UESC 2010

Leia o texto retirado da obra Amar, verbo intransitivo:

— Desista de partir, Fräulein.

— É que...

Agora Sousa Costa se calou duma vez, cumprira com o dever. Assim ela não se dobrasse às razões que ele dera!... Fräulein não percebeu isso, mas ficou com medo de hesitar mais, ele podia aceitar aquilo como recusa. E devemos ser francos nesta vida, sempre fora simples e franca. Se aceitava, devia falar que aceitava e deixar-se de candongas. Sempre fora como a Joana de Schiller que não podia aparecer sem a bandeira dela. Emendou logo:

— Bom, senhor Sousa Costa. Como o senhor e sua esposa insistem, eu fico.

[...]

Susto.  Os  temores entram saem pelas portasfechadas. Chiuiiii... ventinho apreensivo. Grandes olhosespantados de Aldinha e Laurita. Porta bate. Mau agouro?

... Não... Pláa... Brancos mantos... E ilusão. Não deixe essa porta bater! Que sombras grandes no hol... Por ques? tocaiando  nos espelhos, nas janelas. Janelas com vidros fechados... que vazias! Chiuiii... Olhe o silêncio. Grave.

Ninguém o escuta. Existe. Maria Luísa procura, toda ouvidos ao zunzum dos criados. Porque falam tão baixo os criados?

Não sabem. Espreitam. Que que espreitam? Esperam. Que que esperam?... Carlos soturno. Esta dorzinha no estômago... O inverno vai chegar...

ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo: idílio. 16. ed. Belo Horizonte: Villa Rica, 1995. p. 87-88.

 

O fragmento no todo da obra permite afirmar:

Escolha uma das alternativas.