UFJF 2013

Texto I

 

Deixas criar às portas o inimigo,

Por ires buscar outro de tão longe,

Por quem se despovoe o Reino antigo,

Se enfraqueça e se vá deitando a longe?

Buscas o incerto e incógnito perigo

Por que a Fama te exalte e te lisonje

Chamando-te senhor, com larga cópia,

Da Índia, Pérsia, Arábia e de Etiópia?

CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Edição crítica de Francisco da Silveira Bueno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, p. 78)

 

Texto II

 

Por que tanta oceania? tanta etiópia

por fogo e ferro sempre conquistadas?

Por que tanta aflição por tanta cópia

salvadores de terras fatigadas?

Cornualhas desse mundo, cornucópia

de promessas jamais realizadas?

Por que esse messianismo vos lisonje

pretendeis encarnar o que está longe.

(LIMA, Jorge de. Invenção de Orfeu. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 87)

 

O texto II é o fragmento de um poema modernista, de Jorge de Lima, no qual há uma relação de intertextualidade com a epopéia Os Lusíadas, de Luís de Camões. Há intertextualidade quando um texto faz referência, implícita ou explicitamente, a outro texto.

Entre os elementos que evidenciam a referência de Jorge de Lima a Camões, pode-se apontar:

 

Escolha uma das alternativas.