UFSM 2015

Poeticamente, o sal metaforiza o mar, as lágrimas, a força de viver. Castro Alves, em sua obra poética, lança mão desse recurso para unir arte e crítica social.

 

Observe os fragmentos:

 

Fragmento 1 – “A Canção do Africano”

Lá, na úmida senzala,

Sentado na estreita sala,

Junto ao braseiro, no chão,

Entoa o escravo o seu canto,

E ao cantar correm-lhe em pranto

Saudades do seu torrão...

Fonte: CASTRO ALVES, 1995, p. 100.

 

Fragmento 2 - “O Navio Negreiro”

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se eu deliro... ou se e verdade

Tanto horror perante os céus...

O mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?...

Astros! noite! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!...

Fonte: CASTRO ALVES, 1995, p. 137.

 

Em relação a esses versos, é possível afirmar:

 

I. O canto, as saudades e o pranto do escravo, no primeiro fragmento, são decorrentes do cativeiro resultante da escravidão, situação aviltante ao ser humano.

II. O “horror perante os céus” a que se refere o eu lírico, no segundo fragmento, corresponde ao tráfico de escravos, mácula sociomoral que envergonha o Brasil.

III. Em ambos os fragmentos, a crueldade da escravidão se faz presente.

 

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Escolha uma das alternativas.