PUC-GO 2015

Palhaço, grande voz — Auto da Compadecida! O julgamento de alguns canalhas, entre os quais um sacristão, um padre e um bispo, para exercício da moralidade.

Toque de clarim.

Palhaço — A intervenção de Nossa Senhora no momento propício, para triunfo da misericórdia. Auto da Compadecida!

Toque de clarim.

A Compadecida — A mulher que vai desempenhar o papel desta excelsa Senhora, declara-se indigna de tão alto mister.

Toque de clarim

Palhaço — Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua alma é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo salvo e tem direito a certas intimidades.

Toque de clarim.

Palhaço — Auto da Compadecida! O ator que vai representar Manuel, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, declara-se também indigno de tão alto papel, mas não vem agora, porque sua aparição constituirá um grande efeito teatral e o público seria privado desse elemento de surpresa.

 Toque de clarim.

Palhaço — Auto da Compadecida! Uma história altamente moral e um apelo à misericórdia. [...]

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 34. ed., 3a reimpr. São Paulo: Agir, 2006, p. 22-24.

Considerando-se o texto, é correto afirmar que, nas falas do Palhaço e da Compadecida, predomina a função:

Escolha uma das alternativas.