PUC-RS 2010

Para os povos modernos, mito e História são considerados  duas  coisas  distintas.  Para  o  dito homem primitivo, porém, ambos pertencem à mesma esfera: a salva-guarda da memória. “A mitologia possui um profundo significado para o ato de recordação. Um mito contém a História que é  preservada  na  memória  popular  e  que  ajuda  a trazer à vida camadas enterradas nas profundezas do espírito humano”, afirma o filósofo russo Nicolai Berdyaev (1874-1948).


Em Mito e significado, Lévi-Strauss defende que nossa atual maneira de registrar o passado é simplesmente uma continuação do sistema anterior. “Não me parece improvável que a História tenha substituído a mitologia nas nossas sociedades e cumpra uma função idêntica, já que, para as sociedades sem escrita e sem arquivos, a finalidade da mitologia é garantir que o futuro permaneça fiel ao passado.”

 

Nas culturas tradicionais, lembra o mitólogo J. F. Bierlein, tudo o que acontece na vida das pessoas é apenas uma repetição de eventos que ocorreram nos mitos. Nesses contextos, a História, de acordo com o sentido atual da palavra – atos específicos e únicos de pessoas vivas e mortas –, pode até ser abolida, porque o mito é percebido como infinitamente mais significativo do que qualquer experiência humana.


 Para o antropólogo Everardo Rocha, “o mito é, sobretudo, uma forma de consolo coletivo. É por meio dele que o homem busca uma origem para si, para sua cultura e para seu possível destino após a morte. A maioria dos mitos, se reduzida à essência, trata de vida, morte, nascimento e renovação. São as grandes questões sem resposta para a humanidade, por isso se repetem”

Revista Galileu, março 2004, p. 49-50. (fragmento adaptado)


A afirmativa INCORRETA quanto ao uso dos sinais de pontuação no texto é:

Escolha uma das alternativas.