UFF 2010
TEXTO IX
Para literatos e memorialistas do século XIX, um dos grandes desafios era, então, construir uma nação tendo que levar em conta as antigas tradições, quase sempre católicas e repletas de “atrasadas” manifestações populares e negras. As discussões sobre as perspectivas da nacionalidade brasileira ganharam novo impulso nas últimas décadas do século passado, após a abolição da escravidão, quando definitivamente teriam que ser incorporados os libertos e descendentes de africanos ao mercado de trabalho livre e à “nação brasileira”. Festas, músicas e danças despontariam, entre setores intelectuais, como um importante campo de estudos para se avaliar e, principalmente, projetar a versão musical da nação brasileira. Afinal, estas manifestações passaram a representar valiosos indicativos de uma nação formada por uma “raça mestiça”, de inegável influência portuguesa, católica e africana. Escritores e músicos de diferentes partes do Brasil, no fim do século XIX e início do XX, iriam identificar e construir, a partir de variadas e híbridas doses de etnia e cultura, uma original identidade nacional, musical e festiva.
Marta Abreu. Invenção de um país festivo. Caderno Ideias, Jornal do Brasil. Adaptação.
A nação brasileira foi construída no século XIX por ideias que se associavam a teorias ou a interpretações variadas, conforme as referências do texto de Marta Abreu. Essa variação criou um clima de debate que se alongou de 1870 até 1920, transformando tal período num dos mais férteis da História do Brasil.
Observando esse período, pode-se afirmar:
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