UFAL 2013

Onde nasci, morri
Onde morri, existo
E das peles que visto
muitas há que não vi.


Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
que odiei ou senti.


Nem Fausto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo,


eis-me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui
mas não sou eu, nem isto.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Sonetilho do Falso Fernando Pessoa. In Claro Enigma. ed. 10. Rio de Janeiro: Record, 2001. )

O poema acima integra o livro Claro Enigma, de 1951, obra em que Carlos Drummond de Andrade opera uma mudança de direção em relação à sua trajetória poética anterior, mais ligada ao engajamento social, como se evidencia num livro como A Rosa do Povo. Diante disso, as escolhas linguísticas feitas pelo autor:

Escolha uma das alternativas.