seu cuidado:

 

Este pranto, estes ais com que respiro,

Podendo comover o vosso agrado,

Façam digno de vós o meu suspiro.

Cláudio Manoel da Costa

 

 

Soneto

 

Estes os olhos são da minha amada,

Que belos, que gentis e que formosos!

Não são para os mortais tão preciosos

Os doces frutos da estação dourada.

 

Por eles a alegria derramada

Tornam-se os campos de prazer gostosos.

Em zéfiros suaves e mimosos

Toda esta região se vê banhada.

 

Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo

Do rosto do meu bem as prendas belas,

Dai alívio ao mal que estou gemendo.

 

Mas ah! delírio meu que me atropelas!

Os olhos que eu cuidei que estava vendo,

Eram (quem crera tal!) duas estrelas.

Cláudio Manoel da Costa

 

 

A respeito do momento histórico-literário brasileiro, à época do Arcadismo, pode-se afirmar que:

Escolha uma das alternativas.