UEL 2008

Abaixo estão uma canção de Gilberto Gil (TEXTO I) e um depoimento de César Paz (TEXTO II), ambos intitulados “Cérebro Eletrônico”, abordando uma polêmica sobre o desenvolvimento tecnológico dos anos de 1960.

 

TEXTO I

O cérebro eletrônico faz tudo, faz quase tudo.
Faz quase tudo, mas ele é mudo.
O cérebro eletrônico comanda, manda e desmanda.
Ele é quem manda, mas ele não anda.
Só eu posso pensar se Deus existe, só eu.
Só eu posso chorar quando estou triste, só eu.
Eu cá com meus botões de carne e osso,
eu falo e ouço, eu penso e posso.
Eu posso decidir se vivo ou morro. Por que?
Porque sou vivo, vivo pra cachorro
e sei que cérebro eletrônico nenhum
me dá socorro no meu caminho
inevitável para a morte.
Porque sou vivo, sou muito vivo
e sei que a morte é nosso impulso primitivo
e sei que cérebro eletrônico nenhum
me dá socorro com seus botões de ferro
e seus olhos de vidro.

 

TEXTO II

O debate pautado nos anos dourados era o impacto que o computador e sua incrível capacidade de processar dados causariam na vida e no emprego das pessoas. Enfim, pairava o medo da substituição do homem, suas características, sentimentos, medos e percepções, por hardwares e softwares.

Gil compôs essa canção mais de dez anos antes do PC e pelo menos 25 anos antes da internet comercial, compôs numa época em que os computadores residiam ainda tranqüilos, sem ameaça de vírus, em salas limpas e brancas, com piso elevado e temperatura controlada nas megacorporações.

Nos anos seguintes, o computador já não era mais chamado de cérebro eletrônico, desceu do pedestal para invadir todos os departamentos das grandes empresas (microinformática), as empresas pequenas e médias e até nossas casas. Depois, todos os computadores se conectaram em redes locais e em pouco tempo na grande rede mundial, que passou a aceitar também outros dispositivos, como handhelds, celulares e até geladeiras!

Na continuidade natural desse mundo tecnológico e evolucionista, a bola da vez é uma “web viva”, ou melhor, a web 2.0. colaborativa, plena de conteúdo de opinião e serviços gratuitos (ou quase) de alta relevância e interatividade. É nessa “web viva” que finalmente o usuário tem vez e voz. É nela que “eu falo e ouço, eu penso e posso”.

Disponível em: http://webinsider.uol.com.br. Acesso em: 28 set. 2007.

 

Considere a realidade expressa nos textos I e II e assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas proposições que contenham argumentos corretos a favor e contra o uso das novas tecnologias.

( ) Através da história e da vida cotidiana nossas atividades vêm sendo afetadas instantaneamente pelas novas tecnologias, especializadas em adiantar nossas tarefas.

( ) Se existe um crescimento no número de pessoas conhecendo novas tecnologias, em outro extremo, estão pessoas à mercê de equipamentos, que, por muitas vezes, mais se assustam e se irritam do que se entusiasmam com eles.

( ) Os computadores estão longe de se tornarem parte importante no desenvolvimento de uma nova geração de indivíduos.

( ) A possibilidade de acesso a um mundo programado em um computador, permite que as pessoas trabalhem, experimentem e vivam nele. Isso faz com que esse tipo de tecnologia seja influente nas questões de transformações culturais.

( ) Estudos têm, com freqüência, denunciado as novas tecnologias como as principais responsáveis pelo isolamento e pela solidão em que vivem vários sujeitos atualmente.

 

Assinale a alternativa que contém a seqüência correta.

 

Escolha uma das alternativas.