UNB 2013

Sobre a produção dos principais ícones da estética barroca brasileira, analise os itens abaixo:

 

I. O Sermão da sexagésima, que é metalinguístico e um dos mais conhecidos de Vieira, apresenta, como tema, a própria arte de pregar. Como se pode notar no trecho: “[...] como os Apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam de achar os homens degenerados em todas as espécies de criaturas: haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras [...]“.

II. No trecho do Sermão do bom ladrão  ‐ “Alguns ministros de Sua Majestade não vêm cá buscar o nosso bem, mas cá vem buscar os nossos bens”, ‐ observa‐se que, na passagem “Vem cá versus cá vem o nosso bem versus os nossos bens”, a oposição singular versus plural é bastante significativa, pois assegura a distinção entre o concreto e o abstrato, o que também é reforçado pela polissemia do verbo “buscar”, equivalente a “promover”, no primeiro caso e a “apossar‐se”, no segundo.  

III. O Sermão do bom ladrão, publicado em 1655, exemplo do estilo conceptista de Vieira, traz, em tom jocoso, referências universais e atemporais do ato de furtar, produzido por autoridades, como se vê em: “O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...]”.

IV. Marcada pelo dualismo da tendência barroca, quase sempre em estilo cultista, a poesia lírica amorosa de Gregório de Matos ora apresenta a mulher como um ser ideal, espiritualizado e de postura platônica, ora a apresenta de maneira erótica, como um elemento de desejos mundanos, como fica sugerido no trecho: “Mas vejo, que por bela, e por galharda / Posto que os Anjos nunca dão pesares, / Sois Anjo que me tenta, e não me guarda”.

V. Em sua poesia satírica, Gregório de Matos, por respeito aos religiosos, deixou de retratá‐ los e censurou apenas as mais diversas figuras civis e militares do Brasil de então. Assim também o fez com as contradições do sistema colonial vigente no país. A exemplo do que se afirma nos versos “Triste Bahia! Ó quão dessemelhante /  Estás e estou do nosso antigo estado! / Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, / Rica te vi eu já, tu a mi abundante”.

 

Estão CORRETOS, apenas,

 

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