OBB 2012

Biologia sintética tem destaque nas apostas do futuro

Imagine um computador biológico capaz de rastrear e reconhecer células cancerosas usando combinações lógicas de fatores moleculares específicos da doença e em seguida disparar um mecanismo de autodestruição celular que não atinja as saudáveis. Esse circuito é a principal aposta da computação celular - braço de uma área emergente de pesquisas conhecida como biologia sintética - para vencer o câncer.

E se tem algo de futurista, retoma o velho sonho de toda terapia de combate à doença: distinguir entre o que é célula tumoral e o que é célula sã, de forma a induzir a primeira a desaparecer sem o uso devastador da quimioterapia, por exemplo.

Biomarcadores não invasivos que permitem definir, em poucos minutos, a gravidade de um quadro de insuficiência cardíaca por meio da avaliação da acetona exalada pelo paciente ou pequenos gadgets como sequenciadores de DNA em pendrives são instrumentos cada vez mais a serviço da medicina. Na Grã Bretanha, uma empresa do setor de nanotecnologia acaba de lançar um sequenciador de DNA com entrada USB capaz de mapear em segundos genomas simples, como de vírus e bactérias. O pequeno MinION, da Oxford Nanopore Tecnologies, ainda não está aperfeiçoado para sequenciar genomas humanos, mas a empresa garante que terá utilidade imediata no mapeamento do DNA de células cancerígenas durante uma biópsia ou para determinar a identidade genética de fragmentos de ossos em escavações arqueológicas, indicando, se são de origem humana ou animal. Hoje, atestam os especialistas, a medicina não se apoia em evidências que saltam aos olhos; investiga predisposições silenciosas. Empresta conhecimento de outras áreas para levar terapias às menores partículas da matéria, usando motores biológicos que funcionam como furadeiras para criar canais em membranas - os nanoporos artificiais, outro campo de pesquisa promissor -, por onde transportam moléculas de DNA ou medicamentos as células, depois de localizar o marco zero da doença.

(Valor Econômico 29/03/2012)

 

Células citotóxicas (linfócitos CD8) podem reconhecer células tumorais e promover sua autodestruição. Os antígenos reconhecidos por nossas células de defesa se encontram na seguinte região da célula tumoral:

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