UEG 2004

O Enterrado Vivo  
É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.  

 

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.  

 

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano o outro retrato.  

 

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

 

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.  
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 48 ed. Rio de Janeiro: Record. 2001. p. 59.  

 

Assinale a alternativa INCORRETA:  
 

Escolha uma das alternativas.