UERJ 2009

TEXTO I

 

Juventude e participação

 

Inicialmente, gostaria de destacar que toda avaliação é feita a partir de uma comparação. Neste caso, essa comparação poderia ser feita em duas direções. Uma delas em relação a outras faixas etárias e a outra em relação à juventude de épocas passadas. Em relação à primeira dimensão, me parece que o comportamento político da juventude não seja diferente do de outras faixas etárias. Os que avaliam como baixa a participação política da juventude atual não podem afirmar que seja diferente da participação política das outras faixas. Existem parcelas da população passivas (e entre elas há jovens e também adultos), assim como existem parcelas da população com alta taxa de participação política, e entre elas podemos igualmente identificar jovens e adultos.

 

Logo, uma comparação entre faixas etárias não nos leva a concluir que seja baixa a participação política da juventude. Agora, em relação à outra dimensão, a comparação entre juventudes de épocas diferentes, podemos constatar diferenças que aparentemente levem algumas pessoas a afirmações do tipo “a juventude atual não está com nada”, “antigamente os jovens tinham maior consciência e atuação política”. E aqui, novamente, devemos analisar a questão por partes. Jovens alienados e passivos sempre existiram ao lado de jovens conscientizados e ativos politicamente.

 

Deve-se reconhecer que a proporção entre essas duas categorias muda com o tempo, tem épocas em que a proporção de jovens ativos se amplia e em outras épocas diminui. Mas esse aumento ou diminuição é uma expressão da sociedade como um todo e não de uma determinada faixa etária. Se numa época a parcela de jovens cresce e se torna mais intensa, é porque esse mesmo fenômeno se manifesta na sociedade como um todo. O comportamento juvenil expressa as tendências gerais da sociedade como um todo.

 

A grande diferença está nos meios de que dispõem os jovens para desenvolver sua consciência crítica ou para manifestar sua postura política. Aí, sim, registramos mudanças radicais em relação a outras épocas. 

 

Atualmente, os jovens têm acesso aos meios de comunicação que permitem ampliar a velocidade e a abrangência da transmissão de ideias, o que oferece facilidades nunca antes disponíveis para a expressão política da juventude.

 

A minha resposta pode parecer otimista e tenho plena consciência de que ela é. Os jovens da atualidade não são diferentes dos jovens de outras épocas, aceitam ou rechaçam valores, assumem ou não atitudes políticas com a mesma postura dos jovens do passado, a diferença não está no grau e sim na forma. Não muda o caminho, muda a forma de caminhar.

LA MORA, Luis de. Juventude e participação. Adaptado de

 

TEXTO II

 

"Outras formas e espaços existem nos movimentos culturais, campesino, sindical, comunitário, nas lutas contra o racismo, o machismo, a homofobia e muitas outras. Sem falar nos espaços criados pelo governo, as várias conferências, dos mais variados temas, em que precisamos participar cada vez mais, levar a cara e a voz da juventude. Sem falar, é claro, no voto, de que não podemos abrir mão."

THIAGO FRANCO, Presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES

 

"A participação política possibilitou que eu pudesse ter uma leitura crítica da sociedade, que eu conseguisse perceber coisas como as campanhas políticas, que não são contos de fadas. Consigo, com a base que adquiri e a minha experiência no movimento social, ter uma visão política sobre a realidade, sobre o momento em que vivemos, as eleições. Principalmente hoje, consigo trabalhar para que as pessoas próximas a mim também tenham esse olhar crítico e estejam preparadas para fazer suas escolhas."

EMERSON QUARESMA, 23 anos, repórter do jornal A Crítica e articulador da rede Sou de Atitude no Amazonas
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Estas duas falas do texto II serviriam de exemplos para a seguinte afirmação presente no texto I:

Escolha uma das alternativas.