UFRGS 2019

Leia o microconto “Adão”, de João Gilberto Noll, publicado em Mínimos, múltiplos, comuns.

 “Resguardo”, palavra vetusta. Verdadeiros camafeus a recebem, figuras fora do alcance de qualquer viva vibração. Ela estava agora fora do alcance até de si mesma, já era substância de uma outra, alguém que de fato nunca vira em seus embalos, flutuações, transtornos. Deitada no tapete, feito roupa despida, sem sustentar por mais de alguns segundos alguma consciência de si ou do entorno. Já no seu terceiro dia de abandono. Batem à porta, ela não ouve. Soletram bem alto seu nome, suplicam. Em vão. Até que num ímpeto retorna a seu antigo pesadelo e diz: “Vou atender, vou sim, é minha viciada missão...”. Levanta-se com esforço, tateia. Ela abre a porta. Olhem ali: a figura que abre atendendo aos chamados é um homem, estritamente um. Chama-se Adão.

 

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o microconto.

 

( ) O microconto apresenta um instante ficcional completo e intenso: a solidão existencial, representada na figura de Adão.

( ) O narrador é onisciente e poderoso: sabe do passado, presente e futuro da personagem.

( ) O poder do narrador abarca até mesmo o leitor, perceptível na expressão “Olhem ali”.

( ) O tempo está em suspensão, marcado pelos verbos no presente: recebem, ouve, soletram, retorna, levanta-se, abre.

 

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Escolha uma das alternativas.